Priscilla Alcantara lançou na última quinta (26) o projeto “O final da história de uma linda bagunça”, que conclui a ideia do trabalho que vem fazendo e é composto por duas faixas e um áudio. O projeto é muito pessoal e traz muita sinceridade ao falar de saúde mental, além de ser considerado para a cantora uma transição do álbum anterior, o “Gente”, para o início de um nova era.
“Conclui a ideia que eu trouxe em “Gente”, que foi abordar esse assunto das emoções, da saúde mental e da vulnerabilidade. Eu levantei muitas questões durante este álbum e nessa jornada até hoje. Eu consegui não só levantar questões, mas desenvolver também respostas. Então, eu fiquei muito com isso na cabeça de que talvez eu deveria encerrar esse assunto trazendo respostas mais práticas para as pessoas do que eu aprendi com isso e de como eu literalmente finalizei a história dessa fase da minha vida. Eu considero esse projeto como um projeto de transição que conclui essa minha ideia que eu levantei a partir de “Gente” e que me permite de uma forma mais livre e mais segura começar um novo projeto abordando uma outra temática sem eu ter esse sentimento de que eu deixei algumas pontas soltas. Eu sou meio metódica com a relação a temática e a minha arte. Eu amo os temas, então eu gosto muito de ter a sensação de que eu concluí algo e eu não estava me sentindo assim.”, conta sobre o projeto.
O projeto, que chega em pleno Setembro Amarelo, a campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015, traz o áudio da própria cantora, um desabafo, intitulado “188”. “Eu coloquei mais pra dar uma sensação de realidade pro projeto mesmo. É um áudio pessoal, sou eu falando num momento de crise […] Eu achei que contextualizaria muito bem com aquilo que eu tô querendo passar no projeto porque é algo de verdade, algo que vai ser real pras pessoas e algo que vão poder se enxergar através dele. Nada mais justo que eu colocar a minha verdade para que as pessoas possam ver a verdade nelas na minha.”, confessa a artista.
Além disso, o número utilizado para nomear a faixa não foi escolhido por um acaso, mas sim por ser o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV), que realiza, de forma voluntária, um trabalho de apoio emocional e prevenção ao suicídio. “Eu pesquisei bastante antes de conectar ele de alguma forma a esse projeto e é algo prático, né. A gente fala muito, a gente conscientiza muito as pessoas sobre o tema, mas, na verdade, a gente precisa de soluções práticas e o CVV traz essas soluções práticas. Ligar o CVV de alguma forma foi até um dos porquês que a gente decidiu colocar essa faixa para dar uma evidência maior ao número de atendimento. O áudio ele é um desabafo e é sobre o que é o CVV, que é um atendimento de suporte e apoio emocional. Então, eu achei que tinha tudo a ver e que era uma oportunidade de evidenciar esse projeto.”, conta.
Na próxima segunda-feira (30) a artista irá lançar os clipes para as duas canções. Gravado na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, em meio à natureza, o clipe de “Linda Bagunça” traz uma Priscilla sem maquiagem e protagonizando cenas de dança contemporânea. “A proposta do vídeo de “Linda Bagunça” é bem mais fotográfica, o foco desse video é bem mais a fotografia. Ele tem muita beleza, principalmente beleza natural por que a natureza é de fato uma boa ferramenta para quem passa por crises psicológicas e emocionais. A contemplação do belo é uma ótima ferramenta pra quem passa por essas coisas e é uma das ações práticas que eu quis transmitir através do video. Esse contato com a natureza que faz muito bem pra mente e pra alma.”, conta Priscilla que completa dizendo que adora trazer um fator diferente para os projetos e que o deste são cenas subaquáticas que a gente fez cenário debaixo d’água.
Diferente do primeiro, a faixa “Final da História” traz uma estética mais moderna e minimalista, com inspirações futurísticas, além de ser gravado em estúdio. Na produção, Priscilla personifica suas emoções, sua razão e sua fé e mostra de uma forma muito sensível que o equilíbrio dos três fatores foi o que fez com que ela saísse do quadro depressivo vivido em 2018.
“O “Final da história” é uma coisa bem mais minimalista, uma coisa bem mais moderna, é uma coisa bem mais conceitual que a galera vai ter que quebrar um pouquinho a cabeça pra entender as referências do que eu quis dizer. É um video que eu quis dar mais margem para a imaginação”, diz a artista sobre a canção que fecha o projeto e onde ela discorre sobre o próprio processo.
Na última terça (24) foi divulgada a lista de indicados ao Grammy Latino e a cantora aparece na categoria “Melhor Álbum Gospel em Língua Portuguesa”, com o “Gente”. Priscilla confessa que apesar de saber da força do projeto, do tanto que ele foi importante para muita gente e para desconstruir muita coisa sobre os temas que abordou, ainda assim ficou surpresa com a indicação.
“É uma honra muito grande! Eu vi que a lista ia sair, mas eu não tava nem imaginando que meu álbum fosse sair na lista de indicados porque dentro da minha cabeça isso era uma realidade pouco distante na minha programação. Eu programo muito a minha vida e ser indicada a um Grammy era uma meta daqui a um ou dois anos e aconteceu em muito pouco tempo de uma forma muito inesperada.” […] “Foi uma surpresa muito grande apesar de considerar esse álbum um projeto incrível, mas surpresa por que achei que seria uma coisa que aconteceria mais pra frente e eu fiquei muito feliz. Claro que a identidade e o valor do projeto não são as premiações que definem, né, mas o reconhecimento é uma parte importante, uma parte muito legal e só de ter recebido a indicação e ver que esse álbum entrou pra lista de nomes da maior premiação da música, pra mim, já é uma conquista incrível.”, diz a cantora, que completa dizendo que a indicação a deixou até mais animada para o futuro.
Com este novo projeto, Priscilla já tem planos para um novo álbum que chegará no início de 2020. Segundo a cantora, o disco já tem setlist, capa e nome prontos, além de ter mais planos para ele. “Já tá tudo no esquema! A setlist tá até então pronta, mas tudo pode mudar. Artista você sabe como é… Mas o conceito do álbum, nome, setlist já tenho ideias para conectar com esse álbum, várias ideias visuais, já tá bem maduro.”, diz a artista, que completa dizendo que já está na fase de colocar a mão na massa, produzir, entrar em estúdio e finalizar o quanto antes já que haverão mais projetos que irão caminhar com o novo projeto.
Sobre o que os fãs podem esperar para os próximos meses, Priscilla Alcantara conta que ama se ariscar e que as pessoas que acompanham o trabalho da artista podem esperar uma Priscilla que vai continuar saindo da zona de conforto e investindo em coisas novas. “O meu jeito artístico de trabalhar é sempre tendendo aos riscos, né. Eu adoro me arriscar, adoro ser ousada nas minhas escolhas e eu sempre tendo a ir pro caminho que ninguém foi por mais que seja mais arriscado, mas é da minha natureza e é o que eu faço. E a galera pode esperar sempre isso de mim, que eu nunca vá fazer a mesma coisa ou ficar na minha zona de conforto.”, finaliza.