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Entrevista: Ananda, a dona do hit “Quero que tu vá”, conta um pouco mais sobre sua carreira, novo single e surpresas no seu EP; vem ler!

Dona de uma voz marcante, Ananda lançou em julho seu novo single, a faixa “Quero Que Tu Vá”, em parceria de um grande amigo, o MC Koringa. A canção chegou apresentando a cantora ao público, marcando a estreia de Mc Koringa como produtor, onde assina como Joker Beats, e acabou se tornando um hit instantâneo na internet.

Inicialmente a faixa trazia apenas a voz de Ananda e um teclado, mas a internet fez questão de disseminar a faixa de todos os ritmos possíveis. “A música inicialmente nós disponibilizamos com o teclado só. Era uma voz e o teclado. Foram aparecendo as versões que foram vestindo o trabalho. Então, nós ficamos ali vendo aquilo tudo acontecer, vendo aquele leque se abrir. Até nisso eu não poderia ter sido apresentada de uma forma melhor.”, disse Ananda. Artistas como Marília Mendonça, Luísa Sonza e vários influencers também postaram vídeos cantando a faixa.

“Quero Que Tu Vá” estreou direto em 1º lugar no Viral Brasil e em 172 no Top 200 do Spotify Brasil, teve o clipe oficial lançado no último dia 21 de julho e já contabiliza mais de 10 milhões de views. Porém, ao mesmo tempo que se tornava conhecida e a música era cantada por todos, muitas pessoas também chegaram a criticar a cantora pela composição. “Recebi sim insultos como “Ah, você num tem vergonha não? Fica aí falando palavrão! Uma mulher bonita!” e aí falei “Beleza, amigo, o que tem a ver uma coisa com a outra primeiro que eu não entendi?!”. Você ser mulher, e você ser bonita, e você falar um palavrão… Gente, é uma descarga emocional, entendeu? Quem não fala?”, completou a cantora que decidiu largar a faculdade de Jornalismo para seguir o sonho de fazer música.

Ananda agora trabalha na produção do seu EP, que será lançado pela Universal Music, e já tem o single que sucederá “Quero Que Tu Vá”. A canção se chama “Dia Perfeito” e é totalmente o oposto do que ouvimos da cantora anteriormente, mas que também traz uma mensagem muito boa – para as mulheres, especialmente! Nós conversamos com a Ananda sobre todo esse sucesso, novos projetos e as críticas. Confira a entrevista na íntegra:

POLTRONA VIP: “Quero Que Tu Vá” teve sua estreia no último dia 21 no Spotify, já tem clipe e foi um hit instantâneo caindo rapidamente no gosto do povo, né? Foram feitos vários memes e versões, além da faixa ser interpretada por celebridades como Marília Mendonça, Luísa Sonza, Luka e vários influencers. Como foi pra você ver todo esse sucesso acontecendo assim tão rápido?

ANANDA: Eu fiquei muito surpresa porque a gente fez numa brincadeira, né. Posso até dizer que foi bem despretensioso, sabe? Então, depois a gente receber a música de volta e dia seguinte já aparecerem versões da música foi bem emocionante porque foi uma disseminação muito rápida. Até agora, pra te dizer a verdade, a minha ficha não caiu.

POLTRONA VIP: A faixa marcou a estreia do MC Koringa como produtor e vocês são muito amigos, né? Como foi que surgiu a ideia de trabalharem juntos?

