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Entrevista | Lia Clark fala sobre produção do “LIA (pt. 1)” e reflete sobre sonhos: “Parece que é uma vida paralela”

Foto: maicondouglasfotografia

Lia Clark lançou na última quinta-feira (03) a primeira parte do terceiro disco da carreira, o “LIA CLARK”. O projeto reflete crescimento de Lia como artista e “drag queen do funk com pitadas de popstar”, como ela mesma se denominou no decorrer do bate papo com a Poltrona Vip.

“Eu tô num momento na minha vida que eu tô me amando, me respeitando, tô muito feliz. Então, eu quero fazer esse CD para ficar 100% registrado que nesse momento eu estava me sentindo assim. Obviamente que daqui a dois anos eu posso estar me sentindo de outra forma, mas eu quero lembrar deste momento da minha vida, com o meu álbum auto-intitulado, de como eu tava feliz, de como eu estava conectada e encontrada comigo e com a minha arte.”, explicou.

Além da parceria com a Pocah, o disco chegou trazendo outra grande colaboração muito aguardada pelos fãs. Mc Naninha divide os vocais com Clark na canção “PQP! (tu fez do jeito que eu queria)” e a queen revelou que enxerga muito potencial na funkeira. 

“Eu sinto que ela tem uma energia de funkeira do Rio, muito talentosa, que era a mesma coisa que eu sentia da Pepita antes de ‘Chifrudo’ […] Eu trouxe a Pepita para ‘Chifrudo’ assim como eu trouxe a Naninha para ‘Pqp!’. Eu acho que ela é uma artista com potencial, acho que tem muito futuro no funk e ela é sensacional. Nosso encontro foi massa, a gente se conectou muito, ela me curtiu, eu fiquei feliz dela ter gostado de mim e eu amei ela.”, disse Lia, que a faixa será uma das favoritas dos fãs.

Em desenvolvimento desde 2020, o “Lia Clark” é um dos projetos mais importantes da carreira da artista, que acredita que o disco exprime bem a própria evolução musical. Com inspirações em grandes nomes do funk, como Tati Quebra Barraco, Valesca Popozuda, MC Carol e Bonde das Maravilhas, o projeto ainda chegou acompanhado de um visualizer para cada uma das sete faixas.

Lia reflete que se sentiu muito mais madura e confiante para opinar sobre o que queria em cada faixa. “Me sinto muito mais madura e com mais informações de música. Então, foi muito mais fácil para mim dar meus pitacos, falar o que eu queria falar, o que eu não gosto e dar caminho aos produtores porque eu tava muito certa do que eu queria em cada música, sabe?”, diz a cantora, que contou com a parceria de Hitmaker, Thai, Arthur Gutierres e Renato Messas para a produção do projeto.

“É muito legal ter mais de um produtor dentro do álbum e todos trabalharem comigo por quê fica a minha cara, né. E cada produtor tem uma percepção do seu trabalho diferente, são pessoas diferentes, com convivências diferentes e a tua conexão com cada um é diferente. Então, é isso que eu quis muito trazer nesse CD. Eu achei muito foda trabalhar com a galera da Hitmaker […] Acho que é o sonho de todo mundo trabalhar com eles. Então, tudo que eu quero eu vou atrás. Eu fui atrás deles, eles amaram trabalhar comigo, a gente fez duas faixas que foram ‘Eu Viciei’, que todo mundo já conhece, e ‘Não fui’, que eu sinto que é um viralzinho muito gostoso para tocar em festas, e o Thai também é um dos produtores mais fodas do Brasil.”, explicou Lia. 

Clark revelou que esteve com todos os produtores envolvidos no projeto, com exceção de Arthur: “Foi o único produtor que eu não encontrei porque ele mora muito longe. Ele mora lá perto de Foz do Iguaçu. Então, a gente não se encontrou. Foi a primeira música que eu faço que eu não conheço ao vivo o produtor. Para mim, é uma coisa muito estranha, bem coisa de pandemia, mas eu curti bastante o resultado”.

A pandemia dificultou o processo de produção do álbum, uma vez que diversas coisas tiveram que ser feitas remotamente, mas nada desanimou a artista. “A maioria das coisas foram remotas menos a gravação porque para mim é muito difícil gravar a música sem estar lá junto com o produtor, ele sentir tua voz, saber que vai encaixar. Foi muito difícil, mas a gente conseguiu graças a Deus porque São Paulo e Rio são são muito longe e graças a Deus surgiu a vacina, todo mundo vacinado, de máscara a gente conseguiu se encontrar”, disse.

Com o princípio da flexibilização, a artista já teve um pequeno gostinho do que é retornar aos palcos e assistir o público cantando as faixas que chegaram às plataformas durante a pandemia. “Esses primeiros shows que eu fiz foram muito realizadores e me deram um gás que eu tava precisando na minha vida profissional e artística por que nada como ver tua música girar, sabe? ‘Sentadinha Macia’ foi uma música que foi muito bem tá indo muito bem nos streamings, porém não tinha certeza se era tão bem aceita quanto ‘Eu viciei’”, disse Lia Clark, que completou dizendo que os números da internet são angustiantes. “Nada como tu subir num palco e ver todo mundo cantando.”

