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Entrevista | Agatha fala sobre “passatempo”, seu primeiro álbum solo

Foto: @mclima.jr

Em outubro, a cantora carioca Agatha lançou “passatempo”, seu primeiro álbum solo em 10 anos de carreira. O trabalho autoral chegou acompanhado de um projeto visual composto por clipes – que foram disponibilizados no YouTube aos poucos – e um futuro curta-metragem completo que carrega a história do disco. Em entrevista ao Poltrona Vip, a artista comentou sobre os bastidores da obra e refletiu sua trajetória profissional.

O início de tudo

A carreira de Agatha começou em 2013, quando cantava e tocava violão em bares e decidiu fazer covers para a internet. Cinco anos depois, entrou em seu primeiro grande projeto: a banda MTK, formada por ela e mais dois amigos, Meucci e Tasdan. O trio ficou na ativa até 2022 com grandes sucessos, como o hit viral “Idas e Vindas”, que já conta com mais de 40 milhões de streams no Spotify e foi composto pela jovem.

“A MTK foi minha família por 5 anos. Eram amigos do peito onde a gente dividia tudo: os medos, as dúvidas, as alegrias, as mágoas, frustrações, conquistas. A carreira solo é um caminho um pouco mais solitário, mesmo tendo muita gente legal do meu lado… Mas sempre encarei a MTK como uma fase que eu tinha que aproveitar cada segundo, e aproveitei”, desabafou a cantora.

Segundo ela, o medo foi um dos sentimentos que a guiou nos primeiros passos da carreira solo: “Acho que esse medo vai sempre existir porque dividir os processos, mesmo tendo divergências ao longo do caminho, é muito mais seguro… Mas o medo a gente só supera quando a gente encara ele de frente! Ainda tenho medo e sempre vou ter, mas a cada lançamento a gente supera ele um pouquinho mais”.

“passatempo”: uma nova fase na carreira

E foi com essa valentia e vontade de se provar maior que as inseguranças que Agatha deu luz ao “passatempo”. “Fazer algo meu sempre foi um sonho antigo, desde muito antes da banda. Escrevi minhas primeiras composições ainda muito nova. Confesso que o coração apertou em alguns momentos e às vezes não parecia real que finalmente iria acontecer, mas todo o processo foi leve, fiz esse compromisso comigo mesma, já que ele era de tão longa data. Eu precisava fazer com que fosse leve para aquela pequena Agatha sonhadora”, declarou.

“No fundo, a gente sempre se questiona, se sente inseguro, tem vontade de jogar tudo pro alto… Mas essas músicas vieram de lugares tão verdadeiros que a ansiedade foi um frio na barriga de finalmente estar realizando esse sonho antigo”, complementou a voz de “juízo”, uma das sete faixas do projeto.

As letras do álbum exploram os altos e baixos da vida, do amor, do caos e da dor, enquanto destacam o tempo como testemunha de nossas histórias. A narrativa do projeto, tanto musical quanto visual, desenrola-se ao longo de uma semana na vida de Agatha. A história é narrada do ponto de vista da protagonista, mas com intervenções de um diálogo interno com sua consciência. Além disso, os videoclipes são divididos em capítulos.

Sobre o processo criativo, Agatha explicou: [O disco] Fala sobre o meu ano de 2022 e tudo o que eu senti verdadeiramente nele… Me apaixonei, me iludi, me sabotei, sofri, conquistei, passei por finais e recomeços. Minhas inspirações foram as minhas próprias vivências. Foi fácil escrever esse álbum, mas foi difícil compreender que a minha vulnerabilidade iria ser exposta pro mundo todo, já que minhas músicas contam sobre experiências reais…”.

“Como o nome do projeto já diz, o tempo passa e a gente se cura de alguns monstros, encontra outros novos problemas pra sofrer (risos). O nome veio naturalmente de uma conversa com meu produtor Peniche, enquanto a gente lia os nomes de algumas músicas e percebi que não tem nada mais supremo nessa vida que o passar do tempo. O tempo é um assunto que eu abordo muito nas minhas músicas desde sempre, precisava honrá-lo no meu primeiro álbum”, acrescentou ela.

A parte visual – videoclipes e curta-metragem

Nessa nova fase, Agatha volta às suas raízes bedroom pop, alt, folk e indie, com letras bem humoradas e melancólicas. Junto disso, leva na mala seus mais de 110 milhões de streams de áudio vídeo que colecionou nos últimos anos e toda uma experiência como cineasta e diretora criativa, formada em cinema e especializada em videoclipes.

“Quando me formei na faculdade de Cinema, meu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] foi sobre um álbum visual da banda Florence + The Machine. Era um álbum musical que eu já adorava e quando assisti o média-metragem que acompanhava o projeto, ganhei uma nova gama de recursos para compreender aqueles sentimentos que ela expôs, é mais um sentido além do auditivo que podemos usar para passar nossa mensagem. Como apaixonada e estudiosa dos videoclipes, não poderia deixar meu primeiro projeto passar sem um visual que acompanhasse e reforçasse a história que eu conto com as minhas músicas”, recordou.

“Conforme eu ouvia as guias das músicas, em determinada ordem, elas contavam cronologicamente o roteiro da minha vida naquele ano. No mesmo momento, apresentei o projeto do álbum pra minha sócia e dupla criativa, Catherine, que me ajudou a visualizar os entremeios que aconteciam nos intervalos das músicas. Nisso veio a ideia de roteirizar um curta-metragem completo, para além do videoclipe”, ressaltou a carioca, afirmando ainda que usou “tudo o que aprendeu na faculdade e na vida” para escrever o filme.

O curta ainda não foi divulgado, mas Agatha já adiantou que ele será como “um filme musical”. “Conta a história da minha vida em uma semana e todas as sensações que permeiam esse período de tempo (que na narrativa, é a semana do meu aniversário). Só que essa história é contada sob a perspectiva de um novo personagem que ganha vida e forma humana pra vir me ensinar algumas coisas: minha própria Consciência! Estou super animada para mostrar essa história pra vocês!”, expressou.

Apresentações ao vivo

Algumas semanas após lançar o disco, a artista subiu aos palcos pela primeira vez em um grande evento desde a MTK. No Nectar Fest Halloween, festival de arte e música independente que aconteceu em São Paulo, ela foi surpreendida por um público que sabia a maioria das canções novas. “Foi cheio de frio na barriga! Mas muito feliz em ver rostos conhecidos que me acompanham desde o projeto da MTK por lá! Tive a chance de ouvir essas músicas do álbum ganhando vida e com banda, pela primeira vez! O pessoal tava com tudo na ponta da língua e eu fui muito bem recebida em SP, como sempre!”, relembrou.

Por fim, a cantora fez suspense sobre os planos para 2024. Contudo, deixou claro que os cariocas também poderão curtir as canções ao vivo muito em breve! “O futuro ainda está em aberto mas podem esperar novidades para o ano que vem! Estou planejando um show solo pra galera do RJ, que é minha casa, e acredito que vai ser algo grande”, disse.

Confira o álbum completo:

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