O “Funk Generation” chegou às plataformas digitais nesta sexta-feira (26) e marca um novo momento na carreira de Anitta, que agora leva a carreira com mais tranquilidade, calma e sem pressa. O projeto celebra as raízes da artista carioca e traz, como o próprio nome já sugere, canções voltadas para o gênero funk, mas com o diferencial de serem faixas em inglês e espanhol.
O disco traz uma coletânea de 15 canções e as colaborações especiais de Sam Smith, DENNIS DJ, Pedro Sampaio, Bad Gyal e Brray. Para compor o projeto, a brasileira contou com um time de profissionais, dentre eles o Gabriel do Borel, e se inspirou no próprio funk, nos grandes hits e subgêneros, para trabalhar nas canções.
“Inspirações foram músicas que já existem e alguns samples. Os estilos diferentes de funk, o funk melody, o funk de baile de corredor, que seria esse de ‘Lose Ya Breath‘, bem mais agressivo, um funk pra rebolar a raba, o funk da putaria, né? Explícito. Então, os vários estilos de funk mesmo a gente teria trazer pra galera pra ter todos os tipos de dança, passinho, rebolar, tudo.”, disse a artista em coletiva de imprensa, a qual a Poltrona Vip esteve presente.
Já sobre os visuais das canções, Anitta adianta que todas as músicas que possuem visuais também contam com prévias no Spotify. Para conferir, basta dar play no “Funk Generation” na plataforma e assistir aos vídeos. Ouça:
“Achei que fosse morrer”
A ideia para construir o “Funk Generation” surgiu em 2022, quando Anitta passou por um problema sério de saúde e achou que iria morrer. “Eu trabalhei tanto, tanto, tanto e me cuidei zero porque eu comecei a ficar muito doente. Até hoje não tenho uma explicação do que aconteceu comigo, tive que fazer exame de câncer, várias coisas assim, eu tava muito doente. […] E eu achei que eu fosse morrer por um tempo e nessa de achar que eu ia morrer eu falei ‘bom, já que eu vou morrer eu vou fazer um álbum que é indiferente se vai fazer sucesso ou não, eu vou morrer mesmo e vou fazer um álbum que eu escute e fale, ‘pô, eu sou foda mesmo, olha o álbum que eu fiz, que foda’’”, disse a artista.
Com isso, Anitta começou a trabalhar em um projeto que considerasse o melhor da carreira, um disco que fugisse das regras do mercado e que fizesse o que tivesse vontade. “Esse álbum não segue as regrinhas, não segue a fórmula do que é sucesso hoje, do que tá no mainstream, ele não segue isso, ele segue a coesão da minha cabeça mesmo. Ele segue o que eu tava afim na hora, do funk e tudo, mas ele não tem um direcionamento tipo, ‘ah, para a rádio isso aqui é muito bom’, não tem esses checks que tem que ter para o álbum bombar no mainstream.”, diz.
“Eu fiz um álbum que realmente eu não tava preocupando o que ia acontecer, que eu achava que eu ia morrer, falei ‘bom, vou deixar o melhor álbum da minha vida aí e que se foda, qualquer coisa vai ser sucesso, porque eu morri e todo mundo vai ouvir.”, contou a artista, que começou a desenhar o projeto de onde estava em repouso, todas as referências e palavras, até que passou para o time de colaboradores. “E aí fui mandando, aí fiz, montei as salas […] e fui de longe, acompanhando a sessão, não falei para o pessoal lá que eu tava doente, falei que eu tava sei lá fazendo o que, e aí eles foram fazendo e eu fui a distância modificando.”, completa.
Composição e escolha das músicas
Durante a composição e produção, muitas foram as faixas criadas, mas também muitas dificuldades surgiram no caminho. Anitta contou que o processo foi bastante diferente e a língua foi um dos grandes empecilhos, mas revelou que se não havia palavras em espanhol ou inglês para combinar, o português entrava em cena. “A gente tem que achar palavras que impactassem na hora que escuta da mesma forma que as palavras em português. Então, algumas vezes a gente não teve saída, teve que colocar a palavra em português mesmo.”, diz a artista.