ANANDA: Eu tive um outro trabalho onde há seis anos no funk e eu conheci um produtor que fez a minha faixa de trabalho na época, Batutinha, e ele também é amigo do Koringa ele apresentou o meu trabalho e a gente começou a se seguir nas redes, eu já o seguia, eu era fã e tal. Ele que me viu depois. E aí um dia a gente voltando de viagem e aí a gente foi po show dele e eu fiquei lá na frente cantando e dançando até que ele olhou, eu tinha um cabelo bem característico, não era o ruivo cacheado ainda, era liso e tal e eu tinha uma franja loira aí ele olhou e franziu a testa e falou “Ananda?”. Aí depois eu fui no camarim, tirei foto com ele e aí ele falou “Vamos gravar alguma coisa juntos!” sendo que na época eu tava em outro escritório então a gente só estreitou né a gente começou a se falar depois disso e até que surgiu o convite da gente produzir mesmo e eles falaram “vamos fazer isso de verdade?” e aí eu mostrei umas composições que eu tinha, a gente compõe junto também. Inclusive, a próxima música de trabalho “Dia Perfeito” a gente compôs junto também. Engraçado, né? Primeiro veio a “Quero Que Tu Vá”, que eu mando “ah, vai tomar no cu”, num sei o que, blá blá blá, bolada e agora vem a “Dia Perfeito” que é assim “Hoje eu já acordei daquele jeito, hoje o meu dia vai ser perfeito, ninguém vai tirar o meu sossego, vou juntar meu bonde pra dançar, vem que hoje é dia de maldade, de perder a linha com vontade, ficar louca e subir na mesa…” e aí vira um funk, né. Foi bem engraçada essa música que quando ele me mandou a melodia inicialmente eu achei que era pra ele. Ele me mandou só um pedacinho, um trecho e eu ouvi e nem quis saber do que se tratava, sabe? Eu só comecei a escrever e aí no final eu tinha feito uma música pra ele, que ele olhou pra mim e falou que era minha e eu falei “cara, que foda, eu acabei de fazer uma música pras mulheres!” porque eu compus numa perspectiva vendo as mulheres dançar, né. E no final a música era pra mim e eu fiz uma música pra elas. Amei!

POLTRONA VIP: Muita gente amou a música, mas palavrão ainda é um tabu para várias pessoas, ainda mais entre as mais velhas e religiosas, claro. Ainda mais se colocarmos em pauta aquela velha história de “Mulher não fala palavrão, é feio”. Você sofreu algum tipo de repressão por conta da letra da música por parte de sua família, pessoas próximas ou até mesmo de seguidores nas redes sociais? 

ANANDA:  Bom, essa questão da mulher falar palavrão estamos aí para dismitificar isso porque isso é uma coisa que não existe, não existe o que eu vou falar ou não porque meu gênero é tal. Recebi sim insultos como “Ah, você num tem vergonha não? Fica aí falando palavrão! Uma mulher bonita!” e aí falei “Beleza, amigo, o que tem a ver uma coisa com a outra primeiro que eu não entendi?!”. Você ser mulher, e você ser bonita, e você falar um palavrão… Gente, é uma descarga emocional, entendeu? Quem não fala? Quem não quer mandar uma pessoa tomar no cu pelo menos umas cinco vezes num dia? Então, assim, a gente tem que ser menos hipócrita porque as mesmas pessoas que às vezes vão me criticar, lógico que em relação à religião eu entendo e inclusive eu cresci na igreja e dentro da minha casa eu não xingo “cassete”, então assim eu sei que religião é uma outra história porque são dogmas a serem cumpridos, né. Então, é errado e eu entendo. Eu não vou chegar lá em casa e ficar cantando altão pra minha mãe por respeito à religião dela, mas isso não entrou em discussão porque no momento que eu fui levar pra ela que eu tinha uma música que tinha um palavrão ela ficou irritada, mas em momento nenhum ela me julgou por isso. Existe uma diferença muito grande entre você discordar e você julgar. “Olha, eu discordo disso porque na minha religião é isso. Então, eu não vou cantar essa música, mas você pode cantar o que você quiser porque quem faz parte de uma religião sou eu.”. Então, quando eu a vi colocando assim dessa forma eu falei “Cara, então é isso!”.

POLTRONA VIP: Fugindo um pouco de “Quero Que Tu Vá” e falando um pouco mais de você e da sua carreira, você tem uma voz lindíssima, forte e marcante. Você já tem algum projeto em mente, novas músicas, talvez um álbum aí mais pra frente, tem algo que você possa adiantar pra gente?

