Matheus Rocha lançou em julho o livro “Não me julgue pela capa: Inseguranças de um ansioso”, o quarto livro do autor e o segundo onde fala sobre ansiedade. Neste novo projeto Rocha divide com os leitores os próprios dilemas e lutas internas para conviver com a ansiedade.
“O “Não me julgue pela capa” é um livro que eu livro que eu falo sobre as inseguranças de um ansioso. O meu primeiro livro sobre ansiedade foi “Pressa de ser Feliz: Crônicas de um ansioso” e eu falava muito sobre o cotidiano de um ansioso. Depois eu percebi que muita gente se identificou com aquele tema. Eu sou ansioso, sou ansioso diagnosticado, e percebi que eu tinha mais coisa ainda para falar sobre aquilo principalmente sobre as inseguranças, as minhas inseguranças com meu corpo, com as minha profissão, meu futuro, com meus relacionamentos. Eu faço os livros para encontrar pessoas parecidas comigo pra que eu possa conversar com elas sobre esses assuntos porque eu acho que a pior coisa do mundo e você se sentir sozinho, quando você pensa que só você sente aquilo. Então, eu falei assim “Se eu tenho tantas inseguranças com tantas coisas, e se seu falasse sobre elas para encontrar outras pessoas parecidas comigo?” e aí eu criei o “Não me julgue pela capa”, que foi o livro que acabou de sair e já me deixa muito feliz. E é o primeiro livro que eu falo sobre ser gay, falo sobre o bullying que eu passei, sobre homofobia. É um livro que eu considero meu livro favorito porque foi o livro que eu acho que eu fui mais inteiro, mais eu mesmo de todos.”, conta Matheus sobre o livro.
Matheus conta que sempre lutou para que não fosse julgado pela aparência, mas que as pessoas quisessem conhecer quem ele verdadeiramente é e daí vem o nome “Não me julgue pela capa”. “Eu sempre lutei pra não ser julgado. Não queria mais ser julgado porque fui julgado a minha vida toda e escrevendo livros eu percebi que tudo o que as pessoas mais fazem é escolher um livro pela capa aí eu queria que as pessoas olhassem além da aparência do livro como eu queria que elas olhassem além da minha aparência. Eu queria que elas me conhecessem por dentro, não só o rosto do Matheus, o corpo do Matheus, mas o coração do Matheus. Não só a capa do livro do Matheus, mas o conteúdo do que o livro do Matheus tinha e aí é por isso que veio o titulo do livro”, explica.
No dia 8, último dia de Bienal do Livro, Matheus esteve no evento para participar de uma das atividades da Arena #SemFiltro, além de encontrar fãs e dar autógrafos. “Eu tô muito feliz de de estar participando da Bienal principalmente nesse ano tão emblemático que a gente enquanto gay está passando por um monte de censura e estar aqui enquanto autor falando sobre isso é muito importante”, conta.
Como Matheus fala de um assunto muito comum, grande parte dos leitores se identificam com os conteúdos dos livros e encontram no autor um amigo, alguém para se inspirar. Durante a sessão de autógrafos, Matheus conta que encontrou vários desses fãs. “Eu estava autografando e as pessoas estavam chorando e eu “Gente, não chora porque eu vou chorar junto com vocês! A gente tá junto!”, conta. “Eu acho que eles são o maior presente que eu pude receber na vida. São pessoas que me abraçam, me aceitam e gostam de mim só por eu ser quem eu sou isso me deixa muito feliz.”, completa.
Atualmente, muitas obras da literatura brasileira estão ganhando adaptações para tv e cinema. Sobre isso, Matheus conta que gostaria de fazer uma série das obras que escreve para poder ainda mais ajudar o público. “Eu queria que meu livro virasse uma série. Eu não conheço muitas séries que falam sobre especificamente sobre ansiedade e eu acho que discutir esse cotidiano de um ansioso da visão de um ansioso seria muito especial. Então, é uma ideia que eu tenho, não tenho nada escrito nesse sentido ainda, mas o sonho já existe acho que do sonho nascem muitas coisas”, explica.
Para o futuro, Matheus conta que já tem alguns projetos em mente, mas garante que vai trabalhar mais o lançamento mais recente. “Eu já tenho ideia de mais dois livros só que eu ainda não defini qual dos dois vem primeiro eu quero escrever uma ficção também só que eu não sei se será o próximo, se vai demorar mais um pouco. Por enquanto, eu quero ainda mostrar pra todo mundo essas inseguranças de um ansioso e depois me preparar para um projeto novo”, finaliza.