No entanto, Anitta diz que todo o processo foi bem prático. “Todas as faixas foram bem práticas de ficarem prontas, não foi complicado. Foi tudo orgânico, foram feitos bem rápido, uma coisa bem louca de aconteceu nesse álbum. A gente tinha na verdade muito bem música pra colocar. Nós tivemos que fazer uma peneira aí porque senão o álbum ia ter três anos de duração.”, revelou a artista, que contou ainda que deu literalmente uma aula de funk e traduziu os clássicos brasileiros para o time internacional para que pudessem entender o gênero.
Além das canções que entraram na tracklist, muitas outras ficaram de fora do projeto e Anitta não pensa em descartá-las. “Tem outras também que eu quero lançar ainda do álbum, tem umas que eu amo bastante, que tem feat. […] A gente primeiro definiu que seriam quinze e aí depois foi peneira foi muito difícil se despedir de algumas músicas tanto que em ‘Sabana’ e ‘Cria de Favela’ eu acoplei outras músicas no final.”, disse a artista, comentando brevemente sobre a faixa com Chloe Bailey, que ainda não chegou ao público por uma questão burocrática. “Gravei até clipe e aí no meio do caminho rolou um pedido astronômico aí.”, revelou.
Angelina Jolie inspira a capa
Para a capa do projeto, Anitta se inspirou em um clássico estrelado por Angelina Jolie. A cantora contou à imprensa que “Lose Ya Breath” a fez lembrar uma das cenas da produção “Gia” (1998). “Por algum motivo me veio uma cena da do filme que a Angelina Jolie faz sobre Gia Carangi onde as pessoas descobrem ela como uma topmodel e ela vai pra uma grade, assim, e ela começa a posar super agressiva, com muita atitude. E a partir daí todo mundo começa a chamar ela pra posar. Eu falei com o meu diretor criativo, eu falei ‘Aí essa sessão de fotos da Gia Carangi na grade é uma coisa que me veio muito na cabeça com uma das músicas do álbum e eu queria muito usar essa ideia, essa energia’.”, contou Anitta.
Turnê Baile Funk Experience e show grandioso o Brasil
Com o lançamento do “Funk Generation”, Anitta se prepara para rodar o mundo com a turnê Baile Funk Experience e promete levar ao público um novo formato de show e todo o repertório dançante de hits da carreira. “A ideia dela de fazer essa tour é justamente para a gente levar a ideia do que é o funk para as pessoas pessoalmente porque as pessoas podem escutar e tal, mas ainda é muito diferente para todo mundo aqui fora.”, disse a cantora.
“A ideia com os shows é passar para as pessoas como é que é de dança, como é que é a energia de um baile funk, por isso que são lugares menores, porque aí não é todo mundo vai ficar em pé, não é como fazem quando é grande, sentado, é uma energia mesmo de festa brasileira. E espero que a gente alcance o objetivo, eu estou bem empolgada, vai ser bem legal, assim, estou bem ansiosa.”, completou.
Embora o Brasil continue sem previsão de shows, a dona de “Double Team” está preparando algo especial para os fãs, mas relatou as dificuldades com os preços. “A gente tá pensando em como fazer isso acontecer, porque a gente tem que fazer grande. Uma coisa é você fazer um show pequeno, como a gente tá fazendo nos outros países, é rápido, prático, não precisa de tanto planejamento assim. Fazer um show grande desse no Brasil requer muito planejamento e uma estrutura, e uma coisa que hoje em dia a galera não tá muito a fim de pagar pra ir em coisas e eventos desse tipo.”, disse.
“Espero que a gente consiga mesmo, porque é realmente a minha intenção, mas custa uma grana bem alta fazer isso acontecer, e por mais que as pessoas do Brasil às vezes reclamem da estrutura dos shows brasileiros, é uma questão da galera não querer pagar mesmo. E aí quando é show internacional todo mundo quer pagar zilhões, mas quando é brasileiro não paga zilhões. Então, a gente sempre cai nessa questão, mas estamos tentando fazer acontecer independente disso. Estamos vendo como esse é o melhor caminho pra isso.”, completou.
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