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A sutilidade de “Poderia Me Perdoar?” e a outra face de Melissa McCarthy | Crítica

Famosa por interpretar personagens em grandes produções de comédia, Melissa McCarthy tem a incrível missão de dar vida a uma escritora que começa a forjar cartas de grandes personalidades em “Poderia Me Perdoar?”. O filme foi lançado mundialmente no Festival de Cinema de Telluride, em 1 de setembro de 2018, mas chegou aos cinemas dos EUA apenas em 19 de outubro de 2018, por intermédio da Fox Searchlight Pictures. No Brasil, o filme estreia no dia 14 de fevereiro.

O drama é baseado nas memórias da autora americana Lee Israel (1939 – 2014), que é demitida e está passando por problemas financeiros. Ela começa a falsificar e vender cartas de personalidades já falecidas, o que é um crime, mas que dá muito certo. Quando as primeiras suspeitas de que as cartas sejam falsas começam, ela modifica o esquema e passa a roubar os textos originais de arquivos e bibliotecas.

Dirigido por Marielle Heller e escrito por Nicole Holofcener e Jeff Whitty, o filme traz uma sutileza em abordar questões bem sutis e que são abordas com muita naturalidade. Lee era lésbica e o “companheiro de crime” Jack Hock, que era interpretado por Richard E. Grant, homossexual. Porém, em momento nenhum foi dito isso explicitamente. “O filme dá a impressão de que a Fox Searchlight está tentando esconder, ou pelo menos subestimar, o lado homossexual dessa história: Lee era lésbica, enquanto Jack, abertamente homossexual, dificilmente consegue passar por um hidrante sem pedir seu número de telefone.”, escreveu Peter Debrudge, da revista Variety.

Outro ponto que é tratado com muita sutileza é a questão da comédia contida nas cenas. Embora seja um filme de drama, há uma série de alívios cômicos entre as cenas justamente para dar um ar mais leve à história, que mesmo atiçando a curiosidade de quem assiste para saber qual será o desfecho, é tem um ar mais triste por uma série de razões.

(Só um spoilerzinho de leve.) Gostaria de destacar um dos momentos com a carga dramática maior no filme, que foi a cena em que Lee perde uma companheira muito importante tanto pra ela e para a história. A escritora tinha certa dificuldade em confiar nas pessoas e era muito sozinha. Quando essa companheira inseparável morre, Lee dá fim na amizade com Jack, se vê ainda mais sozinha e fica muito triste. É aí que podemos ver ainda mais o talento dessa protagonista tão talentosa.

“Poderia Me Perdoar?” é um trunfo na carreira de Melissa, pois mostra o quanto a atriz é boa no que faz independentemente do gênero em que atua. Lee foi uma criminosa tão humana que é quase impossível sentir algum sentimento negativo por ela e isso se deve muito à atuação da atriz no longa. O filme, que foi indicado em premiações como Golden Globe, SAG Awards e Critics’ Choice, aparece também na lista de indicados ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante do Oscar, que acontece 24 de fevereiro.

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Escrita por Otavio Pinheiro

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