Senhoras, senhores e senhoritas, vos apresento… Os Bridgertons
A série dos 8 irmãos e 9 livros da Família Bridgertons começa, bom, pelo começo. Quando se fala em contos românticos da era vitoriana, tem alguns elementos que não podem faltar: um casal improvável, uma mocinha a frente do seu tempo e um herói romântico perfeito em sua imperfeição.
Os dois primeiros livros da série lida com a vida amorosa dos primogênitos (a filha mais velha e o filho mais velho, respectivamente), que logo de início da traz um estilo diferente ao gênero mas com um quê de Jane Austen na ironia e na apresentação que já encanta e prende os leitores aficionados no gênero.
Mas vamos aos livros propriamente ditos.
‘O Duque e Eu’, primeiro livro lançado, traz a narrativa de Daphne – a quarta filha dos Bridgertons mas a primeira filha mulher – já em idade de se casar e há DUAS TEMPORADAS (!!) sem pretendentes aceitáveis e Simon Basset, duque de Hastings (e do título), amigo do irmão mais velho de Daphne que resolve ajudá-la a arranjar pretendentes de forma nada tradicional: fingindo interesse na moça, para que os outros solteiros também notem sua presença.
É spoiler falar que eles vão se apaixonar no meio desse plano absurdo? Poque se for, bom SPOILER ALERT! Se não, segue o baile. E os bailes aqui são a alma da história e do relacionamento dos dois. Com um natureza expansiva e decidida, Daphne traz um dinamismo poucas vezes encontrados em mocinhas históricas e leva o seu papel de protagonista com louvor: o tempo todo, ela decide ativamente o seu destino e não fica esperando que outros resolvam seus problemas por ela. Sofre? Sofre, mas pessoas decididas também são frágeis e a autora sabe equilibrar bem essas facetas da personagem e nos presentear com alguém que realmente nos importamos.
O que nos leva a Simon, nosso duque. Taciturno e alheio às festas e compromissos sociais (qualquer semelhança com o eterno Sr. Darcy pode ser coincidência mesmo ou o olhar já viciado dessa resenhista que lhes escreve), ele se depara com uma situação até então desconhecida a ele: o apelo e atenção indesejada das mães e debutantes da sociedade inglesa. Desconhecida a ele porque o galante passou a vida inteira fugindo- literalmente – do pai e só retornou a Inglaterra com sua morte.
Entre a família amorosa que cerca Daphne e o histórico nada feliz do duque, temos situações das mais emotivas às mais engraçadas mas sempre cotidianas que fazem não só os dois pombinhos se aproximarem como os leitores identificar e torcer para que os dois consigam superar seus problemas.
Essa mesma identificação não ocorre em ‘O Visconde Que Me Amava’. Não que o livro deixe a desejar (por favor, ele é maravilhoso, já chego lá) mas de cara, já temos uma relação gato-e-rato (bem batida) entre Edwina Sheffield, uma debutante sem nenhuma esperanças de se casar e por isso mesmo, com menos vontade ainda de ser agradável mas que ama e quer proteger a linda e amável irmã mais nova de pretendentes sem valor e Anthony Bridgerton, um dos pretendentes considerados indesejáveis – sua fama de libertino percorre toda a Londres. E caso tenha ficado dúvidas, ele ´O Visconde Que Ama’ do título.
O Visconde e a dama só tem uma coisa em comum: ambos protegem a família com tudo que têm e os ama acima de tudo. Esse é o motivo do conflito e eventualmente o motivo que os une. Mas até essa união vamos rir – e nos irritar- bastante com ambos os lados e suas brigas, teimosias e tiradas irônicas (e aqui vocês vão perdoar mais uma vez o olho viciado da resenhista porque é muito Orgulho e Preconceito sim – por sinal, neste livro temos uma citação direta a autora inglesa😍)
Os dois livros terminam como todo livro de romance vitoriano à la Austen deve terminar: em casamento. Mas, Deus abençoe o Século XXI, Quinn é mais do que capaz de colocar em seus livros cenas pós-casamento. Com toda delicadeza e romantismo que lhe preza, a autora consegue imbuir notas menores e maiores de sensualidade ao longo de toda narrativa até culminar numa noite de núpcias de tirar o fôlego.
Altamente recomendado a quem gosta do gênero e principalmente, àqueles que não gostam, esses livros podem ser a porta de entrada para um novo universo inesperado a quem não conhece e totalmente ansiado a quem já se apaixonou há tempos pela Londres Vitoriana.
P.s. Lady Whistledowné ou não é a m.e.l.h.o.r colunista de fofoca de todas as eras?
P.s.2 Teremos a resenha dos outros livros também, sempre em pares. Aguardem!
Titulo: O Duque e Eu
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro;
Gêneros: Romance
Série – Volume: 1
Número de páginas: 288 páginas
ISBN: 9788580411461
Ano: 2013
Titulo: O Visconde Que Me Amava
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro;
Gêneros: Romance
Série – Volume: 2
Número de páginas: 304 páginas
ISBN: 9788580411973
Ano: 2013
Resenha escrita por Ludmilla Fadel (@ludmilla_fadel)