Klara Castanho publicou neste sábado (25) uma carta aberta no Instagram onde conta que foi estuprada. O texto sensível e impactante traz o relato da atriz sobre a violência sexual, o abuso da equipe médica e a criança que entregou para a adoção.
“Este é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo”, escreveu a atriz. “No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada.”, completa.
Em maio, o jornalista Matheus Baldi fez uma postagem dizendo que Klara havia dado à luz a uma criança. A publicação foi apagada a pedido da própria atriz. Já na última quinta-feira, 23, Antonia Fontenelle gerou polêmica ao revelar o caso de uma atriz da Globo que supostamente engravidou e rejeitou o filho, entregando o bebê para adoção.
Em live no YouTube, a atriz e apresentadora contou que o caso havia sido descoberto por Leo Dias. “Trata-se de uma atriz da Globo, ela tem 21 anos de idade. Essa menina de 21 anos engravidou, escondeu a gravidez, inclusive trabalhou durante a gravidez, pariu o filho dela. Segundo as informações que ele tem [Leo Dias], pediu que o hospital apagasse a entrada dela no hospital e pediu que nem queria ver o filho”, disse Fontenelle, sem citar o nome da artista.
Depois de diversas investigações dos internautas e de chegarem ao nome da atriz, Castanho se tornou assunto principal durante toda a tarde deste sábado no Twitter. Com a repercussão, Clara publicou a carta aberta revelando a violência sexual.
“Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família, nem dos meus amigos. Estava completamente sozinha. Não, eu não fiz boletim de ocorrência. Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse”, contou Klara.
Klara ainda comenta que tomou todos os cuidados após o crime, fez exames e não teve mudanças físicas ou hormonais, mas descobriu que estava grávida meses depois durante um exame e que já estava no final da gestação. Em mais um caso de abuso, Klara revela que o médico a tratou de forma antiprofissional.
“Contei ter sido estuprada, expliquei tudo o que aconteceu. O médico não teve nenhuma empatia por mim. Eu não era uma mulher que estava grávida por vontade e desejo, eu tinha sofrido uma violência. E mesmo assim esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo”, disse.
Castanho optou por entregar a criança para adoção e realizou todo o processo legal que envolve o caso. Os abusos continuaram no dia do parto, logo após o nascimento do bebê, quando foi ameaçada por uma enfermeira sobre o assunto vir à tona na mídia. Vale lembrar que por lei, é um direito da vítima e do bebê o segredo de Justiça.
“Fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: ‘Imagina se tal colunista descobre essa história’. (…) Quando eu cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. (…) Conversei com ele, expliquei tudo que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar”, contou.
Leia a carta aberta na íntegra:
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