Nesta segunda feira (23), o cineasta Woody Allen, de 84 anos, lança timidamente seu livro de memórias “Apropos of Nothing” – A propósito de Nada – pela Arcade Publishing, embora tenha sido recusado por sua editora original, segundo informações da Associated Press. Em seu livro autobiográfico de 400 páginas, Allen compartilha histórias desde sua infância no Brooklyn até sua carreira de sucesso como cineasta, roteirista, escritor, ator e também explora sua intimidade como relacionamentos com a família e amigos.
Em meio a atual pandemia do novo corona vírus, o livro chega sem muito aviso prévio e, segundo a Skyshore Publishing (dona da marca Arcade), nenhuma decisão foi tomada se Allen daria entrevistas ou não. Apesar de vários países pela Europa terem manifestado interesse no lançamento da obra, a editora também não declarou nenhuma informação a esse respeito, tampouco detalhes sobre o acordo entre a marca e o escritor.
Apropos of Nothing, como era de se esperar, começa em um tom irônico onde Woody Allen descreve a maneira como foi educado em sua infancia, além de casos de amor pela cidade de Nova York com a atriz Diane Keaton e alguns relatos carregados de nostalgia e angústia – marca registrada em várias produções de Allen como “A Era do Rádio”, “A Rosa Púrpura do Cairo”, “Annie Hall” e “Hannah e suas irmãs”.
Há décadas o diretor é acusado por sua ex esposa Mia Farrow de ter abusado de sua filha Dylan Farrow – adotada pelo até então casal em 1992 – e isso veio a definir sua vida pública nos últimos tempos. Depois de separados, Allen se casou em 1997 com sua filha adotiva, 30 anos mais jovem, Soon-Yi Previn a quem dedica sua autobiografia.
Parceiros no trabalho e amigos de longa data, Woody Allen e a atriz Diane Keaton chegaram até mesmo a namorar. Há dois anos, a atriz publicou em suas redes sociais em defesa a Allen: “Woody Allen é meu amigo e continuo acreditando nele”. Keaton ganhou um Oscar por “Noivo neurótico, noiva nervosa” (1977), dirigido pelo cineasta e um grande sucesso da carreira de ambos.
O escritor e diretor nega essas denúncias desde então: “Eu sou confiável e eu estou dizendo a verdade“. Apesar disso, a sua imagem pública nunca mais voltou ser a mesma e embora considerado um gênio da história do cinema, hoje seu nome gera debates sobre como separar obras tão boas de um autor que, diante das acusações, tem seu caráter colocado em duvida.
O livro ainda não tem previsão de lançamento aqui no Brasil.