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Entrevista | Avenoar comenta sobre clipe de “Essa canção é só pra mim”, processo de produção EP e muito mais!

Depois de “Dias de Chuva”, “Até Eu Dormir”, “Quem Quer Mudar” e “O Que Nunca Te Contei”, Carol Fincatti e Gabriel Dellilo, que compõem o duo Avenoar, encerram o ano com a faixa “Essa canção é só pra mim (Que egoísta eu sou)”, divulgada em novembro.

“Essa foi sempre um diamante, porque eu acho que essa é a nossa música mais mimada, mais ácida, mais dor de cotovelo. Porque é quase uma tiração de sarro da gente mesmo.”, conta Carol sobre o mais recente laçamento. “E é uma coisa que eu acho que a gente se depara todos os dias. A gente vive grudado no celular e tal… Agora, como ele falou, a gente já tinha a música pronta, aí a gente sentou com o produtor do clipe, ficou ouvindo a música. “Beleza, o que a gente faz?”. Ai você vai criando a ideia do roteiro, tudo, e a gente começou a pirar em cima da letra da música. Que já é engraçada, que já é irônico.”, completa.

A inspiração para compor a faixa surgiu de enxergar situações da vida onde, após um término, as pessoas tentam mostrar as outras que estão bem a todo custo. “E aí essa ideia a gente foi trabalhando ela, a gente foi transformando ela pra ficar essa coisa escrachada. Colocar uma lupa sobre a situação mesmo.”, conta Gabriel.

Sobre o clipe, Carol conta que ele foi gravado em duas diárias. A primeira, onde foram registradas as cenas de Gabriel sofrendo pelo término e vendo a ex-parceira “superar” o fim. O segundo dia contou com as gravações do que Gabriel vê pela tela do celular.

“Eu acho que ele fecha essa ideia de “no fim a gente posta o que a gente quer que os outros vejam”. A gente não vai postar que a gente está mal, a gente vai postar coisas legais. Principalmente quando você termina um relacionamento, você quer mostrar que você está bem. E o clipe ele tem alguns detalhes muito interessantes que a gente colocou pra quem ver muitas vezes. Você pausa nas fotos do Instagram, tem umas legendas muito engraçadas.”, diz Gabriel.

Como tudo começou, mensagem e as dificuldades de ser artista independente no Brasil

O Avenoar nasceu da união da dupla de amigos Carol Fincatti e Gabriel Dellilo, que se juntaram quando ainda estavam na faculdade. Os artistas possuíam rotinas corridas de trabalho e vida acadêmica, mas conseguiram tirar um tempo para fazer música. “A gente se encontrava era 22:30 até as 3 da manhã, que era o tempo que a gente tinha, e fazia sorrindo, sem cansar.”, conta Carol.

Já o nome vem do francês “Avenoir”, que foi abrasileirado pelos artistas e se tornou Avenoar. Os cantores explicam que a palavra se refere ao sentimento não nomeado em português de tentar ver o que vai acontecer na própria vida de trás pra frente, até mesmo para tomar decisões.

“Tem algumas palavras em certos idiomas que existem só em determinadas línguas, tipo “saudade”. Saudade só tem em português, que a gente sabe o que que é esse sentimento A gente nomeou esse sentimento. Avenoir, do francês, é uma junção de duas palavras. É a sensação de quando você está diante de uma escolha, você visualizar o que vai dar essa escolha de trás pra frente. Por exemplo, você conhece uma pessoa e fala assim “E se eu namorar essa pessoa?”. E você começa a visualizar, daqui a dois anos, vocês juntos, casando.”, explica Gabriel.

O acesso à internet e o surgimento de plataformas de streaming possibilitou que muitos artistas realizassem trabalhos, mas sem precisarem de um vínculo com gravadora. Desde o início, o duo segue carreira independente tendo completo controle sobre o próprio cronograma de lançamentos, agenda de shows, produção de clipes e outros. “É muito legal a gente poder dar todos os direcionamentos para o que a gente quer, principalmente na questão criativa, que é o que dá a maior alegria pra gente.“, conta.

De ponto positivo, fica tudo muito mais democrático. Qualquer pessoa pode gravar no próprio quarto, lançar e de repente estourar. Isso é ótimo! Tem muita gente com talento. E antes acho que ficava muito concentrado em gravadora, ter alguém pra investir. Hoje em dia, com a internet, são várias possibilidades de se fazer sucesso, digamos assim.”, conta Carol, que completa dizendo que o dar certo e fazer sucesso é relativo. “Dar certo é muito relativo. A partir do momento que você faz o que você gosta, o que você acredita, pôs no mundo, já ta dando certo, não tem como dar errado.”, finaliza.

