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“A Vida Pela Frente” chega ao catálogo do Globoplay

O Globoplay lançou nesta quinta-feira (22) a série “A Vida Pela Frente”. Com dez episódios, a produção original da plataforma de streaming será lançada em duas partes, tendo os primeiros cinco episódios já disponíveis e a outra metade em 6 de julho. Leandra Leal, Rita Toledo e Carol Benjamin são as criadoras da obra, produzida por Maria Barreto, sócias da Daza Filmes, produtora da série. 

Com direção de Leandra Leal e Bruno Safadi, além da supervisão de roteiro de Lucas Paraizo (“Sob Pressão”, “Os Outros”), “A Vida Pela Frente” se passa na virada do milênio e apresenta Beta (Flora Camolese), Cadé (Jaffar Bambirra), Marina (Muse Maya), Vicente (Henrique Barreira) e JP (Lourenço Dantas), amigos que estudam juntos na fictícia Jardim do Futuro e são impactados com uma novidade. Liz (Nina Tomsic), uma menina tímida que entra na escola e, mesmo sem intenção, movimenta as relações entre os jovens.  

Adorada pelos amigos, Beta é divertida, provocadora, irreverente, inquieta e fã de artes, principalmente cinema. Por onde passa, carrega sua câmera. Mas tanto carisma esconde as inseguranças e angústias de uma pessoa que enfrenta a transição da juventude e que ainda não sabe lidar com tudo o que sente.

“Ela é muito intensa e tem dificuldade de expressar o que acontece dentro dela, vai guardando e acaba criando muitas frustrações. A Beta tem muitas características contraditórias em sua personalidade, assim como qualquer pessoa. A cada dia nas gravações, eu a conhecia mais. Era quase como uma segunda natureza. Ela também é muito inconformada com a vida, curiosa e toda essa inconformidade gera ansiedade nela”, reflete Flora, que destaca a importância de o tema ser debatido na série. Seus pais, Regina (Stella Rabello) e Márcio (Ângelo Antônio), são carinhosos e se orgulham da filha, mas não percebem que ela se sente perdida, o que a faz se sentir sozinha. O núcleo familiar fica completo com Filipa (Helena Bonjour), irmã mais nova de Beta.

Já Nina Tomsic, ao conhecer a tímida Liz, se perguntou como a decifraria. Estudiosa e apaixonada por literatura, a personagem estudou em colégios públicos e sempre foi a melhor aluna da turma. Para ela, o ano do vestibular é decisivo, só não imagina que a mudança de escola vai impactar sua vida para sempre. Muito menos Tereza, sua mãe solo e superprotetora, interpretada por Leandra Leal, que ainda precisa lidar com a aproximação da filha e de Ivo (Gustavo Vaz), pai da jovem até então ausente em sua criação. É na nova escola que a personagem começa a testar seus próprios limites, se apaixonar e descobrir novas formas de viver. 

“A Liz chega em um grupo de amigos super antigo e em uma escola que também é uma nova realidade para ela, passando a enfrentar essa trajetória de aprendizado, descobertas, dúvidas, erros e acertos. Acredito que a Liz é uma menina que está em um momento muito específico, de estar conhecendo uma vida diferente da que ela tinha. E é uma vida em que ela se encanta com tudo, vai vivendo desesperadamente e passa por várias consequências”, conta Nina.

A paixão pela música é uma das características que une o ator, músico, compositor e cantor Jaffar Bambirra e Cadé, seu personagem na série. Popular, o jovem de 18 anos já sabe o que quer para seu futuro: ser artista. Nos intervalos das aulas, quando começa a entoar as canções de sua autoria, todo mundo quer ouvir. “Também sou músico e busquei muito o Cadé através da música, além de ter trazido muito do personagem para mim. E por ser uma série que se passa nos anos 1990, quis me nutrir muito da música da época. Ia todo dia para a gravação escutando um álbum diferente, de artistas brasileiros e estrangeiros”, revela o ator. 

Sobre a personalidade de Cadé, Jaffar ainda reflete: “Ele é cheio de nuances. Ao mesmo tempo em que é impulsivo, é romântico. Tem um perfil meio galanteador, mas não é. Ele é muito vivo, intenso, mas também está perdido. E, assim como todos os personagens da série, vai se descobrindo. É a adolescência”, conclui. Órfão de pai e mãe desde muito cedo, Cadé foi criado pela avó Olga, personagem de Ângela Leal. Os dois têm uma relação de muito amor e companheirismo.

