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5 filmes brasileiros com temática LGBTQI+ para contemplar a diversidade

Conhecido como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, 28 de junho marca a luta histórica da comunidade em busca de uma sociedade igualitária e livre de preconceitos. Para compreender este cenário político-social que nem sempre se mostrou inclusivo, a produção cultural, especialmente cinematográfica, vem explorando cada vez mais as complexidades deste grupo, possibilitando que gays, lésbicas, bissexuais e transexuais possam se sentir verdadeiramente retratados.

Com o objetivo de discutir as diversas formas de sexualidade e identificação de gênero, aos poucos, questões LGBTQI+ foram ganhando espaço nos projetos audiovisuais de todo o mundo e marcam presença nos principais veículos midiáticos. Netflix, Globoplay, Amazon Prime Video, Hulu e outras plataformas de streaming já entendem a importância da representatividade ampla e honesta em filmes, séries e demais produtos. Emissoras de TV como o Canal Brasil também realizam programações especiais.

Dados levantados em 2018 pelo GLAAD, instituto que desenvolve pesquisas sobre a inserção de personagens de minorias na indústria cinematográfica, revelam que dos 110 longa-metragens distribuídos pelos maiores estúdios de Hollywood, 20 apresentavam personagens gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais. Este foi o segundo melhor resultado registrado há anos e marca um avanço em relação ao estudo de 2017, com presença de diversidade em 14 dos 109 trabalhos publicados.

No Brasil não poderia ser diferente, cineastas e produtoras empenham-se em captar com sensibilidade, responsabilidade e empatia a pluralidade, empoderamento e respeito. Pensando nisso, trouxemos algumas sugestões de filmes nacionais que dão voz à comunidade LGBTQI+ e todas as suas causas. Confira a lista abaixo:

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

Dirigido por Daniel Ribeiro, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” foi apresentado ao público brasileiro no dia 10 de abril de 2014, logo após ser exibido com exclusividade no Festival de Berlim, em fevereiro do mesmo ano. O longa-metragem conta a história de Leonardo, interpretado por Ghilherme Lobo, um estudante cego do ensino médio que enfrenta os desafios da deficiência visual e busca encontrar sua independência. A trama ainda aborda a angústia do protagonista por querer que seu primeiro beijo seja especial, mas não acreditando que alguém queira beijá-lo.

Quando Gabriel, estrelado pelo ator Fabio Audi, chega na cidade, novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade. Com uma narrativa sensível e que dá espaço a discussões complexas, a produção consegue mostrar a naturalidade com que Leo passa a tratar as suas limitações após a chegada do novo amigo. O elenco principal ainda conta com Tess Amorim, intérprete de Giovanna, personagem que também vê sua vida mudar após conhecer o novo aluno.

Sucesso na indústria nacional, o filme foi vencedor do prêmio Fipresci, concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, em seu ano de estreia. Poucos meses depois, foi escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro da edição de 2015, mas não conseguiu ficar entre os finalistas. Hoje, a produção encontra-se no catálogo da Netflix e possui prêmios importantes atribuídos a produções LGBT.

CORPO ELÉTRICO

Lançado em 2017, “Corpo Elétrico” é um filme de drama dirigido e escrito por Marcelo Caetano. Com distribuição pela Vitrine Filmes, o longa apresenta a trajetória de Elias, personagem de Kelner Macêdo, jovem que atuava como assistente em uma confecção de roupas, em São Paulo. Distante da família paraibana, o rapaz passa seus dias entre os tecidos do trabalho e encontros com homens. 

Entre serviço e diversão, a trama passa a desenvolver reflexões sobre possibilidades de futuro e reconexões com o passado que aproximam Elias de outros colegas da empresa.  Diariamente, eles saem de suas casas, vão para a fábrica, para o bar e, consequentemente, para as camas uns dos outros. Neste cenário, o público é apresentado a um grupo de jovens, de classe média-baixa, abertos a novas configurações de sexualidade e gênero.

A produção nacional conquistou o prêmio APCA de melhor filme do ano, em junho de 2018, e traz Lucas Andrade, Welket Bungué, Ana Flavia Cavalcanti, Ronaldo Serruya e Henrique Zanoni interpretando personagens livres de amarras sociais.

