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“Tem Alguém na sua Casa” não dá vontade de assistir até o fim | Crítica

O novo slasher “Tem alguém na sua casa”, produzido pela Atomic Monster em parceria da 21 Laps, chegou esta semana ao catalogo da Netflix e mesmo sendo tão recente, vem desencadeando diversos comentários negativos pela web. Mas porque será que a obra, baseada no romance de mesmo nome de Stephanie Perkins (2017), tem causado tanto incômodo?

Escrito por Henry Gayden e dirigido por Patrick Brice, o filme acompanha a final girl Makani Young (Sydney Park) e seus amigos numa experiência escolar macabra: um Serial Killer mascarado solto pela cidade está matando diversos alunos e revelando seus segredos mais obscuros. Assim como o restante da escola, Young e companhia se tornam alvos do assassino e precisam encontrar um jeito para salvar a si mesmos e o restante da escola.

É verdade que os slashers não são conhecidos por serem profundos e cheios de camadas, mas são comumente apontados pela adrenalina e o suspense que carregam, assim como as perseguições e mortes criativas. Acontece que “Tem alguém na sua casa” é o total oposto de tudo isso. Primeiro que o elenco, em maior parte por causa do roteiro, não atribui nenhum elemento atraente e as relações de amizade possuem quase nenhuma química, o que faz com que o espectador não se importe com nenhum deles. Tudo bem que em projetos do gênero geralmente boa parte dos personagens não são criados para nos apegarmos, já que a maioria vai morrer antes de pensarmos em criar alguma conexão, porém em certos momentos o próprio filme em questão parece querer tratar determinados indivíduos de forma mais íntima, só que isso é feito de forma totalmente relaxada e ineficaz. Para citar um exemplo, é possível falar sobre a própria protagonista, que apesar de possuir a trajetória mais relevante da trama, durante toda a imagem na tela não consegue se posicionar ou expressar reação em relação aos conflitos que a rodeiam. Sua história acaba se tornando distante demais e difícil de acompanhar.

Olhando por perspectivas diferentes, pode-se especular que a intenção da obra não seria introduzir personagem algum com mais intimidade e que estaria mais preocupada em apresentar uma perseguição de tirar o fôlego. Se essa for a real intenção, não há saída para o fim miserável que teve. O caminho que o grupo de amigos traça durante quase uma hora e quarenta minutos é um amontoado de sequencias mornas e sem grandes acontecimentos. Até o vilão que deveria ter mais relevância para a trama não é nem um pouco assustador e tão desinteressante quanto o resto da história, sem falar nas vergonhosas cenas de morte que são precárias até no quesito jumpscare.

Com um desfecho previsível, o longa se encerra sem conseguir conduzir o espectador a sequer um sentimento de que algo valeu a pena. Vale lembrar que em diversos momentos o filme parece querer criticar alguns comportamentos condenáveis entre os jovens, como o bullying, mas isso é outra coisa que é feita de forma superficial e que acaba se tornando mais um detalhe descartável.

Com um enredo tedioso e personagens cansativos, “Tem alguém na sua casa” não desperta curiosidade e muito menos medo. É, na verdade, um filme que precisa de muito esforço para encarar até o fim.

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