in

Um Beijo Inesquecível / A Caminho do Altar – Os Bridgertos #7 e #8 – Julia Quinn | Resenha

Senhoras e Senhores, as crianças cresceram!

Quero começar essa resenha me despedindo oficialmente da série – e se alguém acompanhou todas as resenhas da mesma até aqui, meu muito obrigada. Os Bridgertons me conquistaram tanto quanto a todos que leram os livros – e se você ainda não deu uma chance a eles, convido a fazer num futuro próximo.

Sem mais sentimentalismos, vamos aos últimos dois exemplares da série -agora você deve estar gritando internamente “MAS SÃO NOVE LIVROS!!- e sim, são. Entretanto o nono volume é uma coletânea de contos de todos eles e apesar da leitura valer muito a pena, não integra o corpo principal da narrativa e portanto, essa que vos escreve não o resenhará *ouvindo os xingamentos de longe*.

Pois bem, a série se passa ao longo de quase duas décadas e nesse período, é claro que as crianças – Gregory e Hyacinth (alguém sabe PRONUNCIAR esse nome?) cresceram e se tornaram ‘casáveis’ – apesar de Violet Bridgerton aparentemente não conhecer os efeitos do tempo em si mesma, seus rebentos já estão mais do que aptos à corte.

“Um Beijo Inesquecível” traz um senso de humor até então não encontrado na série. (Mas comassim, os livros são hi-lá-ri-os!) Sim, a escrita de Quinn envolve desde o primeiro número, um humor inteligente e sutil, baseado na ironia leve e no desdém velado pelos absurdos encontrados na sociedade retratada (Olá, Jane Austen o/). Mas com Hyacinth fazendo dupla com Lady Danbury, o tom muda: elas não se fazem de rogadas, aqui o sarcasmo impera e o deboche direto não perdoa.

Podia dar errado? Podia. Mas é sensacional. Trazendo a natureza franca de uma menina que sempre foi protegida na vida- e por isso mesmo não tem medo de nada nem ninguém, Quinn explora o quanto de liberdade e sinceridade realmente são aceitas numa mulher: afinal, rica e linda, nossa mocinha não recebe tantas propostas de casamento quanto se espera.

Pra equilibrar a balança, Gareth St. Clair não nega o sangue – nosso cavalheiro nada convencional é neto da nossa velha de bangalas favorita. Audacioso, fora dos padrões de cortesia e nobreza (mas nem por isso menos nobre ou cortês), ele não é um duque ou visconde clássico e por isso mesmo, combina tão bem com nossa mocinha – se é que podemos chamá-la assim.

‘A Caminho do Altar’ segue o mais adorado clichê dos romances: Amor À Primeira Vista. Crescer numa família onde tantos casais se amam tão verdadeiramente fez Gregory não aceitar menos do que ‘amor verdadeiro’ para se casar com uma dama (adendo: é ótimo como os dois irmãos mais novos são construídos levando em consideração tudo que seus irmãos mais velhos viveram; as experiências não foram isoladas e afetaram diretamente mesmo aqueles que estavam mais afastados. Brilhantismo da nossa Julinha- oolha a intimidadeee!)

Claro que esperávamos conflitos e dificuldades. O fato daquela que ele ama NÃO SER aquela que ele ama; a melhor amiga da amada – que na verdade É a amada – se apaixonar pelo herói; a heroína estar prometida a outro e assim por diante, fazem parte do hall de conflitos já estabelecidos logo no início da narrativa mas Quinn aqui vai além. ‘Um Perfeito Cavalheiro’ brincou com o gênero mais novelesco ao usar inspiração nos Contos de Fadas mas esse volume abraça, beija e casa com esse gênero e entrega uma novela com todas as características que mais amamos: é tanta reviravolta que nos deixa tonto e o final é o mais dramático que se poderia esperar.

E mais uma vez, a autora chega a um milímetro de perder a mão, mas não o faz. O que, claro, deixa todas as características de um gênero muito mais próximo do público brasileiro do que os demais utilizados pela Quinn nos volumes anteriores, saborosas e no ponto. Grande parte dessa dosagem correta se encontra na protagonista feminina: Lucinda Abernathy é centrada, pragmática e zomba de todo sentimentalismo absurdo, o que é perfeito pra amenizar as cenas que poderiam ser consideradas açucaradas demais ou exageradas em seu drama.

Os Bridgertons foi uma série maravilhosa de ler e pros fãs do gênero, não se preocupem: mais resenhas vitorianas já estão a caminho. Pra quem só se importa mesmo com Julia Quinn, só posso dizer que Os Bridgertons não é a única família que nossa escritora colocou no papel 😉

Titulo: Um Beijo Inesquecível
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro;
Gêneros: Ficção, Romance de amor, Ficção histórica, Romance histórico
Série – Volume: 7
Número de páginas: 272 páginas
ISBN: 9788580414851
Ano: 2016

Titulo: A Caminho do Altar
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro;
Gêneros: Ficção, Romance de amor, Ficção histórica, Romance histórico
Série – Volume: 8
Número de páginas: 320 páginas
ISBN: 9788580415735
Ano: 2016

Resenha escrita por Ludmilla Fadel (@ludmilla_fadel)

• • •

Agradecemos pela sua visita! Acompanhe mais conteúdos no X, Facebook, TikTok e Instagram, além do Google Notícias e do canal do Youtube. Se você quiser falar com a gente, mande email para [email protected] e ficaremos felizes em te atender. Agora, se quiser fazer parte da nossa equipe de colaboradores, clique aqui para se inscrever.

Escrita por Milla Fadel

Apenas mais uma garota apaixonada por livros