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Entrevista | A Banca 021 fala sobre produção do disco “As Jóias Não Brilham”: “Muito libertador”

Bryan Leone

A Banca 021 lançou em setembro o disco “As Jóias Não Brilham”, que aborda diversos temas importantes para o trio. Produzido desde 2018, o disco de dez faixas se manteve atual com o decorrer do tempo e Porto, Ursoleone e GB sentiram que seria o momento de divulgá-lo para o público. 

O lançamento do disco traz uma sensação descrita pelo grupo como libertadora, uma vez que carrega uma mensagem atual e chega em um momento importante à vida das pessoas. “Foi um álbum muito libertador para a gente assim como seres humanos e que vem aprendendo. Assim, nesses últimos cinco anos, pelo menos, nas nossas vidas e na vida de muitas pessoas há uma carga de muita coisa nova que a gente tá tendo que lidar com essa era digital, essa coisa da geração ansiedade, essa pressão diária de que todo mundo tem ser alguma coisa agora, essa dificuldade de se manter no presente. Então, para gente tem um valor gigante conseguir colocar um trampo como esses no mundo atual de hoje”, reflete Ursoleone. 

Porto comentou que embora o disco venha sendo construído desde 2018, o projeto traz uma bagagem de muitos anos. GB acrescentou que o “As Jóias Não Brilham” vem de uma série de vivências no subúrbio do Rio, assim como encontros da vida. “Ele é fruto da vivência do subúrbio do Rio de encontros da vida, assim, com Carlos do Complexo, nosso produtor mentor, amigo. O Ariel Donato também que foi nosso co-produtor”, disse o GB.

Com o início da pandemia, os artistas resolveram aguardar um pouco mais para divulgar o disco ao público e embarcaram em mais um projeto, o “Lírios São Deusas”, que trouxe colaborações com Kalebe, Dona Nyna, Quel e outros. O tempo passou e o disco continuava tão atual quanto há meses e o grupo sentiu que seria o momento perfeito para o tão aguardado lançamento. 

“Após esse disco, a gente falou ‘Não, cara, acho que tá chegando a hora’. A gente foi tentando entender mais um pouco como que ia ser e a gente falou ‘Acho que agora é o momento da gente lançar’. A gente se pegou ouvindo o disco e as mensagens que a gente tinha gravado há tempos, antes da pandemia, faziam sentido naquele momento.”, disse Porto. “A gente não fez na pandemia, mas depois a gente entendeu ‘Caramba, nós temos um disco que tem total a ver com esse atual momento’”, completou Ursoleone. 

O repertório do disco foi construído após uma série de experimentações, que culminaram nas primeiras composições e na faixa título. “A gente gosta muito de experimentar, né. Então, a gente passou um período na Ilha de Guaratiba na casa de um amigo nosso fazendo muita coisa, tocando, gravando, várias prévias. Depois a gente passou um período com o Carlos, aqui no Estúdio Playground, em Botafogo, em várias sessões também experimentando e nisso a gente tinha uma pasta com vários arranjos, vários beats. E daí começaram a surgir as primeiras letras. Aí quando surgiu a faixa ‘As Jóias Não Brilham’ ali a gente sentiu algo diferente, que ela tinha uma sonoridade, uma identidade nela que tinha força para ser uma raiz de álbum. Então, a partir dela, a gente começou a construir tudo que tem no ‘As Jóias Não Brilham’ como disco”, explicou GB, que completou que foi um período de bastante aprendizado.

Por mais que a pandemia tenha sido um período difícil, Ursoleone, Porto e GB buscaram tirar o melhor proveito do momento para se desafiarem ainda mais em outras etapas de produção. “Vai fazer [a pandemia] a gente sair dela muito mais cascudo, muito mais dinâmico, muito mais pronto para vir para o mundo normal. Quando as coisas voltarem, de fato, a gente vai estar muito mais maduro nessa parte de execução.”, comenta Ursoleone. 

Já acostumados a participar de todas as etapas das produções, o trio viu em meio à pandemia a possibilidade de se desafiarem em outras partes e aprenderem mais sobre a produção dos próprios videoclipes. Do projeto, as faixas “Velhos Tempos, Novos Planos” e “Filipin” ganharam audiovisuais trabalhados pelos artistas, que também produziram todo o design, as pinturas, edições e visualisers do disco.

“A pandemia trouxe uma coisa nova pra gente que foi a questão dos desafios. Que é sem equipe, mas só a gente dentro de casa e a gente ficava olhando pra cara do outro e ‘tá, o que a gente vai fazer?’ Chegou a hora da gente explorar coisas que a gente não explorou. Foi quando a gente foi explorar o lance de chroma key, desde equipamentos, a edição, a iluminação, design a gente aproveitou que tá morando agora num apê que a sala é um pouco maior e falamos ‘vamos usar isso aqui a nosso favor. vamos fazer dessa sala um estúdio'”, contou Ursoleone.

“Velhos Tempos, Novos Planos” querendo ou não é um clipe que tinha muito mais complexidade de edição de corte, de coisa para gente, que levou bem mais tempo. “Filipin” foi um clipe no qual a gente nem estava no lugar com a intenção de fazer um clipe e a gente decidiu na hora.”, completou Porto. GB completa que essa vontade e curiosidade de fazer tudo sozinhos surgiu também da necessidade. “Como não tinha pessoas para fazer, a gente teve que aprender e ter a mão e fazer né, mas virou também uma paixão, virou um hobbie. Pra gente é muito maneiro tirar uma ideia diferente, fazer uma ideia diferente em um vídeo, fazer uma coisa diferente no design.”, refletiu GB.

A Banca 021 continuará divulgando o “As Jóias Não Brilham” nos próximos, mas revelaram já estarem trabalhando em novas composições e pensando em um novo disco. Os artistas produzirão em paralelo novas canções, que serão reveladas aos fãs em um momento mais oportuno. Já quanto aos shows, a agenda dos artistas ainda não possui novidades, mas a expectativa para retorno aos palcos é grande.

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Escrita por Otavio Pinheiro