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“Chaves – Um Tributo Musical” reapresenta história já conhecida de maneira inteligente

Isso… isso… isso…

Após uma temporada de muito sucesso que estreou no segundo semestre de 2019, “Chaves – Um Tributo Musical” conta a história do atrapalhado menino apaixonado por sanduíches de presunto e está de volta aos palcos de São Paulo numa curtíssississima temporada, no Teatro Opus Frei Caneca. O espetáculo responsável por emocionar milhares de pessoas conquistou 5 prêmios Bibi Ferreira, incluindo o de Melhor Musical Brasileiro.

O programa que narra as aventuras cotidianas do nosso protagonista estreou no SBT no ano de 1984. E, novamente, São Paulo dá as boas-vindas à mesma Vila e seus divertidos e emblemáticos personagens em uma homenagem musical à Roberto Gomez Bolaños, o criador e intérprete do Chaves.

Com direção de Zé Henrique de Paula, texto e direção musical de Fernanda Maia e coreografias de Gabriel Malo, o musical nos confunde deliciosamente com sua cômica abertura, onde nos deparamos com alguns palhaços responsáveis por entrevistar e carimbar o passaporte de outros profissionais de nariz vermelho tentando ingressar no Palhacéu – o céu destinado aos seus colegas de profissão. Após responderem a algumas questões feitas pelos entrevistadores, os palhaços que são aprovados fazem a travessia e o processo de perguntas e respostas com os demais da fila continua. É só quando um homem – de blazer amarelo, calça jeans e sapatos sérios – que quer se submeter ao teste e ingressar no mesmo local dos demais é barrado que as coisas começam a fazer sentido. O tal homem é Roberto Gomez Bolaños e sua tarefa é conduzir os fiscais em um passeio pela tão famosa Vila para convencê-los de que ele divertiu as pessoas durante sua passagem pela Terra.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Fabiano Augusto é quem dá vida à Bolaños mais uma vez. O ator, que já integrou o elenco de musicais como “Carmen, a pequena grande notável” e “Rita Lee mora ao lado”, tem um papel fundamental no enredo e é responsável pela cena que mais me emociona durante todo o espetáculo – o encontro entre criador (Bolaños) e criatura (Chaves) precedida pelo tocante diálogo entre ambos. Outro encontro bonito de Fabiano em cena é quando ele canta para Dona Florinda (Maria Clara Manesco), com quem Roberto foi casado na vida real. O tom suplicante e urgente que o apaixonado carrega em sua voz é surpreendente.

Mateus Ribeiro retorna ao papel título entregando um Chaves divertidíssimo e impecável. Não é novidade nenhuma o talento que o veterano possui e, quem o acompanha de outros espetáculos (“Peter Pan”, “Sweeney Todd”, “Cabaré dos Bichos”, “Meu amigo Charlie Brown”, entre outros), sabe o que o ator é capaz de fazer. Sempre se reinventando e entregando personagens cada vez mais distintos, peculiares e cheios de técnica provenientes de horas de estudos, Mateus consegue trazer a pureza e inocência que o Chaves possui, além das traquinagens clássicas seguidas pelos bordões “ninguém tem paciência comigo” e “tá bom, mas não se irrite”. Outro ponto interessante é que Mateus adquiriu mais liberdade ao improvisar algumas cenas, como acontece durante a aula do Professor Girafales (Daniel Guisard). Isso só mostra mais uma faceta bem desenvolvida do ator.

Entre uma temporada e outra algumas mudanças no elenco foram feitas. Dessa vez, por exemplo, Larissa Landim – que anteriormente interpretava a palhaça Patinete e era cover da Chiquinha – assume o papel da filha do Seu Madruga (André Pottes) e desempenha tal papel com genialidade e desenvoltura. Ao seu lado, para completar o trio responsável por grande parte das confusões que cercam os moradores da Vila, temos Gustavo Wabner, que dá vida ao tesouro mimado Quico. Erika Altimeyer também se juntou ao elenco e interpreta a temida Bruxa do… quero dizer… Dona Clotilde. Junto a André, ela protagoniza cenas de humor muito bem construídas e a química que existe entre ambos é muito satisfatória.

Os palhaços são um deleite à parte e as trapalhadas e confusões feitas por eles garantem gargalhadas nada discretas dos espectadores. Dante Paccola, que interpreta o Dr. Zambeta, está genuinamente confortável nesse papel e entrega um timing pra comédia certeiro e irretocável.

Os demais atores estão igualmente sensacionais e a homenagem ao nosso querido Bolaños/Chaves não poderia ter sido mais assertiva. Além de fugir de uma mera reprodução do que estávamos acostumados a assistir quando ligávamos a televisão pós aula, o musical nos apresenta aos já conhecidos moradores da Vila de uma maneira nada óbvia e com um enredo inteligente e bem costurado. Nele, a facilidade pra sorrir e chorar é dosada cuidadosamente e a resposta pra isso fica estampada no rosto do público, ao final de cada apresentação.

A produção de “Chaves – Um Tributo Musical” é da Del Claro Produções e no elenco temos Mateus Ribeiro, Fabiano Augusto, André Pottes, Daniel Guisard, Erika Altimeyer, Guilherme Gila, Gustavo Wabner, Larissa Landim, Maria Clara Manesco, Dennis Pinheiro, Bel Barros, Dante Paccola, Davi Tápias, Gabriel Ebling, Laura Sciulli, Marco Azevedo e Thiago Carreira. O musical segue em cartaz até o dia 27 de novembro, com apresentações aos sábados e domingos (com exceção do dia 26), às 15hs e às 19hs e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Opus Frei Caneca ou pelo site.

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Escrita por Édipo Regis

Pernambucano em SP apaixonado por arte e suas mais variadas formas de existir. encontrou nas aquarelas e, agora, nas palavras, um jeito de expressar o que sua mente inquieta pensa.

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