Faixa a faixa | Esperado retorno de Lady Gaga ao pop e recepção do público

Depois de quatro anos desde o último álbum de estúdio, Lady Gaga lançou nesta sexta o tão aguardado “Chromatica”. O projeto marca o retorno da diva pop às origens e abusa de elementos que fizeram de Gaga um dos grandes nomes do gênero.

Com 16 faixas, o projeto traz a colaboração de Ariana Grande, da Blackpink e de uma das maiores referências de Gaga, o Elton John. O projeto mescla letras fortes e empoderadas com uma pegada dance e eletrônica perfeita para as boates, além de vozes robóticas e efeitos que a artista usava bastante no “The Fame” e “Born This Way”.

Com nota 79 no Metacritic até o momento, o “Chromatica” recebeu criticas positivas de grandes veículos internacionais e já é um dos projetos mais bem avaliados da artista na plataforma. “Com o ‘Chromatica’, ela estabeleceu uma base sólida para a próxima fase de sua notável carreira.”, disse a Variety sobre Gaga e o projeto.

Além disso, o “Chromatica” já chegou ocupando as primeiras 17 posições da Apple Music Brasil. Na China, o álbum repetiu o feito tendo vendido 100 mil unidades nas já nas primeiras horas de lançamento.

Chromatica I

O álbum se inicia com uma das três interludes que veremos no decorrer do projeto, a “Chromatica I”. Com um minuto de duração, a faixa é apenas um instrumental com uma pegada cinematográfica introduzindo os ouvintes ao mundo de Chromatica. Inclusive, parte da interlude já era conhecida pelo público desde “Stupid Love”, pois iniciava o clipe.

Alice

A faixa que vem a seguir é “Alice”, que é agitada e já traz de cara todo o pop que o público estava esperando da melhor forma possível fazendo uso de elementos característicos do estilo musical. “Alice” conta com uma pegada forte de balada e me remeteu a canções da dance music mais antigas por conta da batida, som e voz.

Stupid Love

“Stupid Love” já era conhecida por todos que acompanham Lady Gaga. A canção por si só apresentou ao público um pouco do som bem mais pop que Gaga estava produzindo e também introduziu o mundo de Chromatica com um clipe inteiramente gravado por iPhone. Todo conceito de cor, de coreografia, de estética começou em “Stupid Love”. Confesso que no início eu não curti muito, mas a música fala por si e é um dos grandes sucessos da artista.

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Rain On Me (feat. Ariana Grande)

“Rain On Me” traz um conjunto de elementos que os fãs esperavam por muito e muito tempo. Com uma letra empoderada e que te põe para dançar, Lady Gaga divide os vocais com Ariana Grande, outra grande hitmaker dos últimos anos. Esta foi a segunda canção a ganhar videoclipe e ele contrasta muito com o primeiro na questão visual. Ao mesmo tempo que vemos pessoas dançando, ele tem uma pegada mais escura, sombria. Porém, a letra traz uma positividade e é a minha favorita de todo o projeto.

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Free Woman

“Free Woman” me trouxe uma vibe mais nostálgica por lembrar muito a Gaga de anos atrás. A letra é bastante empoderada, fala sobre mulheres fortes, determinadas, que tem completo controle da vida e que lutam pelos objetivos. A faixa traz uma pegada menos agitada que as duas anteriores, mas ainda assim é bem dançante. É uma canção que te liberta não só por falar de liberdade, mas por realmente trazer algo positivo, um sentimento bom.

Fun Tonight

“Fun Tonight” tem uma pegada dance, mas com um ritmo bem mais devagar que as outras desse primeiro “set”. É uma daquelas músicas que crescem e mantém um ritmo legal perfeita pra escutar num ônibus ou enquanto arruma a casa, por exemplo. “Fun Tonight” também é uma das canções que eu mais senti esse resgate da Gaga antiga em elementos como os “aham” e os “oh”, na mistura de uma batida mais eletrônica com um ritmo mais lento, uma letra fácil e romântica, além da escolha de palavras.

Chromatica II

O segundo set de canções começa com mais uma interlude cheia de violinos e outros instrumentos. “Chromatica II” introduz o conjunto de canções com uma letra mais interpretativa, profundas, com simbolismos e trocadilhos. Além disso, transita perfeitamente para a canção seguinte.