ANANDA: A gente tá lançando agora um EP pela Universal Music, o EP tem cinco faixas, a que vai suceder a “Quero que tu vá” é a “Dia Perfeito”, logo depois tem uma surpresinha, que eu acho que a galera não está esperando. Vai ser bem bacana, eu tô bem ansiosa por esse momento. É a terceira música e eu to apaixonada por ela. Tem um apresso especial, né. E aí a gente vai lançar as duas faixas, mas músicas de trabalho mesmo serão “Quero que tu vá”, “Dia perfeito” e “Posso falar?” [Ananda perguntou à assessoria se poderia falar o nome da terceira faixa] “Não posso nem falar o nome. Adoraria!”. Dando segmento, a gente tá completando a quarta faixa do segundo EP. E foi muito legal o que aconteceu comigo porque eu acho que não poderia ter sido apresentada de uma forma melhor. Porque assim, além dessa música caracterizar muito a Fernanda o clipe conseguiu ser muito fiel a minha realidade, meu local de trabalho, meus amigos, lá aparece o Koringa, como o Joker, que apareceu no meu caminho e lançou ele como produtor. Ele é muito criativo, então foi muito bom pra ele também ter esse engajamento. A gente fez o clipe em seis horas e foi editado no dia seguinte. Foi tudo muito rápido, a gente não teve tempo pra assimilar, sabe? Foi tudo no improviso mesmo, na essência, porque talvez se tivéssemos o tempo de fazer algo seria alguma coisa mais elaborada e tal e não ia ser fiel até a mim, que sou extremamente simples. Foi tudo muito improvisado, mas conseguiu ser fiel ao que eu vivo, então também foi muito bom. E estar com o Koringa, que é um amigo, que me ouve, eu tenho participação ativa na produção, no que eu quero cantar, ele consegue muito ter essa visão de quem eu sou, ele acredita nas minhas ideias, eu acredito nas ideias dele. Então, assim, funcionou muito bem graças a Deus com as pessoas com as pessoas que precisavam estar reunidas no trabalho, sabe?

POLTRONA VIP: Qual o estilo musical que você acha que mais se enquadra e quais são suas influências? 

ANANDA: A música inicialmente nós disponibilizamos com o teclado só. Era uma voz e o teclado. Foram aparecendo as versões que foram vestindo o trabalho. Então, nós ficamos ali vendo aquilo tudo acontecer, vendo aquele leque se abrir. Até nisso eu não poderia ter sido apresentada de uma forma melhor, porque?! Nós colocamos o teclado, certo? A música ganhou inúmeras versões, inúmeras! Eles transformaram meu trabalho em tudo virou o arrocha, trap, eletrônico e eu sou extremamente eclética. Eu escuto de jazz a funk 150. A gente tá num ponto, que graças a Deus, que outras artistas vieram abrindo esse caminho pra gente e desmistificaram isso de você querer se rotular, você precisar se rotular para ser aceito. Hoje não existe mais isso. Aí ontem eu tava cantando no piano e aí virou funk 150, virou funk, virou trap, virou arrocha, virou tudo e eu pude olhar pra aquilo tudo e falar “Gostei disso aqui e disso aqui. Então, no meu show, eu vou cantar a versão que a gente colocou no clipe, que é primeiro o piano, depois o funk e no final eu vou ter a necessidade de cantar a versão de eletrônico, que também ficou magnífica.”. Assim, eu acho que o público já está mais aberto a isso, sabe? A você não se rotular, você fazer música. O que o público quer? O público quer consumir a essência do artista, entendeu? Eu acho que a gente tem que externar isso, não ter medo de seguir uma indústria cultural produzindo mais do mesmo. A gente tem que ir se moldando, porque a gente vai mudando com o tempo. O que eu cantava há três meses, pode ser que eu não cantaria hoje. Imagina, lá trás tem um fulano que fez x, aí depois ele fez x de novo e fez x de novo porque ele quer continuar ali naquela linha com medo de sair daquilo e perder o público dele, mas ele já vai conquistar outro, ou aquele público vai falar “Olha, que maneiro! olha como ele se reinventou!”, sabe? Então eu acho que quanto na vida quanto na música é isso. Se reinventar o tempo todo externando muito o que você sente porque aí você vai ser fiel ao seu trabalho e ao seu público, que está querendo ver ali quem é você. Se você mostra na íntegra quem é você, com certeza você vai ser bem aceito. Eu acho que as pessoas estão cansadas de verem coisas iguais A gente merece isso, né. Tanto o artista quanto o ouvinte.

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Escrita por Otavio Pinheiro

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