Dezenas de famílias se reunirem neste sábado (2) na 18ª Bienal Internacional do Livro. A atriz e youtuber que cresceu na televisão, Maísa, esteve na Arena #SemFiltro para falar do seu novo livro, os fãs puderam ver de perto a autora de “A Garota do Trem” e “Em Águas Sombrias”, a Paula Hawkins, no Encontro com Autores, no auditório Madureira e muito mais. O evento acontece até o dia 10 de setembro, no Riocentro. Para mais informações clique aqui.
Confira como foi a programação do dia:
Geek & Quadrinhos
As atividades começaram com as batalhas de Swordplay, onde os participantes guerrearam “até a morte” usando réplicas de espadas medievais. Já para quem estava à procura de atividades mais leves, aconteceram as batalhas ilustradas, oficinas de HQ, mesa de tabuleiro e jogos de RPG. Na área de bate-papo estiveram em pauta o poder das super-heroínas e a adaptação para quadrinhos de “How to Talk to Girls at Parties”, de Neil Gaiman.
Arena #SemFiltro
O terceiro dia de Bienal contou com uma programação muito intensa especialmente na Arena #SemFiltro. Quem abriu o dia foi Maísa Silva e Priscila Alcântara, que bateram um papo descontraído sobre crescer com a exposição da mídia. Para as meninas que se tornaram referências no mundo digital, é importante que as plataformas de comunicação sejam usadas para debater temas relevantes, que ajudem outras pessoas ao mesmo tempo em que mostrem para o público suas opiniões. As duas, que já têm livros publicados, falaram ainda sobre a importância da literatura. “Os jovens leem muito e estão lendo cada vez mais. O mercado entendeu essa necessidade e hoje nós temos espaços como esse para falar sobre coisas do nosso interesse”, afirmou Priscila.
Maísa, apesar de não ser muito mais velha que seus seguidores, disse que tenta ser um bom exemplo para eles. Ela também comentou sobre a preocupação em não transformar seu livro, que é baseado nos seus tweets, em uma biografia.
Já a australiana Leisa Rayven, autora dos best-sellers “Meu Romeu” e “Minha Julieta”, falou sobre a sua trajetória, projetos, personagens e suas histórias. “Romance é o gênero ideal para se criar papéis e enredos perfeitos. Meus leitores brasileiros são apaixonados. Estou muito honrada e feliz de estar aqui no Brasil”, declarou. Leisa encerrou com um importante recado: “Sou uma mulher que crê em mulheres. Nós somos fortes e poderosas. Temos que usar esse poder para mudar o mundo”.
A Arena #SemFiltro também recebeu a youtuber de games Malena Nunes, que participou de uma sessão de autógrafos com os fãs e, entre uma assinatura e outra, dava seu recado: “Curta e assista aos meus vídeos, mas faça isso na hora certa! Tem hora para tudo. Estudar, jogar e tudo mais!”, incentivou. Spok e Cauê, youtubers do mesmo segmento, debateram o tema “Game é coisa de menino?”, com mediação de Chandy Teixeira, e revelaram que, atualmente, 40% dos jogadores no mundo são mulheres. No Brasil esse percentual sobe para 53%. Das muitas lições do encontro, ficou a certeza de que não existe mais atividade de menino e menina, existem coisas legais que qualquer pessoa, independente do gênero, pode escolher fazer.
Café Literário
No início do dia, a sessão do Cafezinho Literário, outra novidade da Bienal, recebeu os educadores Rona Hanning e o Ricardo Leite, para um debate sobre a importância da curiosidade no desenvolvimento e o aproveitamento da leitura. Os integrantes do Instituto LER também falaram sobre o gênero literário moderno, que mistura texto e imagem para construir significados e desenvolve a criatividade.
