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Claudia Raia retorna aos palcos em “Tarsila, a Brasileira” e comenta sobre espetáculo: “Eu estou apaixonada”

Foto: Reprodução/Instagram

Após o nascimento do filho Luca e um período de pausa, Claudia Raia retorna aos palcos com o espetáculo “Tarsila, a Brasileira”, a partir de 25 de janeiro.  O espetáculo fica em cartaz no Teatro Santander, localizado no Complexo JK Iguatemi, em São Paulo, somente até 26 de maio de 2024. 

Claudia conta que viver Tassila é um dos maiores desafios da carreira pela personagem ser a mais diferente dela mesma que todas as personagens que já deu vida nos palcos. “Esse espetáculo talvez seja o mais denso, e para uma comediante não ter uma piada é uma coisa que eu tenho que me acostumar. Eu tento às vezes tirar uma pequena piada, mas é só para mim, só para eu me divertir, na verdade o público nem percebe, mas é uma personagem que eu demorei para chegar nela, é a personagem mais diferente de mim que eu já fiz, ela não tem nada a ver comigo, ela é o oposto de mim. Tudo que eu sou para fora, tudo que eu sou bailarina, com o peito para frente, e falo com todo mundo, e dou aquela gargalhada, ela faz tudo ao contrário. Ela é uma mulher enigmática, misteriosa, tímida, e a força dela está justamente aí. E o grande desafio era fazer essa introspecção dela sem perder o tons, porque geralmente quando a personagem é um pouco mais para dentro acaba ficando fraca e ao contrário, a força dela está justamente aí.”, disse a atriz em coletiva de imprensa, em que a Poltrona Vip esteve presente.

“Uma postura completamente diferente, coreografias do Alonso que não parecem ser passos de dança, conseguiu tirar de mim o meu corpo de bailarina e eu acabar dançando com este corpo novo que a gente criou para a Tarsila.”, disse a atriz.

A atriz protagoniza e produz o musical 100% nacional que retrata a vida de Tarsila do Amaral, que com sua paleta de cores e inovação, mostrou a verdadeira face do Brasil, traduzindo a complexidade e a riqueza da cultura nacional para o mundo todo. A montagem, com texto e letras de Anna Toledo e José Possi Neto, que também assina a encenação e direção de arte, e direção musical de Guilherme Terra, traz ainda Jarbas Homem de Mello, dando vida a Oswald de Andrade. 

“Um dos maiores desafios que a gente enfrentou, foi justamente escolher quais os eventos da vida da Tarsila a gente iria explorar e investigar e jogar luz, porque alguns são muito brilhantes já, alguns são muito conhecidos e a gente não podia deixar de fora, e outros a gente queria jogar luz, que são principalmente os eventos que acontecem depois do movimento antropofágico, depois do casamento dela com Oswald, depois dela perder tudo, da quebra da bolsa de 29 fazer com que a família dela perdesse toda a riqueza e aí mudar completamente a vida dela, e isso acontece quando ela tem 45 anos, ela morreu em 86, então a gente tem uma vida ainda que a gente teve que estudar e explorar e escolher o que iluminaria.”, disse Anna Toledo.

A partir daí, correspondências e livros serviram de material de estudo, mas Anna completa ressaltando o real intuito do musical: “Foi talvez o desafio, mas acabou sendo uma questão quase que arbitrária do tipo ‘o que serve ao espetáculo’, no final das contas a decisão foi essa, foi o que que serve ao espetáculo e ao que a gente pretende comunicar com ele […] Além de contar a vida da Tarsila, a gente também quer falar sobre cultura no Brasil, sobre criação do Brasil, sobre ser mulher e ser artista, e como esses eventos serviram para contar isso que a gente queria contar.”

Num verdadeiro passeio pelo início dos anos 1900, o público terá contato com ícones, como Anita Malfatti (Keila Bueno), Mário de Andrade (Dennis Pinheiro) e Menotti del Picchia (Ivan Parente), que, com Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, formaram o quinteto de modernistas que mudaram a história da arte brasileira.

Para a personagem, Claudia cantará pela primeira vez com a própria tessitura de contralto. “É muito bacana quando as músicas são compostas para a sua voz, é onde a sua voz brilha, é o ouro da nossa voz, é a nossa tessitura, e é muito difícil, nunca se viu antes uma personagem protagonista contralto, de verdade, não é Meso Soprano, é contralto. Acabou sendo essa a sonoridade da Tarsila, por os arranjos do Gui, tudo partiu dessa sonoridade grave, trágica, mas ao mesmo tempo quente, aveludada. Então, essa composição toda, pela primeira vez a minha personagem começou pela voz, porque a gente começou a estudar as músicas muito antes e tal, partiu dessa voz, a partir dessa sonoridade veio vindo tudo junto, o corpo e tudo mais.”

O espetáculo irá abordar diversos momentos da vida de Tassila e do quanto a personalidade foi “uma mulher muito à frente do seu tempo”, como descreve Claudia. “Tassila, a brasileira” irá abordar o trisal entre ela Oswald e Pagu, etarismo, os preconceitos que viveu, o divórcio e outros assuntos extremamente contemporâneos, mas que fazem parte da história da artista. 

“É uma composição bastante difícil, é um papel dramático, denso, muito forte, que eu acabo bem cansada, porque é uma drenagem emocional absurda, é um papel lindo que eu estou apaixonada e é o momento certo para contar essa história, é um grito de SOS para a nossa cultura.”, completa Claudia.

Além deles, completam o elenco de 23 atores cantores: Carol Costa (Dulce/ Pagu), Liane Maia (Dona Olívia Guedes Penteado), Reiner Tenente (Luís Martins /Blaise Cendras), Estela Ribeiro (ensemble/ Tarsila do Amaral alternante), e também André Luiz Odin (ensemble), John Seabra (ensemble/ Mário de Andrade cover), Fernanda Godoy (ensemble/ swing), Fernanda Salla (ensemble), Guilherme Terra (Ígor Stravinsky/ Maestro condutor), Marcos Lanza (ensemble), Marilice Cosenza (ensemble/ Anita Malfatti cover), Matheus Paiva (ensemble), Mirella Guida (ensemble), Carol Botelho (ensemble / Dulce/Pagu cover), Rafael Leal (ensemble), Renato Bellini (ensemble), Vanessa Costa (ensemble / Dona Olívia Guedes Penteado cover), Guilherme Pereira (ensemble / dance captain).

Na equipe criativa de “Tarsila – a Brasileira” também estão Tony Lucchesi e Guilherme Terra (Músicas), Alonso Barros (Coreografia e Direção de Movimento), Renato Theobaldo (Cenário), Fabio Namatame (Figurino) e Dicko Lorenzo (Visagismo). Os ingressos já estão à venda na internet e pela bilheteria oficial do próprio Teatro Santander.

As apresentações ocorrem todas as quintas e sextas-feiras, às 20h; sábados e domingos às 16h e 20h. “Tarsila, a Brasileira” é apresentado pelo Ministério da Cultura e Zurich Santander, patrocínio EMS e Santander Brasil, co-patrocínio Cristália, e apoio Banco Hyundai, Cacau Show e Comgás. A produção é da Rega Início Produções Artísticas, a idealização da Raia Produções e realização da Oito Graus Produções.

Artigo escrito em colaboração com Édipo Regis.

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Escrita por Otavio Pinheiro