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“Spotify”: Entenda as novas políticas anti ódio da plataforma e veja quais artistas podem ser afetados

Na última quinta-feira (10), o Spotify causou alvoroço na Internet ao anunciar sua nova política anti-ódio e remover de suas playlists músicas de R. Kelly e XXXTentacion. A nova lei da plataforma consiste em não promover conteúdo com discurso de ódio e artistas com condutas consideradas inadequadas pela plataforma.

De acordo com o FAQ Online do Spotify conteúdo de ódio é tudo aquilo que expressa e, principalmente defende e incita ódio contra um grupo baseado em gênero, raça, religião, nacionalidade, deficiência, orientação sexual ou de gênero. A empresa se juntou a grupos como GLAAD (Aliança de gays e lésbicas contra difamação) e SURJ (Posicionamento por igualdade racial), entre outros para lutarem juntos contra conteúdo de ódio, o que não é fácil já que a empresa possui uma coleção de mais de 35 milhões de musicas em sua plataforma.

Basicamente, se a sua música possui qualquer característica homofóbica, racista, anti semita ou violenta você está fora da plataforma. A polêmica começa com a outra parte dessa nova politica: A de conduta de ódio (ou inadequada).

O Spotify define seu limite em ações que são “especialmente prejudiciais ou odiosas”, como violência doméstica, contra crianças e violência sexual. Por isso, não é surpresa que o primeiro afetado pela empresa seja R. Kelly, que foi acusado por várias mulheres de agressão sexual ao longo de décadas, além de coerção e de ter um culto sexual. Acusações que foram amplificadas pelo movimento #MuteRKelly, lançado no mês passado. XXXTentacion, que também teve seu conteúdo removido da plataforma foi acusado de agredir uma mulher grávida, entre outros crimes.

“Nós não vamos remover suas músicas, mas o Spotify não irá promovê-las ativamente. Nós não iremos censurar conteúdo por causa do comportamento de um artista ou criador, mas queremos que nossas decisões editoriais — o que escolhemos promover — reflitam os nossos valores. Quando um artista ou criador faz algo que é especialmente prejudicial ou odioso, isso pode afetar as formas como trabalhamos ou apoiamos esse artista ou criador.”  – CEO da empresa em comunicado a Billboard.

Quem mais pode ser afetado por essa política?

G-Eazy, o rapper foi preso recentemente em uma balada em Estocolmo, na Suécia por agressão e posse de cocaína, além de diversas fotos do rapper e sua namorada – a cantora Halsey – ingerindo a substância terem surgido na internet.

Chris Brown, o cantor que já foi acusado de agressão por Rihanna e seu ex-empresário enfrenta agora acusações de estupro, violência e uso de drogas.

Dr. Dre e Nelly, os rappers já foram presos por acusações de agressão a mulheres, violência sexual e estupro.

Eminem, o Rapper já foi acusado de violência doméstica pela sua ex-esposa e diversas músicas de seus álbuns são cheias de conteúdo que o Spotify vai contra como “Slim Shady” e “Bonnye e Clyde” que entre outras coisas trazem homofobia e apologia a violência doméstica.

Backstreet boys, Nick Carter foi acusado de estupro ano passado pela cantora Melissa Schumman, o caso ocorreu em 2002 e Nick conseguiu abafar na época por conta de seu dinheiro e influência.

Kiss, Aerosmith e Red Hot Chilli Peppers, os vocalistas das famosas bandas Gene Simmons, Steven Tyler e Anthony Kiedis já assumiram publicamente terem se relacionado com meninas menores de idade, Gene Simmons enfrenta acusações de estupro e violência sexual e uma das vítimas disse ter sido obrigada por Steven Tyler a abortar e quase morreu.

Johnny Depp, o ator é vocalista da banda “Hollywood Vampires” e já fez vários musicais como “Sweeney Todd“. Depp foi acusado de agressão e violência doméstica pela sua ex-esposa Amber Heard no ano passado.

Ainda não se sabe como essa nova politica vai afetar artistas que já morreram, mas se o Spotify olhar pra trás na história nomes como 2pac que foi preso por estupro em 1995, Michael Jackson e as inúmeras acusações de pedofilia, David Bowie e James Brown que enfrentaram acusações de estupro e se envolveram com menores podem ser afetados pela nova política e terem seus conteúdos removidos ou não promovidos pela plataforma.

A decisão do Spotify é um sinal de que as coisas estão melhorando e um incentivo para que mais mulheres denunciem seus abusadores. Um grupo feminista dos Estados Unidos chamado UltraViolet fez uma carta aberta ao Spotify agradecendo pela medida e disse  “Toda vez que um indivíduo famoso continua a ser glorificado apesar das alegações de abuso, nós erroneamente perpetuamos o silêncio mostrando às sobreviventes de violência sexual e violência doméstica que não haverão consequências pelo abuso… Obrigada pela atençao e consideração”

E vocês, o que acham da nova política do Spotify? Conta pra gente.

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Escrita por LS Avlis