MÚSICA PARA MORRER DE AMOR

Baseado em uma peça de teatro homônima, “Música Para Morrer de Amor”, de Rafael Gomes, foi exibido pela primeira vez em 2019 no festival NewFest, um dos mais importantes de cinema LGBT de Nova York, e teve estreia nacional pelo Festival Mix Brasil. Ambientado em São Paulo, a obra traz nuances sobre gênero e sexualidade ao som de músicas românticas.

Neste cenário, Ricardo nutre uma paixão platônica por seu colega de trabalho Felipe, mesmo já estando em um relacionamento fechado. Já Isabela, que é melhor amiga de Felipe, enfrenta o rompimento do namoro com Gabriel. Felipe, nesse meio-tempo, se vê entre Ricardo e Isabela, enquanto enfrenta a descoberta de novos sentimentos. Uma história intensa e sentimental sobre três jovens provando que na vida, como nas canções de amor, só os clichês são verdadeiros.

O elenco de “Música Para Morrer de Amor” conta com brilhantes nomes do cinema nacional, dentre eles está Mayara Constantino, Victor Mendes, Ícaro Silva, Suely Franco, Johnny Massaro, Denise Fraga, Caio Horowicz e Bella Camero.

FLORES RARAS

Trazendo o melhor do drama romântico-biográfico, “Flores Raras”, de 2013, é dirigido por  Bruno Barreto e baseado no livro de mesmo nome e “Banalíssimas”, de Carmen L. Oliveira. Em contrapartida das produções citadas anteriormente, essa contou com investimento de R$ 13 milhões e foi apresentada em cerca de 150 salas de cinema por todo o país. Apenas nas duas primeiras semanas de exibição, conseguiu ser vista por mais de 160 mil espectadores.

Ambientada em Petrópolis, entre os anos de 1950 e 1960, a trama retrata a história de amor real entre duas mulheres: a tímida poetisa americana Elizabeth Bishop e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares. A procura de novos desafios, a escritora estrangeira resolve partir para o Rio de Janeiro onde passaria alguns dias na casa de sua amiga de faculdade Mary, que vive atualmente com Lota. Partindo deste contexto, o longa mostra o caminho que as protagonistas percorrem até que se apaixonam uma pela outra.

A recepção da crítica em relação à obra foi bastante diversificada, mas trouxe grande destaque para a atuação das protagonistas Glória Pires, Miranda Otto e Tracy Middendorf. Atores como Treat Williams, Marcello Airoldi, Luciana Souza, Tânia Costa e Anna Bella também foram elogiados pelo desempenho. “Flores raras” já viajou por dez cerimônias no exterior, incluindo o Festival de Berlim e Festival de Cinema de Tribeca.

MADAME SATÃ

João Francisco dos Santos, popularmente conhecido como Madame Satã, foi um  transformista brasileiro e um dos mais representativos da vida noturna da Lapa carioca na primeira metade do século XX. Para dar maior visibilidade a essa personalidade emblemática, em 2002, Karim Aïnouz produziu este drama biográfico brasileiro e francês, se consagrando como dono de um dos 100 melhores filmes nacionais de todos os tempos, de acordo com a Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

Explorando aspectos da cultura marginal da época, “Madame Satã” retrata particularidades da vida da figura que dá nome à obra e sonha em se tornar um grande astro dos palcos. Ambientada no Rio de Janeiro, a produção trabalha as diversas faces do artista homossexual, presidiário, pai adotivo de sete filhos, negro e pobre. Ao assistir o  longa-metragem, o espectador tem acesso ao círculo de amigos de João e toda a trajetória que precisou percorrer para se transformar no lendário personagem.

Vencedor da categoria de melhor filme do Chicago International Film Festival e do Festival de Cartagena, o filme de Aïnouz coleciona uma série de conquistas nas mais consagradas premiações da indústria audiovisual. Para tratar a narrativa com maior sensibilidade, seu elenco reúne grandes nomes da dramaturgia brasileira, sendo eles Lázaro Ramos, com o papel de protagonista, Marcélia Cartaxo, Flávio Bauraqui, Ricardo Blat e outros.

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Escrita por Renan Coelho

Jornalista, redator e apaixonado por cultura pop.

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