911

Retornando às canções mais agitadas com uma pegada mais eletrônica, “911” traz uma voz mais robótica e Gaga cantando como se estivesse apenas falando a letra. Enquanto chorava em “Rain On Me”, nesta a artista canta que não consegue se ver chorando mais e assume que a maior inimiga dela é ela mesma. A letra de “911” é mais profunda que as anteriores, que diziam basicamente do que se tratavam. Nesta é preciso um pouco mais de interpretação.

Plastic Doll

Embora seja agitada, “Plastic Doll” é um grito por atenção e valorização de quem a pessoa é em um relacionamento. Na letra, Gaga questiona se é uma boneca de plástico e pede para que não seja feita de “brinquedo”, pois isso a machuca. “Se você é um garoto de verdade / Não brinque comigo / Isso só me machuca / Estou subindo pelas paredes / Não sou sua boneca de plástico”.

Sour Candy (feat. BLACKPINK)

Outra parceria super esperada no projeto era “Sour Candy”, com BLACKPINK, que foi lançada um dia antes do álbum inteiro chegar às plataformas. Uma das coisas mais legais dessa canção é que, além de ser bem pop eletrônica, a identidade da girlgroup se manteve e só trouxe para a canção de Gaga um outro diferencial. “Sour Candy” traz uma letra mais sexy e que fala literalmente de sexo em meio a trocadilhos e símbolos, como “te deixo maluco quando eu reduzo as luzes” e “eu vou te mostrar o que eu sou / feche os olhos, não espie / Agora eu estou me despindo”.

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Enigma

“Enigma” é uma canção agitada, com energia forte e que exige muito dos vocais de Gaga para as notas mais altas. A energia da música e a letra romântica foi uma mistura muito acertada para essa música fazendo com que ela se destacasse ainda mais. Inclusive, a canção não tem ligação nenhuma com a personagem criada para a série de shows da residência de Gaga em Las Vegas. Decepcionado! Queria um feat.

Replay

A última desse set, “Replay”, é mais uma música de letra forte e que fala de amor, mas dessa vez do sofrimento que também pode causar. Na canção a artista se questiona se está ainda viva, fala que cava a própria cova todos os dias, mas diz também que aquela pessoa é a pior e a melhor coisa que já aconteceu com ela. A letra é embalada por uma melodia bem agitada e com elementos de eletrônica.

Chromatica III

Nessa terceira e última interlude, além de violinos, é possível ouvir também barulhos de chuva, o que é muito conveniente já que a primeira estrofe da música que vem a seguir e que se liga perfeitamente com esta diz: “Quando era eu era jovem, eu rezei a um relâmpago”.

Sine From Above (feat. Elton John)

Elton John fecha o time de colaborações especiais do “Chromatica” e “Sine From Above” apresenta elementos já vistos nas canções anteriores. Com a pegada de dance e eletrônico, a canção começa mais baixa e lenta até que chega em um refrão bem agitado e dançante ao lado de Elton John. Achei a música boa, mas merecia um final diferente. “Sine From Above” é interessante porque dá a sensação de que representa o fim da jornada nesse mundo inventado por Gaga.

1000 Doves

“1000 Doves” é a canção mais bonita de todo o álbum e traz as mensagens de apoio e amor. Ao mesmo tempo que a cantora clama por atenção e em ser ouvida, ela deixa claro que estará ali quando a outra pessoa precisar. “Estou completamente solitária, por favor, não me julgue / Quando suas lágrimas estiverem caindo, eu irei pegá-las enquanto caem”. A “1000 Doves” traz uma vibe mais lenta, mas ainda assim se mantendo firme aos elementos da música eletrônica nos refrões.

Babylon

Fechando com chave de ouro “Babylon” encerra o sexto álbum de Lady Gaga trazendo uma canção agitada, com vozes de fundo como um coral. A canção traz uma pegada meio “Vogue”, de Madonna, com influências mais atuais e um vocal mais falado, que deu uma cara toda diferente à canção. Uma música ótima para acabar o projeto, já que manteve a energia lá em cima e o gosto de quero mais.