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“Ninguém sai vivo” é confuso e não leva a nada | Crítica

Entre seus projetos originais, a Netflix vem investindo bastante em lançamentos que acompanham o horror. E para dar adeus a setembro e iniciar o tão esperado mês mais sombrio do ano, a plataforma de streaming mais acessada no Brasil investiu em mais uma trama do gênero, o longa “Ninguém sai vivo”, que teve sua estreia no último dia 29.

Imigrante ilegal nos Estados Unidos, a jovem Ambar, interpretada por Cristina Rodlo, aluga um quarto numa pensão – só para mulheres – antiga e nada convidativa, enquanto procura por emprego. Nos dias que se seguem, a mexicana passa enxergar espíritos grotescos pelos cômodos da casa, dando início a sua jornada de extrema loucura.  

Dirigido por Santiago Menghini e roteirizado por Jon Croker, a obra é baseada no romance “No One Gets Out Alive” do britânico Adam Nevill. Ela acompanha a solitária protagonista que em busca de uma vida estável, após perder a sua mãe, vê seus planos indo por água abaixo. Além de levar um golpe e não conseguir arrumar um bom emprego, o único lugar onde Ambar é aceita sem que precise mostrar os documentos, esconde uma realidade bizarra que irá afunda-la ainda mais num abismo distante de tudo o que sonhou.

Infelizmente o interessante do filme fica só na premissa mesmo. O conteúdo que a princípio é oferecido, em sua execução é mal aproveitado, ou melhor, totalmente dispensado. Trata-se da trajetória de uma personagem mulher, sem família, morando de forma ilegal em outro país e numa casa mal assombrada, ou seja, um prato cheio para a construção de um drama assustador que cative qualquer um, porém não é o que acontece aqui, pelo contrário, todos esses ingredientes intrigantes são base para justificar acontecimentos que são saem da superfície.

A obra é na verdade bastante blasé, pois tudo o que tenta fazer gera nada mais ou nada menos do que indiferença. Começando pela estética convencional, típica e nada inovadora. Os tons frios, a ênfase no azul e vermelho, os cenários claustrofóbicos, apesar de serem bem feitos, não vão além do que do que já é batido. Essa atmosfera amena também se estende para a história. Além do visual corriqueiro, a trama passa por quase uma hora sem estabelecer absolutamente nada, até que finalmente engate. Os dois primeiros atos seguem em ritmo lento e não revelam algo concreto para fazer com que o espectador continue curioso. Os elementos que dão ritmo ao filme ficam todos para o final, e tendo a oportunidade de salvar o seu travejo, o roteiro consegue vacilar mais uma vez ao expor uma resolução confusa e cheia de furos.

“Ninguém sai vivo” não ousa, não inova, mas se mantém em sua zona de conforto. A incapacidade de trazer algo que possa ser chamado de seu e soluções lúcidas para os próprios conflitos é a causa de não conseguir fazer com que o espectador abrace a história.

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Escrita por Victória da Silva

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