A terceira temporada da série “As Five” chegou ao Globoplay nesta sexta-feira (01) e marca a despedida do grupo de amigas, que conquistou os fãs em “Malhação – Viva a Diferença”. O novo ano da spin off original da plataforma mostra as cinco amigas numa fase mais madura, lidando com os efeitos de escolhas passadas, enquanto buscam seus próprios caminhos.
Com oito episódios, que serão disponibilizados de uma só vez na plataforma, a terceira temporada de “As Five” conta com uma narrativa ainda mais madura do que os anos anteriores e traz o aguardado final dos dramas individuais de Benê (Daphne Bozaski), Ellen (Heslaine Vieira), Keyla (Gabriela Medvedovsky), Lica (Manoela Aliperti) e Tina (Ana Hikari). Em coletiva de imprensa, a qual a Poltrona Vip esteve presente, Gabriela expressou o sentimento que é se despedir da personagem Keyla e da produção.
“Uma mistura de sentimentos, né? Porque ao mesmo tempo que a gente está muito feliz de estar entregando um trabalho muito bonito, que a gente sabe que foi muito legal, dá aquele aperto no coração porque a gente sabe que a gente está se despedindo delas. Mas, eu acho que quando a gente terminou a Malhação, a gente tinha uma sensação de que a gente tinha mais história pra contar ainda. A gente não queria parar. Então, quando nos contaram que a gente ia fazer ‘As Five’, foi aquela felicidade de tipo ‘opa, a gente vai continuar contando essa história’. […] É uma sensação de saudade, mas misturada com uma sensação de missão comprida.”, disse a atriz.
“A gente está muito feliz porque é uma temporada que está muito bonita, muito profunda, e se é pra terminar dessa maneira, que bom que é com essa temporada, porque a gente conseguiu aprofundar bastante as questões de cada uma nessa temporada. Acho que é uma maneira de terminar em cima, surfando a onda, sabe?”, completou Ana Hikari, a Tina.
“Acho que quando acabou com a Viva a Diferença a gente ficou num luto muito grande, porque foram 213 capítulos, era uma personagem que a gente estava, cada uma, vivendo com elas há mais de um ano, né? Então, é muito tempo vivendo com outra pessoa, vestindo a roupa de outra pessoa, 10, 12 horas por dia na pele de outra pessoa, convivendo com os amigos dela, com os sentimentos dela, é muito profundo, é muito intenso. E eu acho que agora a gente está se despedindo depois de sete anos, então é muito louco saber que essa pessoa, depois de sexta-feira, não está na minha rotina, na minha vida, né? Eu não vou passar dez horas com a roupa de Tina, mas é muito maluco essa sensação.”, completou a atriz, que entra para o elenco de “Família é Tudo”, a nova novela das 19h da Globo.
Ana Hikari finaliza falando do aprendizado que a personagem Tina lhe proporcionou. “Acho que a coisa que eu mais digo que a Tina me ensinou nesses sete anos foi amadurecer como atriz mesmo. […] São poucos atores e atrizes que têm o privilégio de poder reviver uma personagem. E a gente, mais do que reviver essas personagens, a gente cresceu com elas. Eu acho que o presente do amadurecimento enquanto atriz foi o presente mais valioso que a Tina me deu nesses sete anos.”, disse.
O que as five vão enfrentar nesta temporada?
Na trama, “As Five” enfrentam as consequências de algumas decisões e do estilo de vida adotado no passado, mas também iniciam novas fases na trajetória pessoal e profissional. Keyla ganha mais uma chance no amor com a chegada de Edu (Samuel de Assis), que se torna sócio da Ladeira das Mina, a casa de shows que Keyla e Tina inauguraram. Mais velho e experiente, o personagem chega para trazer uma relação tranquila, de cuidado e afeto.
“Pela primeira vez, eu acho que eu vi a Keyla respirando aliviada. Ela vem numa sequência de muitos, muitos e muitos perrengues e agora na terceira temporada o personagem de Samuel vai vir pra dar uma tranquilizada nela. Vai ser uma relação mais saudável, sabe? Isso vai ser muito legal de abordar.”, diz a atriz que completa falando sobre o trabalho com Samuel. “A construção que eu tive com o Samuca pra fazer essa relação e apresentar esse casal de uma maneira bonita foi muito legal, a gente trocou muito, ele é um parceiro incrível, grande sorte de ter encontrado ele nesse caminho.”, conta.
“Eu acho que vai ser muito legal a chegada dele pra dar essa balançada na vida dela em relação ao amor e a ver o amor, o carinho, o afeto através de uma outra perspectiva que às vezes acho que ela não tava tão bem acostumada”
Além do amor, Edu também mexe com o lado profissional de Keyla, que vê um sonho antigo ganhar ainda mais força. “Ele vem junto ali com Tina, vão ter umas situações, então acho que vai ser muito, muito interessante e aonde também vai entrar dentro do profissional essa resquício de vontade de ainda trabalhar com o que faz o coração dela acelerar, que é a arte, que é a música, mas e aí vão acontecer algumas coisinhas”, disse a artista refletindo sobre uma das cenas. “Vai ter uma coisa assim, de olhar pra trás e ver a trajetória do pai e ver a trajetória dela e dar uma comparada”, conta.
