O DJ e produtor Jonathan Costa se une ao grupo Os Hawainos no clipe da canção “Brisa Na Vibe”, nova aposta do funkeiro. A parceria marca o reencontro de dois artistas que fizeram história na Furacão 2000, equipe de funk precursora em propagar o movimento para o país.
Apesar do clima descontraído da música, Jonathan utilizou o clipe como um manifesto contra a prisão do DJ Rennan da Penha e a tentativa de criminalização do funk. O vídeo chega ao YouTube um dia após o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ter concedido habeas corpus ao músico. Renan foi condenado por associação ao tráfico de drogas, mas a falta de consistência das provas gerou protestos dos artistas e admiradores do funk.
Jonathan Costa ficou conhecido pelo hit “Jonathan da Nova Geração”, gravado pelo artista quando tinha apenas sete anos de idade. Ele é filho de Verônica Costa e Rômulo Costa, fundadores da Furacão 2000, a quem os funkeiros carinhosamente apelidaram de “Mãe Loira” e “Paizão”.
Agora, Jonathan segue voo solo e protagoniza a própria festa de funk. Em JonJon o Baile, o DJ resgata os grandes sucessos do funk, a maioria imortalizado graças às coletâneas lançadas pelos pais, e toca os novos hits do segmento.
O Poltrona Vip conversou com Jonathan Costa às vésperas do lançamento de “Brisa Na Vibe”. O funkeiro contou todos os detalhes sobre a nova parceria com Os Hawaianos e dividiu todas as impressões sobre a mais nova geração do gênero.
Poltrona Vip: O single “Brisa Na Vibe” é a novidade que você está apresentando aos fãs. Conta mais um pouquinho do novo single!
Jonathan Costa: Cara, “Brisa na Vibe” é uma música bem contagiante, que conta comigo e com Os Hawaianos trazendo toda essa essência do funk que é a coreografia e um beat que não deixa ninguém parado. Posso ficar aqui te explicando com diversas palavras e adjetivos, porém, muito melhor que explicar, é sentir. Então, convido todo mundo a assistir ao clipe de “Brisa na Vibe” que vocês vão entender.
PVIP: Como foi trabalhar com Os Hawaianos, que, como você, também são veteranos da Furacão 2000?
JC: Esse reencontro foi fantástico! Começou primeiro no lado pessoal. Há muito tempo que não falava com o Yuri [vocalista do grupo] e a gente nessa coisa de rede social, outro dia eu tava “zapeando”, ele postou uma foto, eu comentei e a gente começou a trocar uma ideia. No outro dia, eu já tava ‘qual é, Yuri, vem aqui pra casa’. Porque é aquela parada de amizade, né? Às vezes, na correria, acaba afastando, mas quando tu volta a falar com esse amigo, parece que vocês estavam se falando todo esse tempo. No outro dia, ele chegou aqui em casa e a gente tava falando sobre o funk, sobre o cenário, a evolução e tal… Nesse momento, ele me trouxe o trecho de uma música, eu escrevi o outro trecho e a gente começou a fazer o beat. Em três dias, a música já tava pronta. No quarto dia, a gente já tava testando a música na pista. A música é muito contagiante, é muito a cara do funk, trazendo toda essa experiência de tudo que a gente viveu na Furacão, com a inovação dos dias atuais, que é esse beat acelerado, com uns elementos mais ricos. Uma parada bem irada!
PVIP: Se você não sente retorno do público quando testa a música nos bailes, você não grava?
JC: Na verdade, eu super gravo e posto nas minhas redes. Quem confere meus shows, sempre tem um spoiler das músicas que estão por vir, essa é a realidade. Eu fico testando com a galera, a galera vai curtindo. Quando eles abraçam a música, aí a gente vai e lança porque o pessoal se identificou. E aí fica aquela coisa perfeita, sintonia máxima.
