“Eu não me sinto uma pessoa boa“, é assim que Jaloo inicia a faixa-título de “MAU”, o terceiro álbum de estúdio da artista, que foi lançado nesta quarta (25). Com o primeiro projeto solo em 4 anos, a cantora está de volta para concluir uma trajetória que começou com o “#1” (2015) e seguiu pelo “ft (pt.1)“, de 2019.
Ao longo de dez canções compostas e produzidas por ela mesma, Jaloo explora o seu lado mais feminino, com coragem e intensidade. “O terceiro disco está sendo muito natural. Eu estou vivendo uma fase diferente da minha vida. Finalmente estou dando uma atenção para mim, e principalmente para o feminino que sempre habitou em mim, de uma forma muito mais atenta e natural, até“, contou Jaloo para a Glamour.
No quesito sonoridade, “MAU” carrega influências diretas do tecnobrega, original do Belém. O gênero musical propõe uma união de elementos da música eletrônica e do pop, se aproveitando dos regionalismos do estado em que Jaloo nasceu. Por outro lado, nomes como Gaby Amarantos e Pabllo Vittar também já se aventuraram pelo estilo.
Duas músicas em que essa referência fica mais clara é “Pra quê amor?” e “Tudo Passa“, trazendo a malemolência dançante e sensual típica do tecnobrega. Ainda assim, Jaloo traz composições reflexivas e, muitas vezes, até mesmo, carregadas de melancolia.
“Deixei meu inconsciente se manifestar. Passei muito tempo refletindo, olhando para minhas sombras, para os padrões que repetia. Isso me levou a mudar atitudes e comportamentos que já não funcionavam para mim“, explicou para a Marie Claire sobre o processo criativo de “MAU“.
“‘MAU’ é um disco extremamente íntimo”, conta Jaloo
Desde o lançamento da faixa-título em agosto, Jaloo chegou surpreendendo o que os fãs esperavam em um novo projeto. “‘MAU’ parece uma música boba sobre engolir pau, mas que desdobra num subtexto sobre saúde mental, auto-reconhecimento, insignificância e amar todos os seus lados, principalmente os que te envergonham“, observou a cantora no Instagram durante a divulgação do álbum.
No single seguinte, “Quero Te Ver Gozar“, Jaloo apostou em quebrar as expectativas do público de outra maneira. A contradição no verso “Quero te ver gozar ao me fazer chorar” tangencia toda a composição, que apesar de carregar clara conotação sexual no título, explora as dores da rejeição ao desejar alguém.
“Seus olhos tão verdes, enormes, falam mais que tudo. Teu tesão para um X perturbadoramente feliz, eu não te julgo”
Jaloo na letra de “Quero Te Ver Gozar”
Se “MAU” começa com a agitação de músicas como “Pode” e “Phonk-me“, as reflexões finais do disco vão se tornando cada vez mais, sonoramente, introspectivas. Faixas como “Profano” e “Ocitona” são exemplos dessa construção que, ainda assim, é fluida e diversa, prendendo a atenção do ouvinte até o encerramento com “A verdade é que a cidade vai me matar“.
“Acredito ser eletrônico, intenso, brasileiro e urgente! É um disco maduramente mortífero e, talvez, por conta disso – cheio de vida“, contou Jaloo em suas redes sociais. “MAU” é o terceiro disco solo da cantora paraense e está disponível em todas as plataformas digitais.
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