Zimbra divulgou em março o tão aguardado “Sala Dois”, o primeiro álbum de estúdio pela Midas Music. Com produção de Andherson Miguez (SONGZ) e Rick Bonadio, que também assina a direção artística e geral, o projeto conta com dez faixas e reforça a sonoridade e autenticidade da banda de pop rock.
Devido ao momento de pandemia, a banda conta que o processo de produção e composição do projeto aconteceu de forma diferente ao dos trabalhos anteriores, além de marcar a parceria dos artistas com a gravadora, já que sempre trabalharam de forma independente. “Em primeiro lugar, é muito importante falar que ele é um disco que nasceu na pandemia, né? Isso já coloca uma carga nele muito forte, muito singular em cima disso, né? Por conta do momento totalmente sensível que a gente tava, além de como banda, como ser humano também, né? Então, é inevitável não transparecer isso na no trabalho que a gente fez, né?”, reflete Rafael Costa.
“E foi muito legal porque foi nossa primeira experiência com a gravadora, né? É o primeiro disco que a gente lança com a Midas, com a produção do SONGZ e do Rick Bonadio que dispensa comentários e a gente sempre foi muito fã de todo trabalho que ele realizou na música brasileira assim nos últimos anos então experiência bem legal pra gente como artista, né, como músico, ter um olhar diferente ali de alguém que trabalha com música há muito tempo e tem tantos feitos pra isso e tal.”, conta.
Sobre a experiência com a gravadora, Costa ainda comenta: “Foi diferenciado. A gente é acostumado como banda independente, meio que fazendo tudo do nosso jeito, sempre que dava e ter o olhar da gravadora de pessoas extremamente competentes nesse disco foi muito legal, muito prazeroso pra gente e muito engrandecedor também na nossa carreira como banda, como artista. Então, foi um processo muito prazeroso assim, a gente ficou muito feliz com o resultado”
Ainda quanto ao período de pandemia e o processo de produção do disco, Rafael revelou que a banda ficou bastante animada em retornar ao estúdio para as gravações do “Sala Dois” e garante que o que diferencia este dos discos anteriores é justamente o momento em que ele foi criado, o que impactou na mensagem. “Acho que foi um momento de gravação onde a gente tava muito animado depois de um tempo sem ter muita perspectiva por conta da pandemia. Então, quando a gente entrou em estúdio pra gravar, quando a gente começou a se movimentar, era como se a nossa vida tivesse aos poucos voltando ao normal porque depois de ter tomado aquele breque de suspender tudo que a gente estava programado pra fazer e não fazer ideia de quando que as coisas iam voltar ao normal a gente se desanimou bastante a respeito de tudo e quando a gente voltou pro estúdio aos pouquinhos pra gravar, embora fosse tudo bem cauteloso e demorado por conta da pandemia, quando as coisas pioravam um pouco mais a gente voltava pra casa e esperava pra pra gravar e tal. Embora houvesse essa demora um pouco a gente já estava tentando retomar alguma coisa, né?”, comentou.
“Eu acho que é um disco que a gente gravou com muito amor assim e com muita muita muito ânimo, muita alegria de poder voltar a fazer o que a gente tava fazendo durante anos e foi impedido de fazer de uma hora pra outra. É um disco bem emocional assim, bem sentimental por parte de todo mundo, sabe? Acho que talvez seja a principal diferença dele assim, o momento que ele que ele foi criado assim é um momento totalmente atípico e ele carrega isso com ele assim. Evidentemente.”, finalizou.
Pedro Furtado conta que a pandemia impactou significativamente em todo o processo do disco, que começou a ser gravado no final de 2020. O músico relata que todos da banda fizeram uma quarentena bastante regrada e quase não saíam de vasa. “A pandemia foi assim, praticamente parte do processo do disco porque, na verdade, a gente começou a gravar esse disco no final de 2020, né? Final de 2020 foi quando a gente começou a fazer as primeiras sessões de gravação lá no Midas e a verdade é que foram as primeiras vezes que a gente experimentou sair de casa na verdade. Eu lembro que os quatro da banda fizeram uma quarentena bastante regrada, a gente teve a oportunidade de ficar bastante em casa e foi exatamente o que a gente fez. Até a gente começar a gravar o disco a gente mal saia de casa, nem pra se encontrar, nem pra ensaiar, nem pra fazer show, tu não tinha show nenhum pra fazer. O primeiro impacto foi isso, né? Que as vezes que a gente saiu de casa pra ir pro estúdio e gravar, era as poucas vezes que a gente tava saindo de casa pra encontrar pessoas ou que a gente tava se encontrando na verdade, né?”, relatou.
O baterista comenta também do retorno e relata uma redescoberta na amizade com os amigos de banda. “Foi um de certa forma até uma redescoberta da nossa amizade, um matando a saudade do outro, uma oportunidade da gente se encontrar, dar risada e trabalhar, né? E fazer música. E durante esse processo a pandemia começou a se modificar. Tiveram momentos nos quais a gente estava de máscara dentro do estúdio ali naquela época de no começo de 2020 e a gente parou um pouco de gravar e a gente se encontrou de máscara, as coisas começaram a melhorar e aí eles começaram a se encontrar com mais frequência no estúdio. Então, eu acho essa gravação aí é um reflexo das nossas vidas, né? De como elas estavam nesse momento pandêmico, né?”, completou.
