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Lázaro Ramos marca presença na Bienal do Livro para falar do seu novo livro, o “Na Pele”

O dia foi cheio nesta sexta-feira (8) na 18ª Bienal Internacional do Livro Rio. O Mundinho Geek, espaço criando dentro da arena Geek & Quadrinhos, atraiu os pais aficionados pelo universo dos super-heróis que apresentaram aos filhos um pouco das histórias na prática com diversas oficinas, como a de Cosmaker. Quem também marcou presença no nono dia de bienal foi o ator Lazaro Ramos, que falou sobre o seu livro “Na Pele”, e as autoras Carina Rissi, Luiza Trigo e Isabela Freitas, que falaram sobre seus livros que viraram adaptações para as telonas. A Bienal do Livro acontece até o dia 10 de Setembro. Para mais informações clique aqui.

Confira abaixo os destaques do dia:

Arena #SemFiltro

Durante a tarde, o debate “Dos livros para as telas” reuniu as autoras Carina Rissi, Luiza Trigo e Isabela Freitas. Elas têm em comum o fato de serem jovens autoras mulheres, que, além do grande sucesso dos seus livros, tiveram as suas obras reinterpretadas nas telas de cinema. Durante o bate-papo, sob a mediação da jornalista Ana Paula Rios, elas contaram como foi a adaptação do seu trabalho para as telonas e a voz feminina em suas narrativas.

No final do dia, o ator Lazaro Ramos, que alcançou grande sucesso com o seu livro “Na Pele”. Ele contou que começou nesse projeto há 10 anos. “No início, o assunto era muito distante, usava muitos dados estatísticos. Ao longo do tempo, vi que tinha que me aproximar, compartilhando as minhas experiências de vida. A minha pretensão foi fazer algo acolhedor para o jovem negro, mas que ao mesmo tempo pudesse dialogar também com pessoas que nunca precisaram pensar sobre questões como racismo”, explicou Lázaro Ramos.

Café Literário

Debates polêmicos também aconteceram no Café Literário de hoje. A concordância de gêneros foi tema da primeira mesa, com um amplo debate sobre vertentes da sexualidade. A presença do assunto na novela “A Força do Querer”, da TV Globo, foi citada pelo escritor Marcelino Freire. “A novela veio com um atraso muito grande. O papel da televisão é importante, mas os livros já falam da temática de gênero há bastante tempo”, disse.

A escritora a professora de Filosofia, Marcia Tiburi, citou que existe uma figura chamada de “personalidade autoritária” que tem muito interesse na vida sexual dos outros. Ela ainda brincou sobre o atual momento do país. “O Brasil já acabou, já era. Agora só com uma revolução do amor”, comentou.

Marco Antonio Torres, professor do Departamento de Educação, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), comentou que o diálogo tem que existir cada vez mais na sociedade. “Não vamos ter medo de conversar sobre o que não sabemos. Aprendi muito sobre a mulher trans”, afirmou o professor que ainda abordou o ensino religioso nas escolas. “Eu sou totalmente contra. Ele não é funcional. É uma perda de tempo e desrespeito a própria crença”.

A escritora Lícia Loltran, de Juazeiro, Bahia, também participou do papo e explicou que a vontade de escrever sobre famílias homoafetivas surgiu da possibilidade de conhecer essas estruturas familiares.

Para relaxar e deixar a noite da Bienal mais animada, o Café Literário debateu sobre “O centenário do Samba seu passado, presente e qual será seu futuro”. Segundo o escritor Luiz Antônio Simas, o samba é a alma do Brasil e do Rio de Janeiro. “O samba vai muito além do ritmo e da coreografia. Não sou pessimista em relação ao futuro do samba”, afirmou o escritor que também falou sobre o racismo que existe contra terreiros e artigos que dizem que o carnaval é coisa do diabo. “Pregam o ódio e a intolerância. O carnaval não é empreendimento da indústria do turismo. Querem desqualificar os saberes ancestrais africanos. Estamos em luta e exige atenção redobrada”, enalteceu o escritor.

Assuntos como o futuro das escolas de samba e o corte do patrocínio da Prefeitura do Rio para o Carnaval de 2018 também foram debatidos. “O carnaval é de interesse público. Existe um projeto de desqualificação da festa. O poder executivo deveria ser laico. Deveria haver política pública de cultura para o carnaval”, afirmou Marcelo Moutinho, escritor e jornalista.

Encontro com Autores

O autor dos livros “O Poder do Hábito” e “Mais Rápido e Melhor”, Charles Duhigg, ministrou, a palestra sobre a ciência da produtividade. O jornalista demonstrou como três elementos – inovação, foco e equipe – são fundamentais para o desenvolvimento dos hábitos mentais. Duhigg afirma que a criatividade é um processo a ser estimulado, assim como a força de vontade. “Devemos incentivar a criança desde cedo a ter força de vontade. As recompensas mais poderosas são emocionais”, afirma o escritor. Para ele, as pessoas mais produtivas são justamente aquelas que são mais inovadoras, com maior controle emocional e, consequentemente, mais bem sucedidas. “São os hábitos que construímos que nos tornam mais produtivos e, portanto, melhores”, concluiu.

Geek & Quadrinhos

A primeira oficina realizada foi a de Cosmaker, onde cada criança se veste de um super-herói de criação própria. O ponto alto do espaço foi a oficina de poções, que remete ao conto de Harry Potter. “Trazemos elementos da realidade com nomes lúdicos, como o algodão, por exemplo, que se chama raspa de nuvem. Cada criança escolhe seus ingredientes e cria a sua poção. A ideia é estimular a imaginação, o gosto pelo visual, a leitura e a produção textual”, disse a educadora Eliane Pacheco, que participa na prática das atividades com os pequenos.

Um filme de terror situado no espaço, com elementos de fantasia, foi o resultado do encontro “Montando Robô ao vivo”, que reuniu os podcasters Affonso Solano, Diogo Braga e PH Santos, no espaço Geek & Quadrinhos. A atividade interativa, que contou com contribuições ao vivo da plateia presente, estimulou a criatividade de crianças e adultos. O bate-papo foi uma reprodução do quadro “Montando Robô”, do grupo Matando Robôs Gigantes (MRG), comandado por Beto Estrada, Diogo Braga e o Afonso Solano, curador do espaço Geek.

Autógrafos

O cantor e ator João Guilherme Ávila, fenômeno teen, que lançou, no fim do ano passado, sua autobiografia, participou de uma tarde de autógrafos na Bienal do Livro. O galã mirim também deu uma palhinha para o público presente e cantou dois dos seus sucessos. “A Bienal é um espaço muito importante para a juventude porque estimula a aproximação deste público com o mundo da leitura.”, disse o cantor.

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Escrita por Otavio Pinheiro