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Entrevista | CHAMELEO comenta sobre disco “ECDISE” e parceria com Johnny Hooker: “Incrível”

Foto: Ernna Cost

Metamorfose, moda, ousadia e atitude. Misture todos esses termos a outras mil e uma características marcantes e teremos um artista único e extremamente decidido. CHAMELEO, cantor curitibano de 28 anos, vem ganhando cada vez mais espaço no mercado pop brasileiro.

Com mais de 130.000 ouvintes mensais no Spotify, o artista possui um EP chamado “utopiaTABOO”, lançado em 2019, além de um álbum de estúdio, o “ECDISE”, lançado em outubro do ano passado. CHAMELEO nos revelou que, por ser um artista em constante mudança em sua arte e vida no geral, uma das suas maiores preocupações ao criar seu primeiro disco era a de buscar a coesão entre as faixas:

“Tenho muito esse lance de não me apegar a uma coisa só, incluindo gêneros musicais, porque eu consumo de tudo e na hora de trazer pro meu trabalho, eu gosto de fazer uma mistura de várias coisas. Foi quando pensei ‘Meu Deus, será que no final de tudo vai ficar coeso? Será que todas as histórias que conto nas músicas juntas vão fazer sentido?’”.

Mesmo com dúvidas, apostou na sua intuição e quando sentou para organizar faixa a faixa, percebeu que cada uma conversava, de certa forma, com outra. “Foi uma coisa muito natural. Pensei ‘nossa, faz muito sentido!’. Isso só comprova que todas essas histórias que contei no álbum que falam sobre a minha transformação de alguma forma, seja no profissional ou pessoal, foram bem amarradas, mesmo explorando diversos gêneros musicais e assuntos também.”, completou CHAMELEO.

Em “ECDISE”, existem outros idiomas para além do português, como o japonês em “Tokyo” e espanhol em “pendejo”. Perguntado sobre as estratégias por trás desse movimento, o cantor revelou que existe uma vontade de internacionalizar sua carreira, porém, não tem pressa, já que seu caminho começou de forma inversa: “Eu me formei em música na Califórnia, então minhas primeiras músicas, quando comecei a escrever, eram em inglês. Depois que voltei para o Brasil, decidi focar na minha língua e foi um desafio no começo virar essa chavinha do inglês para o português e fazer acontecer aqui. Eu sempre fui apaixonado por línguas, tenho facilidade e sempre gostei muito de aprender! Jogo no Google Tradutor e anoto, fico com aquilo na minha cabeça, gosto bastante, principalmente das línguas asiáticas. Arranho um pouquinho de tailandês, gosto de japonês, já fiz aulas de chinês, então é algo que me representa muito. Trazer isso para a minha música foi um processo natural também e fala muito sobre quem eu sou, né? Mas sim, existe uma vontade de prosperar isso daí para fora. Porém, acredito que tem que ser algo natural também, vou fazendo o que tô sentindo e na hora certa acontece.” 

Além de inovar quebrando a barreira do idioma, CHAMELEO possui uma estética única em seus videoclipes. Sempre com looks marcantes e extravagantes, busca expandir os limites da originalidade em suas obras audiovisuais, estando na maior parte do tempo por dentro do processo criativo: “Acho que pelo fato de eu ser um artista independente, eu tenho essa abertura pra realmente escolher o que eu quero fazer e como eu quero fazer. Eu sempre fui muito visual, então gosto muito de sentar e pirar numa ideia, levar para os setores e desenvolver ela. Fazer clipe é o que eu mais amo! Eu comecei no teatro, né? E nos clipes, consigo misturar performance, atuação com música, com moda também, enfim. De todos os processos dentro de ser artista, é o que mais gosto de fazer.”

Sobre “NHAC!”, parceria com Johnny Hooker, também presente em seu primeiro disco, CHAMELEO confessou que até hoje se surpreende com o feito: “Quando eu paro pra pensar… meu Deus, é o Johnny Hooker! O primeiro álbum dele me tirou de um poço. Eu tenho um carinho muito grande por ele, ele fez parte de vários momentos importantes da minha vida, mesmo antes da gente ser amigo. Então, pra mim é incrível ter não só ele como todos os outros artistas no álbum. Por ser o meu primeiro trabalho em contato com um time de peso de artistas que acreditaram e toparam se jogar de cabeça no meu projeto, só se torna mais especial ainda.”. Além de Hooker, “ECDISE” conta com participações de Number Teddie, Carol Biazin, Pabllo Vittar, Alice Caymmi e Konai.

Apesar de todo o êxito e parcerias de sucesso, CHAMELEO contou que ainda encontra muita dificuldade no âmbito financeiro, justamente por ser um artista independente. “É muito caro fazer música hoje em dia, daí é mais caro ainda fazer um clipe e você se programar pra ter uma estrutura de lançamento, com assessoria de imprensa, marketing digital, enfim, tudo é muito caro. Eu ainda tenho a sorte e o privilégio de, desde o começo, ter tido um grupo de amigos, onde cada um trabalhava e trabalha até hoje em uma função específica dentro do audiovisual. A gente começou juntos acreditando no projeto e foi fazendo, literalmente, com o que tinha, com nada no começo. Esse apoio foi fundamental para que, aos poucos, as coisas fossem ganhando mais visibilidade, mas ainda assim é uma escada, né? É um passinho de cada vez, ainda mais sendo no nicho LGBT, eu sendo afeminado, enfim.”, diz.

E com passinho atrás de passinho, CHAMELEO vai conquistando seu espaço. Sem pressa, com muito talento e constante transformação, fazendo jus ao seu nome artístico que faz referência ao camaleão.

Entrevista de Luiz Eugênio sob a supervisão de Otavio Pinheiro

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