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“Amor Perfeito” se inspira em clássico espanhol e traz história de amor repleta de diversidade

Camila Queiroz e Diogo Almeida | Foto: Globo/Bob Paulino

Após o enorme sucesso de “Mar do Sertão”, a novela “Amor Perfeito” chega na programação da Globo para ocupar a faixa das seis na emissora. Estrelada por Camila Queiroz, Mariana Ximenes e grande elenco, a produção é livremente inspirada no livro “Marcelino Pão e Vinho”, do autor espanhol José María Sánchez Silva, publicado pela primeira vez no começo dos anos 50.

Na trama, Marê é uma moça independente e filha única do empresário Leonel Rubião (Paulo Gorgulho). Após vencer a resistência do pai, vai estudar em São Paulo, onde conhece Orlando (Diogo Almeida) e se apaixona. Porém, os planos de Marê são interrompidos quando será presa com a acusação de ter matado o próprio pai, um plano orquestrado por Gilda (Mariana Ximenes), a própria madrasta.

Na cadeia, a única herdeira da Grupo Rubião descobre que está grávida e ao dar à luz é separada da criança, que só consegue começar a procurar nove anos mais tarde quando sairá do encarceramento. Marcelino (Levi Asaf) foi parar em uma irmandade ao lado de outras crianças e diversos religiosos.

De acordo com o autor Julio Fisher, o conto “Marcelino Pão e Vinho” foi apenas a semente para a criação do folhetim. “A primeira ideia da novela foi o livro “Marcelino Pão e Vinho”, porém, só o livro, assim como o filme, não tem estrutura de folhetim. Então a partir desta semente criamos um folhetim. Fizemos a mãe do Marcelino e tudo o que cerca essa mãe. No livro, ele sabe que a mãe dele morreu. E nós decidimos não fazer por aí. Deixamos a mãe viva. É como se a gente encontrasse um fóssil de dinossauro e fosse reconstruindo. A irmandade e o Grande Hotel funcionam como os grandes polos. O hotel carrega o glamour da década de 40 e vai ser o foco de disputa entre a Marê (Camila Queiroz) e a Gilda (Mariana Ximenes). O hotel atrai a elite da época que vai para se aproveitar da natureza com suas águas termais. O ano de 1942, que ambienta a novela, é muito feliz porque o Brasil ainda não entrou ativamente na Segunda Guerra. A gente vai tentar transmitir a pulsação dessa época.”, adiantou o autor.

Duca Rachid complementou o colega: “A ideia inicial foi puramente afetiva porque ‘Marcelino Pão e Vinho’ foi o primeiro filme que vi e com a minha avó, que era analfabeta. Isso me marcou muito. Enxerguei um potencial dramatúrgico também. Eu li o livro acho que com sete ou oito anos. Todas as minhas histórias passam por escolhas afetivas. E é um projeto antigo que eu e o Júlio fizemos quando ainda estávamos escrevendo ‘O Sítio do Pica-Pau Amarelo’, em 2003.”

“A gente vai ver muita coisa do livro, mas muita história que tivemos que construir. O Hotel funciona como a arena da disputa e a Irmandade como a arena do amor. A gente tentou retratar um Brasil mais real e descobrimos uma elite negra que sempre existiu no Brasil e foi apagada por uma narrativa hegemônica do sul e sudeste. A gente vai falar de racismo, mas os personagens não estão lá só para serem afetados pelo racismo. Tentamos recuperar esse valor negro que sempre existiu no Brasil.”, continuou Duca.

Ainda durante o bate papo com a imprensa, autor Elisio Lopes falou sobre a diversidade que o público encontrará na cidade fictícia de Águas de São Jacinto. “Nossa cidade do interior de Minas, fronteira com a Bahia, serve como caracterização que dialoga com o livro, mas que traz para a gente uma diversidade que estava ali, mas não estava sendo retratada. Até porque é muito difícil achar registros, até pela questão econômica porque até para tirar uma foto precisava de muito dinheiro. E o grande objetivo da novela é falar do amor, do amor diverso, do amor entre mãe e filho, e o que consiste a diversidade de raças. E também falamos da terceira idade através dos padres porque são todos idosos e eles se dedicam ao menino. A gente queria essa coisa geracional da criança com os idosos como se fosse um novo arranjo familiar.”, observou o escritor.

Já André Câmara comentou sobre os desafios da produção e revelou outra grande referência, a série  série “Bridgerton”, da Netflix. “O desafio de fazer uma novela é muito grande. Fazer ‘Amor Perfeito’ está significando um grande presente. Tem algo peculiar. Já li várias sinopses de novela, mas essa tem uma singularidade. Os personagens são apresentados como pretos e brancos. Nunca vi isso em sinopses e os pretos eram sempre colocados em condições desiguais dos brancos. Pensando em como jogar luz nesse povo que sempre viveu nas sombras, principalmente nas décadas de 30 e 40, usamos nosso desejo estético baseado na série ‘Bridgerton’. Colocá-los elegantes e sem mexer no cabelo. Só que a série ignorava a questão do racismo e da escravização e nós não podemos fazer isso. Mas ao mesmo tempo não colocamos os personagens sofrendo racismo e abaixando a cabeça. Eles respondem na hora. Aí pegamos referência em Tarcila do Amaral, por exemplo. O desafio é grande, mas só está começando. Estamos gravando os primeiros 15 capítulos e temos mais 150 pela frente!”, se animou o diretor.

Estrelada por Camila QueirozDiogo Almeida e Levi Asaf“Amor Perfeito” é a nova novela das seis da Globo e estreia em 20 de março na emissora. A produção é criada e escrita por Duca Rachid e Júlio Fischer com direção artística de André Câmara e direção de gênero de José Luiz Villamarim.

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Escrita por Otavio Pinheiro

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