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“Depois a Louca Sou Eu” é um filme importante e discute saúde mental de uma forma leve e divertida | Crítica

O filme “Depois a louca Sou Eu” é protagonizado por Débora Falabella e chegou aos cinemas nesta quinta-feira, 25 de fevereiro. Com direção de Julia Rezende, a comédia dramática traz como tema central uma das questões mais importantes e discutidas por esta geração, que é a saúde mental.

Na trama, Falabella vive Dani uma jovem bastante intensa e autêntica, que desde muito pequena leva uma vida complicada. Ao mesmo tempo que a personagem encanta a todos com o talento como escritora, ela tenta de todas as formas controlar os próprios medos e constantes crises de ansiedade.

O roteiro do longa é assinado por Gustavo Lipstzein e baseado no livro autobiográfico lançado por Tati Bernardi, em 2016. Embora o filme possua um texto sensível e trate de um assunto muito delicado, há uma certa leveza entre as cenas e a produção é cheia de momentos muito cômicos.

A experiência de assistir o longa é muito interessante. No começo, é divertido acompanhar Dani vivenciando as pequenas coisas da vida e entender como ela se relaciona com o mundo, mas a medida que o desespero e a angústia tomam conta da personagem é impossível não se sensibilizar.

No decorrer do filme, Dani passa pelos mais diferentes tipos de tratamentos em busca de aliviar a ansiedade ao mesmo tempo que o filme apresenta ao público os sentimentos da personagem, além de todas as vezes que as coisas estão fugindo do próprio controle e como isso a afeta.

“Depois a Louca sou Eu” é repleto de micro-cenas, algumas duram menos de 30 segundos, e que ajudam a contar e dar ainda mais intensidade à história. Além disso, enquanto vive os acontecimentos, Dani faz comentários que mantém o público interessado e torna mais fácil compreender e embarcar ainda mais naquele sentimento, na história em si e a desenvolver ainda mais o senso de empatia pela personagem. Em determinado momento você já está tão envolvido e conhece tanto a personagem que já acredita que tal situação vai fazer mal a ela de alguma forma. E realmente vai.

Débora Falabella interpreta com maestria uma personagem muito complexa e consegue por meio de uma atuação impecável levar o público para um lugar de identificação. Um outro grande destaque é Yara de Novaes, que interpreta a Silvia, a mãe de Dani, e que é super divertida e o retrato de todas as mães que se preocupam e querem o melhor para os filhos, mas que sem perceber acabam cometendo alguns deslizes. Já Gustavo Vaz interpreta Gilberto, que é o par romântico de Dani, sendo um personagem super importante para a trama e a única pessoa com quem a escritora consegue se sentir “normal” ou pelo menos aceita a imperfeição.

“Depois a Louca Sou Eu” é uma grande produção brasileira e um filme repleto de sentimento, mas que também garante boas gargalhadas. O longa é leve, emocionante, de fácil identificação e capaz de levantar a discussão sobre os cuidados com a saúde mental em uma geração onde o assunto está tão marcado. Além de uma comédia dramática, é real, é importante e super indicado.

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Escrita por Otavio Pinheiro