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Além de vender 4 milhões de livros, Bienal do Livro reúne um público superior a 600 mil visitantes

Nos últimos dez dias o Rio de Janeiro recebeu mais uma edição da Bienal do Livro, um dos programas mais importantes da agenda cultural da cidade carioca. De acordo com informações da Agencia Brasil, o evento reuniu mais de 600 mil visitantes e 4 milhões de livros vendidos no período.

O público pôde também conferir diversas atrações nas ativações, como a Arena #SemFiltro e Café Literário, duas das mais famosas de todo o evento e que possuem um fluxo muito grande de público. As áreas são as responsáveis em colocar em discussão temas como homofobia, racismo, machismo e outros. Além disso, a feira também promoveu encontros inesquecíveis do público com os autores preferidos, como Thalita Rebouças, Mauricio de Sousa, Guilherme Pintto e Bruna Vieira.

Um dos pontos altos desta edição aconteceu na última quinta (5) quando Marcelo Crivella, prefeito da cidade do Rio, determinou que o quadrinho “Vingadores, a cruzada das crianças”, que trazia a imagem de dois personagens homens de beijando, fosse recolhido da feira e qualquer outra obra com conteúdo LGBTQ+ fosse embalado em saco preto e sinalizado como “conteúdo impróprio”. Segundo o prefeito, a decisão visava “proteger as crianças” daquele conteúdo. Na sexta, agentes da Secretaria da Ordem Pública da prefeitura do Rio estiveram na Bienal do Livro para lacrar e recolher exemplares que exibissem conteúdo “impróprio”.

Rapidamente o assunto ganhou grande visibilidade, uma vez que o ato significava uma violação grave à censura. Uma série de artistas e autores se posicionaram e criaram um manifesto contra a decisão de Crivella. “Se engana quem pensa que o alvo era a Bienal Internacional do Livro. O alvo somos todos nós cidadãos brasileiros, pois não precisamos ter quem determine o que podemos ler, pensar, escrever, falar ou como devemos nos relacionar. O brasileiro não precisa de tutor. Precisa de educação para que cada um possa fazer suas escolhas com consciência e liberdade”, diz uma parte do texto escrito por Thalita Rebouças, que completou nesta edição a décima participação na feira.

“Eu acredito que a literatura está aí para isso mesmo: incomodar. A gente sempre fala ‘ninguém solta a mão de ninguém’ e mais do que nunca esse é o momento. Nós existimos e vamos continuar a escrever e ler histórias sobre diversidade, sem nenhuma censura”, declara Vinícius Fernandes, especialista em literatura LGBT.

Além disso, ainda em resposta ao prefeito, Felipe Neto comprou 14 milhões de livros que continham personagens e temática LGBTQ+ e distribuiu gratuitamente no último sábado (7) todo o material embalado em saco preto com um adesivo que dizia “este livro é impróprio – para pessoas atrasadas, retrógradas e preconceituosas”. “Foi lindo, foi amor, foi luta por um mundo melhor! No final, chegaram os carros dos agentes da censura de Crivella e 20 homens armados prontos para recolher todos os livros. Só tinha um problema: todos já tinham sido entregues de graça.”, contou Felipe.

A Bienal do Livro Rio é um espaço democrático e livre onde jovens autores e nomes renomados do mundo da literatura brasileira podem encontrar fãs e mostrar um pouco mais do trabalho. Além disso, é um evento muito necessário nos dias atuais, uma vez que levanta temas muito importantes e que precisam ser debatidos. “A Bienal é e continuará sendo plural. O maior evento de conteúdo do país não termina neste domingo (8/9). Ele seguirá com cada um que visitou ou trabalhou nesta edição histórica”, destaca Tatiana Zaccaro, diretora da Bienal.

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Escrita por Otavio Pinheiro

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