PVIP: Você já está imerso na indústria do funk praticamente desde nascido e acompanhou várias gerações do funk. Nessa nova leva de funkeiros que estão despontando, com quem você mais tem interesse em realizar um featuring?
JC: Cara, com todos! Eu amo a Ludmilla, Lud é incrível, Kevin O Cris, Rebecca, Rebequinha fenômeno. Tem muita gente bacana no funk, cara! Cabelinho, outro cara gigante também. O próprio Renan da Penha, vontade de fazer um som com ele. Muita gente bacana no cenário que faz a diferença hoje em dia, que não perdeu sua essência e continuou mostrando sua arte.
PVIP: Quais as principais diferenças que você apontaria entre o cenário do funk que você viu despontar quando era criança e o de hoje?
JC: Cara, não tem diferença nenhuma. O funk traz a verdade, tanto na minha época, quanto hoje em dia. O funk retrata tudo aquilo que a gente vê, tudo aquilo que a gente vive. Por isso que quando ele chega, é esse impacto, esse alvoroço todo. Ninguém fica parado e todo mundo se identifica. Porque o funk é livre, sacou? Você retrata tudo aquilo que você tá vendo, tudo aquilo que você acredita, tudo aquilo que você passa. É um dos privilégios de trabalhar com arte. Você retrata tudo isso.
PVIP: Há 2 anos, você fundou o próprio evento, o JonJon o Baile. O que o público encontra nessa festa?
JC: O JonJon o Baile é um projeto onde você vê o Jonathan Costa pós Furacão 2000 tocando, se divertindo e levando energia e sucesso. Como assim sucesso? É porque eu faço uma viagem no tempo. Eu mostro todos os sucessos de quando eu comecei, “de segunda a sexta…”, Bonde do Tigrão, fase dos DVDs da Furacão 2000 até os sucessos mais atuais, os brega funks, os 150 BPM. A galera fica uma hora e meia, duas horas, tem show que chega até a três horas. É uma loucura! E a gente se diverte com toda essa sintonia, um funk pra todo mundo. Pra quem conhece o funk, já fica louco. Pra quem não conhece, é uma experiência incrível porque a gente traz toda essa história.
PVIP: Existe alguma pressão em fundar o próprio baile sendo o filho dos principais precursores do funk?
JC: Nada! Eu sempre aprendi a fazer aquilo que eu amo e o funk eu amo desde a barriga da minha mãe. Ela grávida tava comandando um baile e a bolsa estourou. Ela saiu de lá direto pra maternidade. Desde então, meu contato com o funk sempre foi muito amor, muita alegria, muita diversão. E quando eu montei o JonJon o Baile, eu me aventurei por uma nova área, que é ser DJ e produtor, coisa que eu não queria experimentar. Na época da Furacão, comecei com 7 anos, porém, eu fui proibido de cantar e tive que descobrir novos amores. Aí eu me joguei em outras áreas da Furacão, comecei a apresentar programa de TV e rádio, depois comecei a negociar os bailes, gerenciar setores dentro da empresa. Quando eu saí da Furacão, eu decidi fazer algo que eu nunca tinha feito lá, que era produzir música e tocar como DJ.
PVIP: Quais são os planos da carreira pra 2020?
JC: Trazer gente nova pro cenário, misturas mais loucas ainda pra dentro do funk. Porque o funk é isso. Quando a gente acha que não tem como fazer, ele é criativo e inova mais uma vez. Eu vou tá trazendo toda essa função com uma galera nova no mercado. Pra quem tiver lendo nossa entrevista, saiba que em breve nas redes sociais eu vou tá convocando uma galera nova pra cantar, produzir, experimentar e evoluir. Isso é fundamental. Quando eu saí da Furacão 2000, muitas portas se fecharam pra mim. Eu jurei pra mim que daquele momento em diante eu seria a chave pra todas essas pessoas que um dia tiveram a porta fechada na cara e impossibilitando de levar adiante o seu sonho. Então, eu tô aqui pra incentivar as pessoas a fazer aquilo que elas acreditam.