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Funk: o gênero que se reinventa há mais de 30 anos no Brasil

Dentre uma grande variedade de gêneros musicais que contemplam o Brasil, o funk é um dos mais consumidos pelo público e o que mais divide opiniões. No início da semana, a cantora Anitta, um dos principais nomes da música nacional, usou as redes sociais para defender o gênero de críticas feitas pelo produtor Rick Bonadio.

Os comentários ao estilo musical surgiram após a rapper Cardi B apresentar o single “WAP”, um dos maiores hits de 2020, ao lado de Megan Thee Stallion no Grammy Awards, no último domingo, 14. Durante a apresentação, a artista surpreendeu os fãs ao acrescentar um trecho do remix assinado por Pedro Sampaio, que transformou a batida do rap em funk. 

A performance inesperada ganhou os internautas nas redes sociais e os fãs vibraram com a com a homenagem de Cardi, que sempre demonstra carinho pela cultura brasileira. No entanto, Rick Bonadio ficou incomodado com o “barulho” feito pelos brasileiros com a apresentação e fez questão de expor nas redes.

“Já exportamos Bossa Nova, já exportamos Samba Rock, Jobim, Ben Jor. Até Roberto Carlos. Mas o barulho que fazem por causa de 15 segundos de funk na apresentação da Cardi B me deixa com vergonha”, escreveu o Bonadio em um tweet já apagado. O produtor chegou a dizer em outro tweet que o funk precisa evoluir, mas a história mostra que o gênero nunca esteve no mesmo lugar.

De acordo com a pesquisa feita pela Betway, site de jogos de roleta online, o funk conhecido hoje é totalmente diferente do original, criado em Nova Orleans, nos Estados Unidos, na década de 60. O gênero musical da época trazia uma junção de elementos de outros estilos musicais, como soul, jazz, rock e R&B. De lá pra cá, muito se mudou, moldou e foi adaptado até chegar ao ritmo favorito de centenas de brasileiros.

Já no Brasil, o movimento do funk se deu início em 1989, com o niteroiense Agnaldo Batista de Figueiredo, o MC Abdullah, e o carioca Fernando Luís Mattos da Matta, o  DJ Marlboro. Dono do hit “Melô da Mulher Feia”, Abdullah fez história ao gravar o primeiro funk em português. Marlboro, que é referência para muitos artistas, produziu e lançou o disco histórico “Funk Brasil Vol. 1”, coletânea em vinil que, entre outros, incluía o hit de MC Abdullah.

“O meu plano para o funk era que ele fosse um movimento nacional, com visibilidade internacional, para gerar emprego no Brasil inteiro. Queria que cada região colocasse características locais nas suas músicas, que espelhasse aquilo que as pessoas respiram, seu cotidiano, seu dia a dia. A cultura local está entranhada no funk”, disse Marlboro, em conversa exclusiva com o time da Betway.

Até chegar em 2021, o funk já passou por uma série de transformações e reinvenções que o deixaram ainda mais brasileiro. Antes de Rennan da Penha, Pedro Sampaio e Hitmaker surgirem com sonoridades mais ousadas e misturas ainda mais inusitadas, Tati Quebra Barraco, Valesca Popozuda, Serginho e Lacraia, Mc Leozinho, Mc Créu, que também deu início à fase das Mulheres Fruta, e outros artistas vinham abrindo o caminho para essa nova era.

O funk é um gênero de resistência e de luta, que persevera, se reinventa cada vez mais e que vem quebrando cada vez mais barreiras. Seja na voz de Anitta, Ludmilla, Lexa, Luísa Sonza ou Mc Rebecca, o gênero está indo cada vez mais longe. O funk constrói carreiras, apresenta talentos e gera empregos, assim como gosta de lembrar a dona de “Me Gusta”, que cresceu em Honório Gurgel, no Rio, e hoje embarca para uma carreira internacional. 

O ritmo mais tocado nas baladas está em todos os lugares, de todos os jeitos e sons, assim como manda a tradição da mistura de elementos, que se iniciou em 1989. Depois de acompanhar no Brasil o funk sendo misturado com pop, forró, pagode, sertanejo e tantos outros ritmos e, levando em conta o contexto histórico, é impossível saber quais serão as referências do gênero para o futuro, mas é fácil deduzir que não será da forma que ouvimos hoje.

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Escrita por Otavio Pinheiro

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