Durante a tarde, o público recebeu o italiano Nuccio Ordine, que, junto com Marco Lucchesi e Ana Maria Machado, falou sobre seu livro “A utilidade do inútil”. Exaltando a beleza dos templos históricos italianos, a amizade reverenciada no “O pequeno príncipe” – equivocadamente considerado um livro para crianças, segundo ele – e as cartas de Albert Camus para sua mãe analfabeta, Ordine emocionou e arrancou aplausos. “A arte é única e irreprodutível”, disse ele. Marco Luchessi exaltou a necessidade do diálogo para a construção de um novo humanismo. Elogiou a fome de conhecimento dos alunos cotistas que chegam à universidade e ressaltou que o Brasil, com todos os seus problemas, é desafiante. “Meu discurso não é apenas político, mas de humanidade”, reforçou.
A historiadora Lilia Schwarcz também marcou presença no Café Literário falando sobre o lançamento do seu livro “Lima Barreto: triste visionário”. Com forte foco na questão racial, Schwarcz ressaltou a “escandalosa atualidade” que o autor, falecido em 1922, aos 41 anos, apresenta em sua obra e ao longo da vida. “Negar o racismo é a grande mentira deste país”, reforçou ela. Para escrever o livro a autora fez uma pesquisa de campo indo às casas em que Lima Barreto viveu e conhecendo de perto o bairro de Todos os Santos, onde ele viveu sua infância.
Para o encerramento das atividades do Café Literário, o procurador Deltan Dallagnol e o jornalista Fernando Gabeira abordaram temas como lava-jato, corrupção, reforma política e indignação com a situação do país em um bate papo. Segundo eles, a indignação deve ser o motor das mudanças e, que 2018, deve ser sinônimo de renovação na política. Dallagnol chamou atenção para os ataques à lava-jato, hoje em sua 45ª fase e que está sob constante ameaça com as investidas políticas e jurídicas para bloquear os avanços, descredibilizar os processos e, com isso, levar à impunidade políticos e executivos de grandes empresas. “É preciso envolver a sociedade na defesa das dez medidas contra a corrupção”, ressaltou o procurador. Gabeira elogiou a nova geração que está em busca de nomes com propostas mais modernas e alinhadas no combate da corrupção. “Ela não soluciona tudo, há muito a avançar. Mas cobramos o básico dos políticos: não roubem e prestem contas do que fazem a serviço da população brasileira”, concluiu. Com uma plateia participativa, ambos saíram ovacionados do debate mais político da noite.
Encontro com autores
A escritora inglesa Paula Hawkins, autora dos best-sellers de suspense “A Garota do Trem” e “Em Águas Sombrias”, foi uma das atrações do Encontro com Autores, no auditório Madureira. A conversa com a jornalista Frini Georgekapoulos incluiu temas como processo criativo, a adaptação de seu livro para o cinema e feminismo, temperados com boas doses do humor britânico da escritora.
Logo depois, foi a vez de uma plateia de todas as idades ouvir o desenhista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, e o filósofo Mario Sergio Cortella. Eles falaram sobre as lições do livro “Vamos pensar um pouco?”, no qual Cortella vira um personagem e se junta à Turma da Mônica para levar temas da filosofia aos leitores.
6º Encontro de Booktubers debate sobre diversidade na literatura de jovens adultos
Os representantes do selo Young Adults (YA) das editoras Globo Livros, Companhia das Letras e VIR encerraram a noite de sábado debatendo sobre a diferença entre a literatura infanto-juvenil e de jovens adultos, além dos temas de interesse para o público jovem. O último painel da noite da Bienal do Livro aponta os temas suicídio, depressão, questões de gênero, sexo e drogas como de maior sucesso entre os leitores.
Os booktubers presentes no painel reforçaram a importância da diversidade. “A identificação com o leitor que se vê nesses conflitos ou que os vivencia no seu ciclo de amizade é fundamental nesse segmento. Os leitores Young Adults querem se ver no livro”, analisa Vitor Martins, autor do livro para jovens “15 dias”. A tendência é que os personagens sejam cada vez mais reais, quebrando o preconceito sobre questões étnicas, de gênero e padrões estéticos na literatura.