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“Venom: Tempo de Carnificina” é recheado de cenas divertidas, mas continua raso | Crítica

A tão aguardada sequência de “Venom” chega aos cinemas nesta semana e trouxe com ela um vilão sanguinário e bastante perigoso. Da Sony Pictures em associação com a Marvel Studios, “Venom: Tempo de Carnificina” já vem fazendo sucesso nas bilheterias internacionais e conta com ainda mais cenas de ação de tirar o fôlego e personagens marcantes.

Para resumir, após os acontecimentos do primeiro longa, Eddie Brock (Tom Hardy) e Venom seguem fortalecendo o relacionamento, que evolui, mas que também encontra problemas. Os dois trabalham juntos para descobrir como conviver um com o outro e se tornarem melhores. Um dia, Eddie é convidado a se encontrar com o condenado Cletus Kasady, um serial killer, e descobre informações que até então eram incógnitas para a polícia. Possuído pelo sentimento de traição e tomado pela sede de vingança, o vilão vai atrás de Brock e Venom ao enfrentar uma mutação e se transforma no antagonista do filme, o Carnificina. 

Com uma história boa e um roteiro bem escrito, “Venom: Tempo de Carnificina” possui um ritmo ágil e que mantém acontecimentos interessantes por todo o filme, mas que poderia ser melhor trabalhado em alguns aspectos. De fato, faltou mais profundidade, trazer mais elementos, manter o filme vivo mesmo depois do último segundo dele, o que talvez não fosse possível fazer em um longa de 90 minutos. Um dos pontos mais fracos é a construção dos personagens, que de tão mal explorados, alguns são até bastante substituíveis.

Um grande exemplo é a personagem de Michelle Willams, que interpreta a Anne Weying e funciona como uma melhor amiga de Brock a quem ele recorre quando as coisas saem do eixo. Por mais que protagonize momentos bastante interessantes e até divertidos ao lado de Venom, a presença da personagem é menor, não em atuação, mas em importância para a história. A sensação é de que se trocássemos por um outro personagem, a trama seguiria intacta. Outra das atuações mais desperdiçadas do longa foi a de Naomie Harris, que vive a poderosa Shriek, e que teve uma contribuição muito pequena – porém, marcante! – no filme. Seria incrível tê-la por mais tempo nas cenas, compreender melhor a personagem e os poderes. 

Em contrapartida, a construção do Carnificina de Woody Harrelson é impecável e o ator consegue dar a camada assustadora do personagem, além de manter a personalidade de Cletus e trazer toda a energia caótica dos dois para a cena, seja ela em qual “estado” eles estivessem. O Carnificina poderia ser ainda mais assustador e um vilão mais imponente, mas entrega bem nas cenas de ação e traz um bom entretenimento. 

Já o personagem que conhecíamos, o Venom, é sempre bastante complexo e aqui nós o vemos ainda mais impulsivo e bastante divertido em alguns momentos. O  simbionte ganhou um tempo maior na história, o que resultou em cenas muito engraçadas, como quando fala das duas amigas galinhas e a que vai a uma festa, o que o torna mais “humano”. Inclusive, vimos apenas parte do poder do Venom. A atuação de Tom Hardy para as cenas cômicas continua um tanto quanto medíocre e não convence.

Por mais que as cenas de ação sejam muito bem feitas e os cenários sejam bem trabalhados para construir a ideia daquela narrativa, os efeitos especiais não estão em uma qualidade muito superior ao anterior. No entanto, o momento clímax do longa é bastante elaborado e até que funciona bem para todos os personagens envolvidos na construção dela.

“Venom: É Tempo de Carnificina” mescla momentos divertidos com as cenas de ação já conhecidas pelos fãs, mas peca ao ser um pouco raso e talvez parecido demais com o primeiro. A história é interessante e carrega sequências marcantes o que pode ser um bom entretenimento para os fãs do personagem, mas que pode não agradar tanto os mais exigentes. 

Obs: Há uma cena pós-créditos, mas para não estragar a experiência do público, não iremos comentar sobre ela. Diremos apenas que esse pode ser o início de uma nova história, assim como uma nova oportunidade para Venom se mostrar em um outro universo.

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Escrita por Otavio Pinheiro