Sobre as dificuldades, Carol comenta que uma delas é de fato atingir o público, que está o tempo todo sendo bombardeado de informação. “O modo como a gente consome música hoje mudou muito. Então fazer com que as pessoas ouçam um EP completo, por exemplo, é uma dificuldade maior por conta de volume mesmo de informação.”, conta.

“O tempo para se produzir as coisas, acaba sendo mais demorado porque a gente, por ser independente, vai do nosso bolso. Tudo a gente corre atrás. Se a gente não fizer, ninguém vai fazer pela gente. Então, é meio demorado nesse aspecto, porque é muita coisa para se produzir, muita coisa para se fazer e como somos só nós dois, é isso. Um clipe pra gente é muito trabalhoso para se fazer. Financeiramente também a gente investe muito num projeto, mas eu acho que essa nova era trouxe uma democratização da arte. Isso é muito legal, mas ao mesmo tempo o artista continua tendo dificuldade de produzir conteúdo no Brasil. Não tem apoio, a gente faz por amor mesmo. Então, é muito legal a gente ter outros meios, mas continua sendo difícil.”, completa Gabriel.

Embora a falta de apoio financeiro seja uma das dificuldades, os artistas não deixam de ver um lado positivo nisso também. “Às vezes o financeiro limita um pouco a ideia e a gente transforma a ideia e ela fica muito mais interessante. A criatividade não tem limites., conta. “Ao mesmo tempo que a criatividade aumenta, a gente ta sempre entendendo como funciona, a gente não deixa tudo na mão de alguém. Isso é outro ponto positivo também, a gente entender. Ao mesmo tempo que demanda um tempo, é importante.”, conclui.

Pensando em todo esse tempo que estão batalhando para que outras pessoas ouçam as músicas, o Avenoar tem uma visão bastante positiva sobre essa caminhada. “Uma coisa que eu queria dizer que eu tenho cada vez mais, principalmente com o Avenoar eu tenho pensado, nunca se comparar com o caminho dos outros. A gente sempre vê alguma referência, a gente fala “aah, queria que desse certo dessa maneira pra gente”. Calma, cada um tem o seu caminho e as coisas dão certo de formas diferentes. A gente está caminhando e as coisas estão dando certo quando elas tem que dar certo, vão indo da nossa forma.”, diz Gabriel.

“Eu acho que o caminho, aproveitar o caminho, é muito importante. O caminho é tão bom. A gente passa por tanta coisa legal. A gente esquece. O caminho é muito importante, é de muito crescimento. É uma coisa que eu me cobro. “Aproveita o caminho, aproveita o momento!”, finaliza Carol.

Embora sejam artistas independentes, os artistas não deixam de lado os parceiros que os ajudam desde o início da carreira. “O pessoal da Coqueiro Filmes que fez a produção de todos os clipes, o Garbo que fez os lyrics. Tem muita gente que tá desde o comecinho, não dá pra fazer nada sozinho.”, conta. Tanto em show quanto em equipe de clipe e tudo, a gente conta com amigos muito queridos que chegam e fala “cara, vou participar, vou fazer, vou estar na equipe”. Nossos pais, todo mundo.”, completa.

Processo de composição e produção

De acordo com Carol, as seis primeiras canções foram depois de um longo processo de composição e como uma boa dupla, os artistas complementam o talento do outro com habilidades próprias para a música. “O Gabriel escreve muito, tem muitas letras. Eu tenho mais facilidade com melodia. A gente simplesmente se junta e fala “aah, tenho essa ideia”. Beleza, vamos trabalhar em cima dela. A gente trabalhou muito as composições até a gente pensar “vamos fazer um clipe pra essa”.”, conta Carol.

“E eu acho que a gente tem um negócio que não se explica. Um encontro artístico muito interessante, porque as vezes eu vinha com uma letra e a gente começava a trabalhar uma música, uma melodia e a Carol pegava a letra e sintetizava. Flui muito bem entre a gente para conseguirmos compor alguma coisa. Fora o fato da gente ser muito amigo.”, completa Gabriel.

Ainda falando do processo de composição das faixas, Carol revela que muitas vezes a ideia da música surge e ela fica guardada. “Foi uma coisa que eu aprendi muito com o Gabriel, antes eu “não, eu escrevo uma música, tenho que terminar. Se eu não gosto eu jogo fora.” E ele “não, calma. Vamos guardar a ideia e no futuro você vai mudar a perspectiva daquela letra e vai refazer”. Então, é uma coisa que eu estou trabalhando bem agora.“, conta.

Tanto é que a gente tem um negócio muito legal que às vezes como a gente tá muito em lançamentos e tudo mais, quando a gente vai compor vem uma ideia sozinho e eu falo “Droga, preciso da Carol agora para concluir”. A gente tá tão acostumado a compor um com o outro. A gente se complementa muito bem.”, complementa Gabriel. 