Gravações do videoclipe de “Último Dia (Me Lembra)” em Mairiporã
Zimbra lançou junto com o disco, que está disponível em todas as plataformas digitais, o videoclipe do single “Último Dia (Me Lembra)”. Com direção de Lucas Guido, o vídeo segue a linha reflexiva da letra e alterna cenas do vocalista Rafael Costa, ou Bola, revelando uma foto, com cenas da banda tocando com o Pico do Olho D’Água, em Mairiporã, como cenário.
“Gravar esse clipe foi muito legal, foi uma experiência bem interessante porque a gente chegou pros diretores, o Lucas e o Vini, sem praticamente sem nada, a gente não tinha um roteiro. A gente tinha mais ou menos uma noção do que a gente queria que o clipe representasse, que tinha a ver ali com com sentimento nostálgico e saudoso que a letra remete e essa questão de não ser uma música sobre um amor romântico, né? Uma música sobre amor, sobre afeto, mas é quase um amor, por exemplo, a gente falou muito sobre isso de uma relação de um de um vô e um neto, sabe? É alguém que é um pouco mais velho, olhando pra trás da própria vida, assim, olhando pros anos que se passaram e essa pessoa falando pra alguém querido, né? Pra um neto, por exemplo. Então, baseado nessa ideia de que era uma música sobre nostalgia e saudosismo e alguém com num momento contemplativo da vida. Os diretores fazeram esse roteiro no qual nosso vocalista, o Bolinha, tá ali vendo umas fotos e tal e essas fotos lembram ele, lembram o protagonista ali do clipe, e uns outros momentos e aí é a gente tocando, sabe? De certa forma tem a ver com essa questão de repensar e refletir, olhar pro passado pra pra própria vida, né?”, contou o baixista.
“Uma curiosidade sobre esse clipe é que essas gravações que a gente fez no Pico do Olho D’Água lá em Mairiporã foi a ideia que foi partiu dos diretores também a gente não conhecia Mairiporã e eles falaram pra gente ‘Cara, vocês topam loucura? Vamos gravar no no Pico Olho D’água?’”, comentou Pedro, que continuou dizendo que a banda concordou imediatamente com o cenário escolhido. “Aquelas imagens que foram captadas no clipe elas são, tipo assim, seis horas da manhã lá em Mairiporã, sabe? Então, a gente chegou lá tipo duas da manhã e aí a equipe já estava lá de um pouco antes e aí a gente praticamente acampou ali perto do local da gravação porque a equipe toda da Carbono Filmes o e os diretores haviam montado ali umas barracas com os colchonetes infláveis e tal pra geral poder dar uma descansada entre os takes e tal. Foi praticamente um clipe gravado durante um acampamento de algumas horas ali no Pico do Olho D’água.”
Retorno aos palcos e músicas que mais querem tocar ao vivo
Com a vacinação e o número de casos da COVID-19 diminuindo, os shows já contam com uma certa flexibilização e a banda pode voltar a pensar em retomar a agenda de apresentações. “É um momento muito especial pra gente quando a gente leva as músicas que a gente trabalhou lá no estúdio pro show, né? Porque é o momento onde o público corresponde com o disco, com as músicas que a gente lançou. Então, é sempre um momento muito especial, ainda mais quando é a primeira vez, né?”, diz o baixista Guilherme Goés, que completa falando mais sobre as canções que está ansioso para tocar ao vivo.
“A gente sempre fica naquela expectativa e nem sempre são as músicas que a gente mais gosta que a galera gosta. Eu particularmente tô muito afim de tocar ‘As Coisas São Como São’, que é uma música que eu gosto muito do disco, ‘Mundo ao Contrário’ também, acho que é uma música em senso comum da banda que a gente gosta, ‘Abismo’, que é uma música que é uma música mais rock and roll, então tipo levar isso pro ao vivo é sempre interessante, aquela energia aquela vibe, mas a gente sempre fica com uma expectativa muito grande pro momento do show porque é onde o público corresponde com com o nosso trabalho e é tipo um dos momentos mais especiais que tem de troca entre banda e público, que é esse momento do show e a energia que cada música passa pra cada fã ali.”, refletiu.
Para os próximos meses, a Zimbra continuará com a divulgação do “Sala Dois” e promete mais videoclipes para as canções, que já contam com visualizers disponíveis no canal do Youtube da Midas Music. Além disso, a banda ainda prepara para retornar aos palcos. “Pros próximos meses a gente espera poder continuar divulgando esse álbum novo, e provavelmente a gente deve lançar alguns clipes de algumas outras músicas, pelo menos essa é a ideia. E voltar a tocar, é o que a gente mais quer. Acho que tá dando agora para marcar shows, marcar turnê e a gente tá bem ansioso por essa volta, né? Até porque foram dois anos aí parados e acho que o público também tá bem ansioso exatamente igual a gente, então acho que só coisas boas pra acontecer.”, dizem.