A Globo se projeta para o futuro com a inauguração do maior estúdio permanente de Produção Virtual da América Latina. Com mais de 1.500 m2, o novo espaço integra tecnologias de ponta como câmeras com tracking de alta precisão e recursos de Inteligência Artificial e Realidade Aumentada em mais de 300 m2 de telas de LED.
O uso de produção virtual une o mundo real e virtual de forma fluida, trazendo inúmeras mudanças na cadeia de produção, como a possibilidade de gravar em lugares inóspitos e de difícil acesso, a otimização de recursos, a redução de deslocamentos e a não dependência de fatores externos como variações climáticas, ampliando as possibilidades criativas para o desenvolvimento de conteúdo.
“A inauguração desse estúdio vai nos abrir um caminho enorme de possibilidades. Ele junta o melhor da tecnologia com a nossa capacidade de reconstituir ambientes físicos, unindo talento humano e tecnologia para quebrar barreiras. Isso nos enche de ideias e vem em um momento em que a Globo está prestes a completar 100 anos como empresa, ressaltando a nossa vocação e tradição para contar boas histórias”, celebra Amauri Soares, Diretor executivo dos Estúdios Globo e TV Globo.
A produção virtual, somada aos recursos de inteligência artificial, recria virtualmente ambientes a partir de imagens reais com autenticidade e agilidade. Com a Realidade Aumentada é possível inserir camadas interativas nas cenas, conectando elementos virtuais ao mundo físico e levando o público a uma experiência autêntica e imersiva.
“Esse estúdio transforma o método em que trabalhamos na produção de conteúdo na Globo. Tradicionalmente, as áreas de tecnologia entram no projeto na fase de captação e pós-produção. Com a Produção Virtual, trazemos todo o trabalho que antes era feito na pós para a etapa de conceituação do conteúdo, atuando junto desde o nascimento do conteúdo”, completa Marcelo Bossoni, Diretor de Tecnologia para conteúdos da Globo.
Economia em recursos e materiais
A tecnologia gera ainda uma significativa redução de uso de recursos e materiais utilizados em cenários convencionais, como madeira, tintas e plásticos. A criação de uma biblioteca de ativos 3D permite a reutilização de cenários como restaurantes, aeroportos e hospitais, criando espaços multiuso e sustentáveis de maneira virtual. Há também o ganho logístico, com a diminuição do deslocamento de equipes em gravações externas, reduzindo a emissão de carbono e o consumo de combustíveis em toda a cadeia de produção.
“Tudo isso funcionando junto, com altíssima resolução de imagem e cor, além de elementos digitais sincronizados exibidos pela tela podendo ser em 3D, 2D e Realidade Aumentada, gera o hiper-realismo na produção de conteúdo. A gente dá continuidade a uma jornada, que começou há um ano e meio, levando para quem está em casa o que há de mais moderno entre os melhores estúdios de produção virtual do mundo”, destaca Fernando Alonso, Diretor de Pós-Produção e Design da Globo, destaca como a produção virtual.
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Tecnologia já foi vista pelos telespectadores
A primeira experiência de Produção Virtual dos Estúdios Globo foi com o Estúdio Olímpico, que serviu de cenário para a cobertura dos Jogos 2024 e simulou a vista de Paris a partir da Torre Eiffel, com uma projeção da Cidade Luz em 3D ultrarrealista. Já na novela “Volta por Cima”, nos primeiros capítulos uma cena foi criada com a Produção Virtual em que um ônibus sofre um acidente.
“Uma cena como essa, que se passa em um ônibus pendurado no viaduto, seria inviável de ser produzida pelos métodos tradicionais tendo em vista tudo que demanda em termos de mobilização, além dos riscos. Seria uma externa muito difícil e, a partir do momento que a gente traz essa sequência para o estúdio de Produção Virtual, temos o controle de todas as variáveis. Dessa forma, eu pude me concentrar totalmente na dramaturgia”, relembra André Câmara, diretor artístico da novela das sete.
Novas tecnologias, novas produções
Atualmente, o Estúdio de Produção Virtual está a serviço do documentário que narra a história centenária d’O Globo, reproduzindo a redação do jornal em três épocas: nas décadas de 1930, 1960/70 e 1980. “Essa ferramenta é extremamente versátil. Nosso desafio foi recriar lugares que não existem mais, como a redação do O Globo em seus primeiros anos, usando apenas fotos de arquivo como referência. Conseguir reproduzir esses ambientes com tanto realismo, a ponto de emocionar os entrevistados ao entrarem no set, nos enche de orgulho. É especialmente gratificante saber que tudo, desde o piso até a tecnologia, é desenvolvido 100% nos Estúdios Globo”, destaca Gian Carlo Bellotti, diretor artístico do documentário O Século de Globo.
Outro projeto desenvolvido para ser gravado integralmente no Estúdio de Produção Virtual, e que está em fase de pré-produção, é o longa-metragem Antártida, thriller que se passa na base brasileira no local quando as temperaturas chegam a -30°C, com ventos de 200km/h e apenas uma hora de sol por dia. “É revolucionária essa integração fluida entre virtual e real. Diferente das cenas em chroma key, onde o elenco muitas vezes atua diante de um fundo verde, na produção virtual, eles estão imersos na atmosfera da obra, tornando a experiência muito mais envolvente. Isso se aplica tanto à parte artística quanto à técnica, garantindo uma autenticidade maior”, afirma Bruno Safadi, diretor artístico de Antártida.