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Mães do Funk chega a MTV e Paramount+ e dá protagonismo a cinco mães de MCs paulistanos

A MTV estreou nesta quarta-feira (23) a série documental “Mães do Funk”, que retrata a vida de cinco mães de MCs paulistanos de sucesso e mergulha na rotina de cada uma. O programa revela o papel crucial desse time de mães no sucesso dos filhos e a importância que têm na vida deles até hoje, após o estrelato. 

O elenco da produção traz Val (mãe de MC Kevin e Suevilyyn), Cláudia Santos (mãe de MC Don Juan e MV), Ana Lee (mãe de MC Pedrinho e MC Nando), Cláudia Moura (mãe de MC 7Belo) e Lidiane (mãe de MC Brinquedo) como protagonistas. A série acompanha a produção do Baile do Esquece, realizado por Val, a estreia de Suevilyyn, nos palcos, e a Feijoada que reúne diversas mães do funk. Entre a vida atribulada de empresárias e de mães presentes, elas refletem sobre suas vidas.

A série traz um recorte sobre a vida desses funkeiros estourados de São Paulo, que acumulam milhares de visualizações em plataformas digitais, mas que não chegaram lá sozinhos. Na jornada para o sucesso desses jovens artistas do funk, uma figura é fundamental nessa conquista: a mãe. Mulheres que, ao contrário do destino previsto, atravessaram a ponte que separa a periferia do centro da cidade e conquistaram também seu lugar ao sol, não só como mães de artistas, mas como empresárias.

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A amizade

O Mães do Funk coloca em evidência uma amizade que já é alimentada há anos por essas mães, que compartilham do sonho de ver os filhos brilharem e trabalham duro para que assim seja. Val contou à Poltrona Vip que a primeira do grupo que conheceu foi Ana Lee.

“Eu conheci primeiro a Ana Lee, uma pessoa muito séria, com uma cara muito brava, porém um medo no coração por tudo que aconteceu com a família, com o filho dela. E eu conheci primeiro o filho dela e vi cenas do filho dela na minha casa, que só eu e os meus filhos sabem, de choro, de desespero, de medo. E eu tenho certeza que ela, como mãe, tinha a mesma coisa, porém tem que agarrar e falar ‘Não, eu estou aqui porque você precisar filho e chorar no travesseiro.’ Eu conheci essa mulher maravilhosa que eu amo todo dia, ela me ensina todo dia um pouquinho mais, chora comigo, dá risada comigo, é engraçada, tem os seus medos, tem as suas dúvidas, porém é maravilhosa.”, contou Val.

A amizade com Lidiane veio a seguir e Val comenta do grande coração que a amiga possui. “Essa cara de brava dela, passava na rua não olhava muito, esse jeitão, é ‘É, nós, parça! Tamo junto’, mas uma mulher de coração”, comenta a amiga, que possui ainda uma relação familiar. “Além de ser amiga, eu sou comadre dela. Ela me deu a honra de dar a filha dela pra eu batizar. Eu amo a Eloá muito, gosto muito do Brinquedo, aprendi a ter um carinho especial por ele, e é o que eu falo sempre: gostou dos nossos filhos, gostou da gente também.”, completou. 

Com Claudia Moura, a relação também se deu de forma repentina, mas viraram amigas logo de início. “Essa mulher grandona, desse jeito, todo espatafoso, que fala pra caramba. Ela chegou lá em casa num dia de festa já tomando o caldo que a minha sogra fez, falando da comida, e peguei ela pra mim, né? A Cláudia, às vezes eu falo pra ela que eu tenho vontade de colocar ela no bolso. Passou por uma dificuldade muito louca na vida dela e olhou pra mim e falou ‘você é meu espelho!’ e eu nem esperava ouvir isso dela. É uma pessoa que eu amo muito, tenho um carinho imenso e tipo, sem palavras”, conta Val.

Claudia Santos foi a última que Val conheceu e a mãe de MC Kevin e Suevilyyn destaca as qualidades da amiga. “Conheci ela na GR6, uma empresária chiquetosa, maravilhosa, chegava lá, chegando daquele jeito que ela chega, descobri essa mulher chiquetosa, dançarina, que nas horas tristes eu sei que ela dança, nas horas felizes ela dança também, pra esquecer um pouco dos problemas, porque são muitos”, conta Val. “Um belo dia cheguei na casa dela e vi uma mulher desabada que eu nem tinha conhecido, nem vi, porque a gente vê pelas redes sociais não imagina que a pessoa é um ser humano, né? Como eu falo sempre. […] É uma mulher de coração maravilhoso, uma p*ta de uma mãe, de verdade, bato palma pra ela.”, disse.

