in ,

Entrevista | Malía lança “Som Da Minha Casa”, seu segundo álbum de estúdio: “Músicas sobre tudo”

Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira (13), Malía divulgou o seu segundo álbum de estúdio, “Som Da Minha Casa”, em todas as plataformas digitais, após um longo período de hiato. Com 11 faixas que transitam por diversos gêneros musicais – sem perder a coesão -, o disco expressa as origens e referências da carioca, por meio das composições e sonoridades. Em entrevista exclusiva à Poltrona Vip, a artista contou detalhes sobre o lançamento e o atual momento de sua carreira.

“Sempre é muito interessante pro artista se aproximar das pessoas e foi isso que eu busquei [no disco]. Eu queria que as pessoas me conhecessem, sobretudo a partir da minha perspectiva, justamente porque quando você vai ganhando visibilidade, acaba que muitas coisas você não controla. E o que eu controlo, eu gostaria que estivesse sintetizado para que o público tivesse um ponto de partida”, contou.

A arte imita a vida

A capa do novo projeto traz Malía deitada por cima de caixas de som brancas que se destacam com o fundo amarelo vibrante. Questionada sobre a imagem chamativa e colorida, elaborada em conjunto com a diretora Yasmin Thayná, a voz de “Faz Uma Loucura Por Mim” fez uma revelação curiosa: “É engraçado porque é óbvio que as cores foram pensadas pela Yasmin… mas, o fundo da capa, por exemplo, é simplesmente o fundo do lugar que eu ia tomar açaí lá na Cidade de Deus [comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde nasceu e foi criada]. Então ficou tudo de forma muito natural e cotidiana! Outra coisa é que as caixas de som foram literalmente feitas pelo meu pai. Elas estão aqui na minha casa. Era o som que eu ouvia na Cidade de Deus. Eu queria que as pessoas me conhecessem a partir daquilo que eu consumo, dos caminhos que eu faço, queria que isso estivesse latente”.

“Eu queria que as músicas fossem sobre tudo, e não só sobre coisas específicas. Eu queria mostrar o valor do cotidiano, que foi me passado através dos meus pais. Queria humanizar mesmo!”, complementou a carioca, ressaltando que o trabalho não foi individual. Apesar de ter escrito algumas faixas completamente sozinha como “Eu e Deus” e “Debochada”, grande parte contou com a ajuda de outros compositores. 

“Grande parte das músicas vieram do camping de composição. […] Uma das coisas que eu mais queria nesse nosso movimento era experimentar, e de uma forma coletiva. Eu nunca tinha tido a oportunidade de compor com outras pessoas, eu estava com muita curiosidade e super rolou!”, explicou ela. “Para mim, o ‘artístico’ é isso. Ele está para além das câmeras. Eu enxergo o ‘artístico’ na produção, composição, em quem roteiriza as coisas, o artista está em todos os lugares. Uns prospectam a sua imagem e outros não, e eu queria trazer essas nuances de ser artista em um geral para o disco”, acrescentou.

Referências musicais

Livre das amarras de um gênero musical específico, “Som Da Minha Casa” reproduz o que Malía escutava na Cidade de Deus, em contraponto com o que ela vive e ouve atualmente. As canções carregam referências bastante específicas de alguém que conheceu o mundo musical pelas indicações dos próprios pais. “As minhas referências musicais são as músicas que eu ouvia com os meus pais. Tenho até uma playlist que eu ouço na minha vida, que eu compartilhei com a minha mãe, que inclusive se chama ‘Som Da Minha Casa’ porque o som da minha casa é literalmente o som que meus pais colocavam para eu ouvir”, disse.

“De referências, a gente tem Alcione, Mart’nália, Martinho da Vila, a gente tem muito samba e muita MPB, Djavan. Eu queria trazer isso em contraponto com o som da minha casa hoje, com referências estadunidenses, pop, de soul… Então, eu fiz esse equilíbrio entre todas essas referências que eu amo muito para poder interpretar e contar a narrativa”, continuou.

Família de artistas

Uma das faixas mais intimistas do projeto, “Corda Bamba”, conta com a participação especial de Maria Isabel, mãe de Malía, e sua tia, Cláudia Santos no coro. “A minha mãe estudou um pouquinho de piano quando era pequena e ela é muito afinada, ela tem esse amor pela música… tanto que a minha educação musical foi muito forte e eu quis referenciar muito isso nesse álbum. […] Minha tia é cantora, ela canta na noite e aí eu pensei: ‘ah, cara. E se eu colocar a minha mãe e a minha tia? Vai ficar ainda mais especial’. Ainda mais no samba porque a gente se acaba! (risos) Queria que tivesse esse gosto de casa e foi super legal estar com elas no estúdio, foi muito divertido”, declarou a cantora e compositora.

“Quando você ganha visibilidade, as pessoas acham que você é você pelas coisas que você conquistou, sendo que eu reconheço que eu sou eu pelo contexto onde eu fui inserida, pelos valores que os meus pais aplicaram a mim e principalmente pelas referências que eles me apresentaram. Então, nada mais maravilhoso do que tê-las!”, expressou.

Presente e futuro

Malía ainda refletiu sobre os rumos de sua carreira profissional, ressaltando que hoje é capaz de decidir o que quer fazer por conta própria: “Hoje, graças a Deus, eu direciono de forma frontal todas as coisas que saem, como eu gostaria que a música saísse. Isso mudou completamente! Hoje sou eu a responsável por falar o que eu quero. Isso fez total diferença para que o produto final ficasse 100% eu”. Por fim, ela admitiu estar preparando algo para os fãs na próxima semana: “No dia 19 de dezembro, meu aniversário, tem surpresa vindo!”.

• • •

Agradecemos pela sua visita! Acompanhe mais conteúdos exclusivos no Twitter, Facebook e Instagram. Além disso, siga também no Google Notícias para não perder nada e se inscreva em nosso canal do Youtube.

Se você quiser falar com a gente para envio de pautas, anunciar ou comunicar algum erro em nossas matérias, mande email para [email protected] e ficaremos felizes em te atender. Agora, se quiser fazer parte da nossa equipe de colaboradores, clique aqui para se inscrever.