A série documental “MC Daleste – Mataram o Pobre Loco” estreou nesta sexta-feira (23) no catálogo do Globoplay. Produzida pelo Jornalismo da Globo, a série documental revela detalhes do fim trágico do funkeiro que virou lenda nas periferias do Brasil.
Em 6 de julho de 2013, um jovem MC é assassinado com dois tiros em cima do palco na frente de milhares de fãs. O crime que aconteceu durante um show em Campinas, interior de São Paulo, é filmado e os vídeos viralizaram. Dez anos depois, o assassinato continua impune, ainda não se sabe quem matou Daniel Pellegrini, o MC Daleste.
Em quatro episódios, que serão lançados em sequência, a produção conta a história do MC, se aprofunda na investigação do crime, além de percorrer a trajetória do funk ostentação em São Paulo. A série tem direção de Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, que também assina o roteiro junto com Caio Cavechini.
A equipe do documentário teve acesso ao processo criminal, que tem quase mil páginas, e foi arquivado pela última vez em 2019. As linhas de investigação consideram desde o relacionamento de Daleste com namoradas de traficantes até uma possível participação da polícia.
“É um crime que chama muita atenção, até mesmo de pessoas que não gostam de funk, que não conheciam o Daleste. Foi chocante ver um jovem de 20 anos no auge da carreira ser baleado em pleno show. Ao longo dos quatro episódios da série, esmiuçamos a investigação e trazemos uma série de elementos que podem ter relação com o assassinato dele”, explica Eliane Scardovelli.
“A impunidade do assassinato de MC Daleste é um retrato do descaso do país com a população da periferia. Infelizmente, ele é um entre milhares de jovens mortos sem que suas famílias tenham respostas. Dez anos depois, os fãs não esqueceram MC Daleste e querem justiça. Nós, jornalistas, temos esse papel de ouvi-los e de cobrar as autoridades”, complementa Guilherme Belarmino.
A série traz depoimentos exclusivos de testemunhas, do delegado do caso, do irmão e da irmã de Daleste, além de artistas como Gloria Groove, MC Livinho, MC Hariel, entre outros. Em homenagem ao funkeiro, a drag queen usou o refrão de “Quem é”, sucesso do MC, na canção “Vermelho”, que entrou na lista das músicas mais ouvidas do país. A produção também mostra as transformações que o movimento passou na última década. Em 2013, no auge do funk ostentação, surgiram os “rolezinhos” nos shoppings de São Paulo, encontros que reuniam centenas de jovens de periferia.
“O funk ostentação hoje virou uma indústria. Talvez seja o único estilo musical que consegue se aproximar do sertanejo no número de plays, views etc. A série mostra o contraste entre essa realidade de hoje e a da época de Daleste, que gravava com a voz baixinha dentro de uma Lan House para não atrapalhar os outros frequentadores. É uma voz da periferia que começa assim mesmo, baixinha, e logo está no Brasil todo – e até hoje. Milhares de pessoas cantaram um refrão dele no último The Town”, afirma Caio Cavechini.
“MC Daleste – Mataram o Pobre Loco” se junta às demais produções originais da plataforma. O Jornalismo da Globo já produziu para o Globoplay os documentários “3X Ártico – O Alerta do Gelo”, “Cadê o Amarildo”, “Vale dos Isolados: O assassinato de Bruno e Dom”, “Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria”, “extremistas.br”, “Gabriel Monteiro – Herói Fake”, “Escola Base – Um repórter enfrenta o passado”, “A Corrida das Vacinas”, “A Corrida das Vacinas – Mercado Paralelo”, “O Caso Prevent Senior”, “Cercados” e “Marielle”.