Val ainda relembra do momento em que Don Juan, o filho de Claudia, lhe deu apoio com a morte de Mc Kevin. “E o filho dela me surpreendeu o dia que ele chegou na minha casa e falou ‘Tia, o que você precisar, eu tô aqui porque se fosse ao contrário, seu filho estaria do mesmo jeito no meu lugar fazendo muito mais pra minha mãe do que eu posso fazer pra você’.”, contou, emocionando a amiga. 

Claudia Santos, por sua vez, conta que a amizade com Lidiane se deu por conta da amizade de Brinquedo e Don Juan, além da conexão que surgiu por conta do funk. “Eu e a Lid tinha uma conexão muito forte também de falar sobre o funk, encontrei problemas aonde a Lidiane estava com os dela e um dia olhou assim e falou ‘Vamos lá Cláudia, vamos resolver’. Coisa de mãe mesmo, acolher a outra. Aí o próprio empresário do filho dela, que eu tava tentando entrar com o empresário do filho dela, falou assim ‘Lidiane, você tá com problema seu e você vai me arrumar outro?!’ Entendeu? Isso é uma amizade.”

Ainda sobre acolhimento,. Claudia destaca a relação de Kevin com o próprio filho e como o comportamento do Mc é presente em Val. “Don Juan andava muito com o Kevin. E aí o Kevin sempre quando vinha em casa, chegou viajar comigo pra praia, e eu sem conhecer a mãe dele, ele falava ‘Tia, você tem que conhecer a minha mãe.’ E eu tinha um carinho grande pelo Kevin e aí quando eu cheguei na casa da Val, a acolhedora, igual a Ana Lee falou, a Val é o Kevin porque acolhe todo mundo, você chega na casa dela, ela abraça, ela dá aquele aconchego, e hoje sem o Kevin, sempre quando a gente tá perto da Val, parece que a gente tá perto do Kevin também, porque a forma que ele tratava a gente é a forma que ela trata, é a forma que ela acolhe.”, disse.

Experiência de ter a vida invadida pela produção

Sobre a experiência de abrir a rotina e intimidade para a equipe de gravação, Lidiane, a mãe de MC Brinquedo, destaca que foi estranho de início, mas sabia que era por uma boa causa. “A princípio foi estranho. Foi estranho, né? Ter outras pessoas ali filmando, acompanhando o nosso dia a dia, as nossas intimidades, mas no final é por uma boa causa. É pra que as pessoas entendam que por trás de todo artista tem uma mãe e a mãe não tá ali distraída.”, conta.

“Como os nossos filhos buscam os sonhos deles, a gente acaba embarcando nos sonhos deles, a gente aprende muito e a gente acaba entrando no mundo de conhecimento que a gente nem imaginava que existia, né?”, completa Lidiane, destacando que “a música é um universo tão complexo que só quem tá dentro dele sabe”.

“Eu tava muito ansiosa pra chegar esse dia tal, mas num momento assim, no começo foi bem estranho a câmera e ainda não estou acostumada, fico meio tensa, mas quando eu olho o outro lado, que é muito importante”, conta Claudia Moura, que completa dizendo que o programa é importante também para os pais. “Muitos filhos que tem o pai só e tem um filho que tem um sonho também e o pai vai ver essas gravações, vai entender e vai ver como é realmente a vida normal de um artista porque muitas vezes a rede social só mostra os glamour, só mostra aquelas coisas boas”, completa. 

“Pra mim, foi muito bom. Eu gostei muito porque eu fui bem normal, bem realidade minha mesmo, não fiz nada que não é a verdade e ficaram muito à vontade pra me mostrar mesmo como eu sou, não só na minha casa, mas todas as gravações pras outras mães também. Eu curti cada momento e também achei muito importante a parte de cada uma de nós, o jeito que foi, porque até na parte da gravação, quando era nós juntas, a gente tava muito normal.”, conta Cláudia Moura, que reforçou que há momentos que o grupo também tem seus tempos difíceis. “Tem a parte que a gente não é só brincadeira, não é só risada, já tivemos discussões, já tivemos vários grupos de no WhatsApp que depois uma sai, outra sai com a raiva da outra, uma fala com a outra, ficou muito brava, isso é normal, isso é o ser humano.”, finaliza.

