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“Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” revisita o passado e promove uma bela experiência | Crítica

Após quase 10 anos desde o último filme da franquia “Jogos Vorazes”, a saga criada por Suzanne Collins retorna aos cinemas com a adaptação do livro “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, lançado pela autora em 2020. A convite da Yoki estivemos na pré-estreia do prelúdio que acompanha a história de Coriolanus Snow, conhecido vilão da saga original.

A escolha de Francis Lawrence para assumir a direção foi um dos grandes pontos que deixaram os “Tributos” – como são chamados os fãs – ansiosos pela estreia. O diretor comandou o posto na franquia original estrelada por Jennifer Lawrence desde o segundo filme, “Em Chamas”, lançado em 2013. Ao todo, a saga arrecadou mais de US$ 2.970 bilhões, se tornando uma das principais e mais queridas do cinema.

“A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é ambientado 64 anos antes dos primeiros livros, contando uma trama dos Dias Sombrios, um período 10 anos depois da guerra, mas antes que Panem atingisse seu auge. E é neste momento que conhecemos o jovem Coriolanus Snow (Tom Blyth), que aos 18 anos vê uma chance de mudar de vida quando se torna o mentor de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler), o tributo feminino do Distrito 12.

Assista ao trailer:

O casal de protagonistas, Tom Blyth e Rachel Zegler, se entregam aos papéis e oferecem aos fãs performances impecáveis repletas de sentimento. Enquanto Blyth apresenta uma versão mais inocente, se assim podemos dizer, do Snow, Zegler chega com uma potente Lucy, que mescla ousadia, com um toque de doçura, que conquista e faz com que torcemos por ela. Juntos, a mistura se intensifica e a medida que o filme anda, essa relação também se adapta por conta de ambições, princípios, amor e poder. E é aí que vemos um pouco do Snow que já conhecíamos. 

Outro enorme destaque deste longa é Viola Davis, que interpreta a Dra. Volumnia Gaul, a chefe por trás da 10ª edição dos jogos. Davis é hipnotizante, talentosa, gigante e entrega uma Volumnia impossível de se desgrudar os olhos. A personagem é interessante por si só, mas a atriz consegue virar para cima da própria cabeça todos os holofotes possíveis durante as cenas. Viola é impecável em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, assim como é em todos os papéis que se propõe a fazer. 

Com uma grande cantora no elenco, grande parte das músicas que formam a trilha sonora são interpretadas por Zegler. São canções que descrevem não só os sentimentos da personagem, mas que se estendem para o coletivo, representam os distritos e ajudam a contar passagens do filme. Ao mesmo tempo que as canções são entoadas de forma muito simples, quase que acústicas, elas possuem uma produção que as fazem crescer na cena. Um dos maiores destaques aqui vai para “The Hanging Three”, que os fãs já conheciam e que agora ganha ainda mais sentimento.

A fotografia e figurino são impecáveis, assim como na franquia original. Por um lado, a Capital é menos extravagante do que vimos nos primeiros filmes, mas ainda assim há lugar para luxo, grandes cenários e looks mais trabalhados – um destaque para o uniforme vermelho da Academia, que é impecável. Nos Distritos, o mesmo ar de pobreza, um tom mais frio e um ar mais triste é presente, mas também há lugar para grandes paisagens e locações belíssimas. O look de Zegler, um vestido multicolorido diferente das roupas do Distrito, também é um destaque porque transcreve a personagem e ajuda a compor a personalidade dela, que também se sobressai dentre os outros tributos.

Embora o filme acompanhe o vilão da franquia, “Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” não romantiza as maldades do personagem e nem tenta justificar tais atos. A produção é um dos melhores spin-offs já feitos no cinema e podemos dizer isso com tranquilidade. O filme é um grato presente, é uma celebração de uma franquia que marcou a vida de milhares de fãs.

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O prequel é impecável, a história é envolvente e te deixa com um gostinho de “quero mais”, ainda mais quando se tem ligações bastante interessantes com os primeiros filmes. Os fãs poderão, por exemplo, descobrir um pouco mais sobre o nome Katniss e se perguntar o que o Snow deve ter sentido quando conheceu a audaciosa garota que se voluntariou aos jogos anos mais tarde. Do início ao fim, a cada ato do Snow e a cada nota de Lucy, “Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é uma experiência belíssima e incomparável.

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Escrita por Otavio Pinheiro