A segunda parte do disco ainda não teve data de estreia revelada, mas Lia conta que já possui o conceito em mente. “O que eu posso adiantar é que eu tenho um conceito na minha cabeça, a ideia já está formada agora só botar a mão na massa e correr atrás. Eu sou uma pessoa muito rápida em questão de querer as coisas e ir atrás, só que tem feats, tem processos que demoram muito. Então, às vezes isso acaba frustrando. Eu sou muito ansiosa”, disse a artista. “A divisão que eu quero fazer é ‘Lia’ é a reconexão com o começo da minha carreira, aquela Lia que sonhava, que gosta, que não liga pros números, que só quer se divertir, que é quem eu sou hoje. O ‘Clark’ eu quero trazer uma coisa um pouco mais grandiosa.”, completou. 

Por fim, Lia Clark conta acredita muito no disco “LIA CLARK” e que irá investir muito neste projeto nos próximos meses. A artista espera que as pessoas já a conhecem curtam e que outras possam conhecer o seu trabalho por meio dele. Além disso, promete que os fãs a verão muito nos palcos com a “Lia Clark On Tour”.

Lia Clark de “Trava Trava” e realização de sonhos

Em 2016, Lia Clark lançou o primeiro grande sucesso da carreira, o hit “Trava Trava”, que coleciona mais de 4 milhões de visualizações no videoclipe. O lançamento foi uma virada de chave na carreira da artista, que vem conquistando ainda mais fãs e realizando grandes sonhos desde então.

“Parece que é uma vida paralela, sabe? Eu sempre achei que os sonhos, principalmente os maiores, eram apenas sonhos, né. […] Para mim, era muito impossível e os dois maiores sonhos da minha vida que eu tinha e que eu realizei, que era ter uma carreira musical e ter uma foto com a Britney. Quando era menor esses eram meus dois grandes sonhos e olha que duas coisas impossíveis. Foto da Britney, gente! Uma popstar, uma das maiores do mundo. Quando você vai encontrar ela?! E eu fui eu consegui. Uma bicha preta, pobre, que teve que começar a trabalhar com 14 anos, como que vai se transformar em uma cantora numa pop star que vai ter dançarinos e ter músicas que as pessoas vão escutar, sendo que eu não nasci com voz potente?! Num sou uma Mariah Carey.”, refletiu.

“São dois sonhos muito distantes e saber que isso aconteceu e eu consegui crescer tendo essa oportunidade me deixa muito feliz eu queria muito conversar com meu eu, com a Lia de Traga Trava, e explicar que a gente tá aqui. A gente começa com muita insegurança, até hoje eu tenho as minhas, mas eu vejo isso como uma grande realização. Sonhos que realmente se tornaram realidade.”, completou.

Lia Clark responde duas perguntas difíceis

Durante o bate papo, A Poltrona Vip desafiou a artista a responder as duas perguntas difíceis. Na primeira, Clark contou ao site qual a pergunta que não aguenta mais ter que responder e a artista foi direta na resposta.

“Eu não gosto quando me perguntam como eu comecei na carreira porque faz tanto tempo e eu já falei isso muitas vezes… ‘Nossa, como você começou a fazer funk?’ e toda vez eu tenho que falar ‘Eu trabalhava com engenharia, daí fui DJ e do nada veio na minha cabeça ‘quero fazer um funk!’’. Nossa, eu tenho até a resposta certinha que eu dou.”, disse a artista, que revela sempre dar a mesma resposta. 

“‘Gente, então, foi do nada, foi na brincadeira. Eu era uma drag queen, não tinha voz e daí falei ‘Ah, porque num posso fazer um funk?’ e aí veio na cabeça não tenho dó nem piedade’”, contou a artista rindo. “E eu sinto que quem me pergunta é gente que não me acompanha, sabe? Porque quem me conhece sabe que eu já falei disso 300 milhões de vezes”.

Já na segunda, a dificuldade era um pouco maior. Pedimos que Lia nos dissesse qual pergunta que as pessoas nunca fazem e gostaria de ouvir mais vezes. A dona de “Eu Viciei” foi bastante sensível na resposta.

“Eu queria muito que perguntassem, porque eu acho muito legal saber, como a pessoa que você está entrevistando está, sabe? Perguntar se a pessoa está feliz. Eu queria muito que perguntassem isso sempre. ‘Você está feliz?’ Porque às vezes você tá no seu automático e aí você fala do seu trabalho, das suas realizações, mas nem sempre você está feliz, sabe?”, disse Lia, que comentou que já passou por momentos em que estava conquistando diversas coisas, mas que não estava feliz. 

Finalizamos a etapa da entrevista devolvendo a pergunta e Lia foi rápida: “Tô muito! Agora eu estou muito feliz! Está sendo um dos melhores momentos da minha vida.”, disse Lia animada. 

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Escrita por Otavio Pinheiro