Já Ana Lee comenta que foi bastante tranquilo, adorou o projeto, mas a preocupação, como de toda mãe, foi como alimentar a equipe que a acompanhou em casa. “Quando eu abri a porta vieram 17 pessoas. Eu falei ‘Agora o que eu vou fazer de comida pra tanta gente?’ Chamei Tiago, Tiago fez comida e deu. Aí falei ‘Ah, agora povo já comeu, agora tô satisfeita’. Eu já fiquei já liberada, já fiquei já sossegada”, contou Ana Lee. 

A relação de Val com as câmeras não foi algo novo por conta da rotina com Kevin e já estava acostumada. “Eu tava bem acostumada porque o Kevin sempre fazia a questão que eu aparecesse e sempre tinha gente gravando aqui em casa, eu acabei me acostumando. Na ocasião, o artista era ele, quando muda pro nosso lado fica um pouco diferente, porém me acostumei rapidinho”, conta. “Pra mim foi super tranquilo porque também eu já tô muito acostumada a receber gente em casa e muito evento e aquela coisa tal, sempre gostei, então pra mim foi bem tranquilo mesmo e eu tenho certeza que a gente foi o mais natural  possível. Só se colocasse as câmeras só ia ver como a gente grita com eles.”, completa Claudia Santos. 

Empreendedorismo e maternidade

O “Mães do Funk” irá mostrar mais do lado empreendedor de cada uma dessas mulheres, que se desdobram para ajudar os filhos nas carreiras. Sobre o desafio de assumir essa função, a mãe de Don Juan destaca a vontade de acertar e a responsabilidade. “A parte mais difícil é aquela que a gente quer mais acertar pra eles do que para a gente mesmo.”, conta Claudia, que acompanha o filho desde que tinha 11 anos.

Com quatro filhos, Claudia conta que a responsabilidade também tem sido mostrar aos mais novos, Leonardo de 15 anos e David de 6, que está ali para apoiar no que escolherem para o futuro. “Pra mim, esse passo como empresária, como a frente de alguma coisa, eu acho que eu já tenho bastante experiência. E, assim, minha responsabilidade é muito grande. […] Eu tenho que ficar vendo todos os lados para o futuro deles. Só que eu sempre mostro pra eles ‘Olha, eu estou aqui. Eu só não posso carregar vocês no colo e ficar numa profissão. Vocês têm que escolher e eu dar a mão, entendeu?’ Então, essa é a minha função. Apoiar aquilo que eles escolhem e eu estou preparada.”, finaliza.

Depois de auxiliar na carreira de Kevin, Val trabalha para que Suevilyyn conquiste o próprio espaço. “A carreira da Suevilyyn é um pouco mais complicada, porque eu já perdi o Kevin e aí já vem aquele medo normal por tudo que eu passei. Porém, está sendo uma experiência legal, mas é tudo no tempo dela. Como ela tem os filhos dela, é no tempo dela.”, conta Val, que pontua uma das características. “Eu sou crítica. Eu sempre critico. A gente tem que fazer essa parte. Porém, está sendo ótimo”, finaliza.

Lidiane compartilha dos mesmos desafios das amigas e admite que não se permite errar na gestão da carreira de Mc Brinquedo. “Eu acho que eu fiz direitinho, né? Eu acho que a gente tem muito trabalho que a gente se depara com muitos obstáculos. Para a gente que é mãe e que é empresária, ainda consegue ser um pouquinho pior, porque a gente não se permite errar. Porque a gente não está tratando só de um artista, estamos tratando dos sonhos dos nossos filhos. Então, eu vou falar por mim, eu não me permito errar. Porque se eu errar, como vai ser?”, contou. “Eu trabalho até mais por conta dele ser um artista independente, ele não é do escritório nenhum, trabalha com a independência e aí eu trabalho mais, porque tudo o que a gente divide com o escritório, não tendo, a gente acaba fazendo sozinha.”, refletiu.

Com um episódio inédito a cada semana, a série documental “Mães do Funk” será exibida na MTV todas as quartas-feiras e chega, no dia seguinte, ao Paramount+. Para mais detalhes da docussérie e programação da MTV Brasil, acompanhe as redes sociais oficiais.

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Escrita por Otavio Pinheiro