E é através de Marina, interpretada pela atriz e cantora Muse Maya, que a série aborda o preterimento de mulheres negras. A escola Jardim do Futuro é um ambiente quase familiar para Marina, onde a adolescente estuda desde muito pequena e coleciona amigos. Na corrida do vestibular, ela já está decidida: quer seguir seu hobby e virar figurinista de cinema. Mas, de repente, em meio a sonhos e planos, pela primeira vez ela percebe que sofre preconceito racial e esse será um ano revolucionário para sua existência.

“Ela está se descobrindo, ainda não sabe quem é e nem compreende o que sente falta nela mesma. A Marina está há anos nessa escola e não entende o porquê de não se encaixar no grupo de amigos, pessoas que sempre estiveram na vida dela, mas que são enxergadas pelo mundo de uma forma diferente. E ela, sendo a única menina preta naquela turma, começa a entender que diferenças são essas. Em casa, também não tem referências: sua mãe é uma mulher branca”, descreve Muse, se referindo à Bárbara, interpretada por Letrux. O racismo velado faz a jovem enfrentar a solidão e buscar a ajuda de um terapeuta.

“Acho que o Vicente é uma história comum entre os garotos. É um cara da escola que gosta de socializar, de fazer piada, de ser o engraçado e tem muito pouco jeito com quem é diferente dele ou com as coisas que saem do que é ‘normal’ para ele. Ele é criado só pelo pai, junto com o irmão, e isso dita muito sobre como ele percebe as coisas, de uma forma muito masculina ou talvez muito bruta”, é assim que Henrique Barreira descreve Vicente, outro integrante do sexteto. 

Na trama, Luiz Henrique Nogueira interpreta Álvaro, o pai do adolescente, enquanto Lourenço Dantas é JP, irmão do rapaz e completa o grupo. Henrique ainda comenta que, pelo perfil do personagem, é difícil defendê-lo, mas ressalta suas variadas camadas. “Acho ele muito impulsivo e, às vezes, isso o coloca em um lugar perigoso, de ser agressivo, ou muito intenso com as coisas que acredita. O Vicente me fez perceber coisas sobre a masculinidade e a forma como encaramos as outras pessoas no nosso ambiente. E amei poder dar vazão para dois lados dele, trazendo essa sensibilidade que talvez ele tenha, para que não seja só um vilão. Seja também humanizado”.

“A Vida Pela Frente” marca a estreia de Lourenço Dantas em produções audiovisuais e seu personagem, João Paulo, mais conhecido por JP, completa o sexteto da trama. “A primeira característica que você percebe no JP é que é um menino meio inseguro e travado. Mas ele é muito doce, é um cara que se preocupa com o bem-estar geral, preza pela coletividade e gosta que todo mundo esteja bem. Às vezes, até esconde algumas coisas suas e foca nas outras pessoas, para fugir um pouco dele”, explica Lourenço. 

Ao desenrolar da trama, JP se pergunta sobre sua sexualidade e não consegue assumir suas questões para os amigos. Teme as reações, principalmente do pai e do irmão. “Os temas da série são muito necessários e o personagem traz questões fortes, sei que é importante para várias pessoas. Na verdade, todos os personagens têm questões humanas e é muito gratificante poder fazer parte disso, sabendo que alguém vai se sentir representado”, avalia. 

“A Vida Pela Frente” é uma série Original da plataforma produzida pela Daza Filmes, em parceria com Globoplay e roteiros de escritos por Rita Toledo, que também assina a redação final, Carol Benjamin, Fernanda Frotté e Victor Nascimento, com supervisão de Lucas Paraizo.

A direção é de Bruno Safadi e Leandra Leal. A série conta ainda com produção de Maria Barreto, que assina a produção executiva com Marcello Ludwing Maia; direção de montagem de Carol Benjamin; direção de fotografia de Mauro Pinheiro Jr, ABC; direção de arte de Clara Rocha; figurino de Malu Mello; caracterização por Adriana Alves; som direto por Laura Zimmerman; desenho de som e mixagem de Edson Secco; e trilha sonora e supervisão musical de Plinio Profeta.

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Escrita por Otavio Pinheiro