A sinceridade e amor são os principais componentes do trabalho do duo e influencia diretamente não só nas composições, mas também em como administram tudo. “Gabriel chegou com várias letras que eram de histórias dele e eu falei “Meu, essa letra cabe muito pra mim, para alguma coisa que aconteceu comigo”. E se isso acontece comigo eu acho que vai acontecer com mais gente.”, conta a cantora. “A gente sempre conversa sobre ser sincero com a gente mesmo em primeiro lugar para fazer uma música. […] A gente primeiro faz porque a gente ama fazer e porque a gente quer dizer coisas, a gente quer se expressar. A gente tem um negócio muito sincero e fazer isso é muito legal. E essa parceria que a gente tem é um negócio que eu agradeço muito.”, conta Gabriel.

Sobre a composição de cada uma das faixas do projeto, os artistas contam que cada uma foi composta de uma maneira diferente, mas muito natural. “A gente sentou um dia para ensaiar para um show de covers e ele falou “pera, antes da gente ensaiar eu tenho essa ideia aqui do violão e tenho uma letra”. E eu falei “beleza, mostra aí”. E a gente não ensaiou para o show, a gente simplesmente fez a música em meia hora.”, conta Carol.

Carol e Gabriel também destacam a parceria com o renomado baterista Giba Favery, que inclusive ficou responsável pelos sons no single mais recente. “Ele gostou muito do nosso som e falou “cara, eu quero gravar o som de vocês”. Tanto é que nossas baterias dão orgulho, porque o Giba tem uma pegada, um jeito de tocar que acrescentou muito para o nosso som.”, conta Gabriel. “Pra gente foi um privilégio, a gente começando e o Giba ouvir o nosso som falar “pô, vou gravar”.”, completa Carol.

Lançamento de EP e planos para 2020

O duo prepara para o próximo ano o lançamento do primeiro EP da carreira, que está previsto para o primeiro trimestre de 2020 e irá reunir as cinco faixas já lançadas, além de uma inédita que será divulgada em breve. Os artistas destacam que lançar singles soltos possibilitou pensar mais nas canções individualmente.

“Eu acho que foi legal a gente lançar single assim pra fechar agora no EP no começo de 2020, porque a gente teve mais possibilidade de trabalhar clipes diferentes, lyrics, as músicas que não tem clipe tem lyric. Então, é uma ideia sempre ter um conteúdo de vídeo, audiovisual para acompanhar a música. E agora a gente vai fechar com a última e já estou ansiosa. A gente acabou de lançar uma e já tô pensando na outra!“, diz Carol.

Sobre o que virá depois deste lançamento, os artistas confessam que ainda não sabem se irão começar o processo de produção de um álbum ou se continuam divulgando apenas singles soltos. “A gente ainda não definiu a partir do ano que vem se a gente começa a produzir álbum, se a gente lança mais singles… a gente ainda vai planejar direitinho. A nossa intenção é continuar compondo, a gente tá com várias ideias para os próximos sons. Enquanto a gente lança o EP a gente vai compondo, vai tocando. A gente não para.“, conta Gabriel.

“O trabalho de 2020 é fazer com que as pessoas escutem o nosso som cada vez mais, porque esse EP tá muito legal, a gente fez um trabalho muito cirúrgico, no som, nos clipes, e agora a gente quer tocar por aí, divulgar mesmo esse som. E a gente já tá armando a banda!”, conta Gabriel.

O novo ano também trará uma série de mudanças não só no repertório dos artistas, já que estão preparando novos lançamentos, mas também na performance no palco. De acordo com Carol, depois de fazer acústico por muito tempo e pensando numa melhor experiência do público, uma das adaptações será a inclusão de uma banda nos shows. “A gente tá com muita vontade de voltar com banda. A gente ficou muito tempo fazendo, que é muito legal, acústico por São Paulo. E agora a gente quer voltar a fazer os sons como eles foram gravados, com banda, bateria, baixo…”, explica.

“A gente tá muito empolgado, porque são músicos ótimos que vão acompanhar a gente. Eu acho que os arranjos vão mudar um pouquinho também ao vivo, vamos preparar muitas surpresas também. Nossa intenção é dar uma mudadinha ou outra ali pra deixar o show também uma experiência diferente. […] Desde que a gente começou a tocar cover em bar, a gente nunca tocou cover certinho, a gente fez releituras.”, conta Gabriel.

Pensando no próximo ano, lançamento de EP e todo o trabalho feito no atual, o Avenoar conta que a principal meta para 2020 é fazer com que ainda mais pessoas conheçam o trabalho que os artistas vêm fazendo. “A gente gostaria que o máximo de pessoas possíveis escutassem o nosso som, porque é feito com muito carinho, muita sinceridade.”, contam.

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Escrita por Otavio Pinheiro

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