MC Cabelinho lançou na última segunda-feira (27) em todas as plataformas digitais o primeiro álbum da carreira, o “Ainda”. O nome do álbum faz referência ao novo significado da palavra dentro das comunidades caiocas, subvertendo o sentido da língua portuguesa. “por exemplo, eu pergunto para você: ‘vai pro baile hoje?’, você me responde: ‘ainda?’. Esse ‘ainda’ vem da ideia de ‘ainda pergunta? É claro que eu vou!'”, explica o MC.
Com a ajuda dos DJs Juninho e Portugal, o cantor transformou em música todos os sons do lugar onde cresceu, o PPG (conjunto das comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, no Rio de Janeiro). “Ainda” é dividido em três partes, sendo elas: as crônicas da vida urbana, as love songs e as músicas de superação.
Com arranjos feitos no teclado, MC Cabelinho canta a força e a delicadeza que é viver dentro da favela, abrindo espaço para gerações futuras sonharem o mesmo sonho que o norteia. “Ainda” é um disco de crônicas que documenta a existência do corpo negro em um país bastante violento e opressor, e leva a mensagem da favela para o asfalto, que ainda não saiu de casa devido à pandemia do novo coronavírus.
A literatura realista de Cabelinho já começa na faixa de abertura, “Reflexo”, uma parceria com o rapper BK. A música “Verdade de Perto”, gravada com MC Orelha, relata a união do PPG quando as ameaças externas se aproximam e traz um coral ao fundo que dá a impressão de que a comunidade canta junto com os artistas.
O projeto conta ainda com “Beco do Pistão” e “Em Busca do Prazer”, além de “Essa Noite” e “Recaídas”, que possuem batidas mais ligadas ao pop, com uma temática mais romântica e participações de peso, do cantor Gaab e da cantora Budah, respectivamente.“Favela Venceu”, “Tem Bala Sou Eu” e “Agradecer” fecham o álbum.
Escute o “Ainda”: