Ler (ou reler) qualquer livro de Meg Cabot é sempre uma experiência no mínimo divertida. ‘O Garoto da Casa Ao Lado’ não é diferente. Novos leitores podem não achar o formato de e-mail tão fácil de seguir devido ao uso de mensagens instantâneas mas nada que impeça a fluidez da leitura.
Falando de fluidez, essa é a marca de Cabot – junto aos homens impossivelmente maravilhosos e cenas absurdamente hilárias. Aqui a fluidez é dada pela linguagem informal e variação entre as mensagens enviadas dos mais diversos personagens. O formato escolhido pode pecar um pouco na questão do detalhamento das ações, mas isso em nenhum momento se torna algo negativo para a trama. Pelo contrário, Cabot transforma isso num arma ara prender o leitor sempre em expectativa sobre a resposta do próximo e-mail. E do próximo, e do próximo…
O casal principal – Mel e John – são a combinação mais improvável e compatível ao mesmo tempo. O segredo – ele finge ser outra pessoa – é só um tempero a mais n relação entre os dois. E se, de outra forma John poderia ser um vilão ou no mínimo um cafajeste, a inserção de seu ponto de vista à narrativa quebra toda maldade de duas ações e nos faz torcer por ele desde o princípio. (De fato, acho John muito mais carismático que nossa bela repórter de fofoca, não importa quão bondosa ela seja.)
O humor fica por conta, como sempre, dos melhores amigos, irmãos e colegas de trabalho dos protagonistas. Seus comentários ácidos e a incapacidade de todos e cada um deles de não se meter nesse relacionamento dá o tom leve e real em que cada um tem uma opinião sobre tudo – especialmente sobre aquilo que NÃO deveria ter. E se a estória pode destoar do tradicional pelo seu formato, Meg (acho que já podemos chamá-la assim nessa altura) dá seu jeitinho pra que os momentos ‘calientes’ não sejam deixados de fora.
Uma autora versátil, Meg Cabot, conhecida por romances histórias e literatura infanto-juvenil, nesse conto explora o chick-lit como uma veterana que sabe o que faz e não tem medo de arriscar, ao mesmo tempo que mantém todas as sua marcas pessoais sobre o projeto. Ao fim do livro, ficamos com aquela sensação boba que só um livro da autora pode nos proporcionar.