Já Tina (Ana Hikari) engata o relacionamento com Glauber (Elzio Vieira), ex-funcionário do restaurante de seu pai, e decide encarar os problemas com o alcoolismo, situação já vivida pelo rapaz, que a convida para participar de uma reunião do Alcoólicos Anônimos. “Pessoas com dependência química são super estigmatizadas na nossa sociedade, no nosso país, né? A maneira como as políticas públicas tratam pessoas com dependência química, que é simplesmente deixando a margem da sociedade. A gente acha que é super delicado e eu não queria reforçar esses períodos.”, contou.
“Eu fui estudar muito, fui buscar informação mesmo. Eu conheci pessoas que passaram por situações de dependência química, que passaram por reeducação, por internações e por grupos de apoio. Eu fui para esses grupos, eu frequentei as reuniões desses grupos. […] Para mim foi muito bacana de ver, porque de ver, presenciar, entender e escutar. Porque eu não fui lá para falar nada, eu fui lá para ouvir essas pessoas. E foi tão bonito, porque eu não esperava encontrar nesses grupos a quantidade de amor que eu vi lá. Foi muito bonito, foi muito tocante mesmo para mim. Me transformou ter feito todo esse processo de estudo, porque eu acredito muito que a transformação social vem pelo afeto e vem pelo amor. Eu acho que eu quis trazer isso para a Tina, sabe?”, contou a atriz sobre o processo de construção da personagem para esta 3ª temporada.
Benê (Bozaski) também está num impasse sobre seus rumos profissionais e irá contar com Guto (Bruno Gadiol) nesta nova etapa. A personagem começa a trabalhar numa agência de publicidade, criando jingles para campanhas.
“Eu vejo a Benê num momento muito bonito da da trama que eu já queria muito falar sobre isso, que é falar sobre uma pessoa que está no espectro autista dentro da profissão, né? Porque ela trabalhava ali dando aula de piano, ela trabalhava numa igreja que era uma coisa muito fora ainda da sociedade. Eu queria ver ela mais dentro de um universo da sociedade, interagindo com pessoas não autistas. Como seria a Benê vivendo nesse lugar? Porque ali ela é muito amparada com as amigas, mas eu queria ver ela fora dessas caixinhas, né? Que até então ela estava bem segura, né?”, diz Dahpne.
“Ela vai pro mercado de trabalho porque ela perde o piano dela e ela precisa ganhar dinheiro pra comprar um novo piano, então pra mim foi muito interessante trazer esse tema porque ela vai pra publicidade que é um meio muito vocês sabem é um meio muito caótico, principalmente pra Benê. […] Pra mim, era um lugar que eu queria muito que ela chegasse e também que ela se desprendesse de uma segurança dela e ver o como que ela vai reagir, sabe? Foi interessante.”, finalizou.
Após testemunhar o episódio de racismo vivido por Ellen (Vieira), Lica (Aliperti) escreve uma matéria expondo a MidTech que ganha bastante notoriedade e profissionaliza a sua revista. Lica está cada vez mais focada em assumir as rédeas da própria vida. Sobre a importância de interpretar uma personagem LGBTQ+ na produção nacional, Manoela comentou que sente que a personagem “caminhos para a gente dialogar sobre muitos assuntos referentes à representatividade.”
“Acho que a Lica representa a força, a potência, o diálogo que precisa existir para a gente poder normalizar isso, porque isso acontece. Eu encontrei com uma fã recentemente que disse como essa representação saudável mudou a vida dela. Isso para um ator, para quem faz personagem, é muito incrível, porque quer dizer que a gente sentiu tudo o que a gente estava fazendo e quem assistiu também sentiu.”, completou.
Já Ellen, além de dar suporte para Tina, com quem divide apartamento, tenta lidar com a repercussão da exposição do caso da MidTech e seus desejos e dificuldades emocionais. A garota inteligente e matemática reata com Lito (Matheus Campos), mas terá algumas dificuldades para lidar com o amor.
“Começo a contar na segunda temporada uma descoberta da Ellen, uma curiosidade de se reconhecer, de tentar se entender num ambiente muito difícil, como se estivesse crescendo ali uma florzinha no meio do concreto. E é o que vai acontecer agora, nessa temporada também. Ela está em busca do amor e se sentindo mais livre e mais capaz de se descobrir“, disse Heslaine. “Vai ser muito bonito ver que a Ellen está completamente desprendida de tudo para experimentar o amor”.
Criada e escrita por Cao Hamburguer, Luna Grimberg, Maiara de Paula e Maíra Motta, com Cleissa Regina Martins, a terceira temporada de “As Five”, Original Globoplay, tem direção artística de Fabrício Mamberti e direção geral de Rafael Miranda. A produção executiva é de Isabela Bellenzani (Estúdios Globo), e a produção é de Caio Gullane e Fabiano Gullane (Gullane). A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.
Assista o que Daphne e Ana falaram sobre o fim de “As Five”:
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