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“A Guerra do Amanhã” prova que, às vezes, menos pode ser mais | Crítica

A recente estreia da Amazon Prime Video da ficção científica/ação/apocalipse/conflito familiar/filme de guerra decepcionou muitos que a aguardavam por conta da sua “crise de identidade” ao tentar se encaixar em tudo para no fim acabar não se encaixando em nada.

Após a informação de que no futuro a Terra será atacada por alienígenas bizarros, Dan Forester (Chris Pratt), um ex-militar e também professor de biologia que sonha em um dia se tornar um grande pesquisador, é recrutado pelo governo americano para a tarefa de abandonar tudo e viajar no tempo para o ano de 2051 a fim de lutar contra esses monstrengos intergalácticos que querem aniquilar a raça humana.

Mesmo que de maneira despretensiosa, falar sobre assuntos como viagem no tempo convida quem assiste a fazer reflexões existencialistas, mas apesar dos lapsos de confrontos filosóficos que o roteiro finge oferecer, ele faz questão de resgatar o espectador de sua submersão nas horas mais inoportunas através de alívios cômicos para lembra-lo de que não é do seu interesse conversar tão profundamente assim sobre os propósitos da vida humana.

Essas fugas são concentradas principalmente no elenco de apoio, como o personagem Charlie (Sam Richardson) que apesar de estar desafiando o tempo-espaço e o tempo todo correndo risco de ser devorado por um monstro de outro planeta, tem sempre um minutinho para fazer uma piada. No caso de Pratt, enquanto seu personagem resolve seus inúmeros problemas de maneira bem preguiçosa, ele com a sua atuação não ruim, porém razoável dá xeque-mate em tornar a produção um tanto morna.

Parece que o diretor Chris Mckay e o roteirista Zach Dean uniram forças para agradar os fãs de todos os gostos ao levantarem questões relativas a diversos gêneros cinematográficos, porém falharam tragicamente ao não conseguirem construir arcos dinâmicos o suficiente que sustentassem a existência de tantos dilemas. De forma muito precipitada o filme passeia pelos seus momentos iniciais plantando sementes de conflitos sem a intenção de desenvolvê-los de forma satisfatória e entrega duas horas e quinze minutos com resoluções óbvias pautadas em coincidências risíveis.

Apesar de tudo, Mckay serve bem os fãs com sequências energéticas de ação, bem editadas e com ótimos efeitos visuais. Além de que de forma muito simpática faz questão de pontuar a educação e a ciência como importantes meios de solucionar problemas.

Por fim, “A Guerra do Amanhã” falhou quando perdeu o foco da sua própria construção, e talvez se desse muito melhor se decidisse onde quer se enfiar, sem deixar para quem assiste o trabalho de encaixa-lo, conforme seu gosto pessoal, em algum lugar.

Confira o trailer:

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Escrita por Victória da Silva