Ontem (26), em seu Twitter, Rick Riordan, autor da saga “Percy Jackson” e outros sucessos, respondeu a comentários preconceituosos que o questionavam por ele ter colocado personagem com gênero fluido em suas obras e isso estaria arruinando a história. Diante da insistência de comentários desse tipo, ele postou:
“Ah, sim, o ocasional comentário ‘Por que você colocou a fluidez de gênero em seu livro? Sua agenda está arruinando a história’. Talvez o que está arruinando a história para esse leitor seja a insistência dele em acreditar que o direito de um personagem não cishet (heterossexual cisgênero) existir em uma história é uma ‘agenda’?” – em tradução.
O personagem em questão é o “Alex Fierro”, que foi introduzido no livro “O martelo de Thor”, segundo livro da saga “Magnus Chase e os deuses de Asgard”. No livro, por ser gênero fluido, Alex não se identifica exclusivamente com um único gênero, sou seja, ao longo da narrativa ele se reconhece como menino ou menina, depende do que sente no momento.
A obra faz parte de uma trilogia de fantasias baseadas na mitologia nórdica. Riordan também acrescenta que se o leitor está se perguntado o motivo dele ter colocado fluidez de gênero em uma história da mitologia nórdica, ele não sabe muito sobre. Veja:
Segundo apontam estudiosos da literatura nórdica, em diversas narrativas trechos de vinganças decretadas por homens acusados de serem passivos em relações sexuais – o que pode ser considerado “afeminado”, tornando- os uma ameaça à reputação de um homem que precisava agir como líder e guerreiro.
Além disso, alguns dos deuses nórdicos tinham a capacidade de mudar de sexo livremente, como é o caso de Loki, deus trapaceiro, que frequentemente se disfarçava de mulher – chegou a dar a luz. Essas impações nas narrativas nórdicas, podem garantir que Loki tenha sido bissexual ou até mesmo gênero fluído. Ou seja, a questão de gênero não é nenhuma novidade nas histórias nórdicas.