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CCXP16 | HBO traz painel especial de Game of Thrones para fechar o primeiro dia

Fechando a noite e os trabalhos do primeiro dia da Comic Con Experience, a HBO montou um painel especial sobre Game of Thrones que foi dividido em três partes: storyboards, com Will Simpson; efeitos visuais, com Sven Martin; e uma das estrelas do show, a atriz Natalie Dormer, que interpretou a rainha Margaery Tyrrel da 2ª até a 6ª temporada.

O responsável por criar algumas cenas da série em arte sequencial Will Simpson falou sobre o processo criativo, a evolução da produção ao longo dos anos, curiosidades sobre trabalhar em um projeto desse tamanho, além de dar dicas para quem quer trabalhar como artista conceitual no cinema e na TV. Will ainda comentou com humor como é saber dos acontecimentos da série antes do público:

Meu Deus, o que eles estão fazendo? Eles não podem fazer isso” [risos]. Eu não sabia que Jon Snow ia morrer. Não sabíamos nada do que ia acontecer com ele depois de morrer. É muito fácil [lidar com essas informações]. Você só vai aos bares, bebe coisas terríveis e esquece [risos]. Eu estive em muitos bares tentando esquecer essa ultima temporada.”

Will, que tem quase dois meses para adaptar o roteiro para esboços, revelou ainda que a cena mais impressionante da sexta temporada, a Batalha dos Bastardos, não teve um storyboard. E quando foi questionado se poderia revelar algum segredo da próxima temporada, Simpson brincou: “Os produtores me entregariam para Ramsey”, em referência a um dos personagens mais cruéis da série.

Sven Martin deu continuidade mostrando todo o trabalho do processo de criação de um dragão gerado virtualmente – incluindo as nuances morfológicas (pele, ossos, músculos e até expressões faciais), temporais (da fase infantil até a atual fase adulta da criatura) e fenomenológicas (como os dragões reagem ao fogo, à água e ao vento, por exemplo).

Sven e sua equipe pesquisaram diversos tipos de animais, como por exemplo crocodilos, cobras e aves para dar vida aos dragões. Ele aproveitou para destacar apesar de toda a tecnologia, a produção da série faz um esforço enorme para manter tudo o mais real possível.

Eles poderiam ter ido para um estúdio e gravado tudo em tela verde, mas decidiram gravar em locações reais ao redor do mundo. Com os dragões, quisemos dar um visual bem realista também.”

Martin e outro supervisor foram amarrados e tiveram que encenar para conseguirem descobrir como os músculos do dragão reagiria com ele acorrentado. Conforme as temporadas foram passando, as dificuldade foram ficando ainda maiores;

Martin comentou que leva mais ou menos quatro meses para cada dragão ficar pronto, e cada temporada exige cerca de três modelos inteiramente novos por conta de detalhes como crescimento, mudança de cores e padrão de escamas.

Conforme os dragões vão crescendo, aumenta o tamanho deles na tela e aumentam os detalhes, então o trabalho vai crescendo também. Mas é incrível que você pode encontrar quase tudo na natureza.”

Uma das convidadas mais esperadas pelos fãs de cultura pop no evento, a atriz Natalie Dormer foi bem recepcionada e esbanjou bom humor nas respostas inteligentes que deu às perguntas de Natália Bridi, do Omelete.

Natalie começou falando de como Game of Thrones chegou na vida dela e como que ela conseguiu o papel de Margaery. Ela disse que se apaixonou pela série na primeira temporada e então seu agente ligou falando que a produção estava fazendo audições. Mesmo com o nervosismo, tudo acabou ocorrendo bem. Ela comentou que todo o elenco é uma enorme família na frente e por trás das câmeras e que foi um privilégio fazer parte dela.

Porque são os fãs, internacionalmente, que fizeram de Game of Thrones o fenômeno que realmente é. É uma comunidade global em um mundo de fantasia e é onde todos nós podemos experienciar nossos amores, nossas perdas, nossas expectativas. Não importa de onde somos, todos podemos ter nossos corações em Westeros.”

Dormer continuou dizendo que já suspeitava que sua personagem chegasse até o final, mas não sabia como iria ser. “Foi realmente triste, porque esse foi o personagem que interpretei por mais tempo. Eu a interpretei por cinco anos. Então eu conhecia a Margaery como minha melhor amiga.”

Quando questionada quem ela gostaria de ver sofrer, a atriz respondeu cantando: “Carsei”. E completou falando que espera que seja algo muito do mal, fazendo a personagem ter o que merece. Alem disso ela disse que está animada para assistir a série como fã novamente, em saber o que vai acontecer.

A eterna rainha Margaery ressaltou a importância de mulheres em papeis fortes e bem construídos na ficção, como em “Game of Thrones”, “Jogo Vorazes” e “Mad Max: The Fury Road”. Natalie disse que agora Hollywood parece entender que ter mulheres em grandes papéis é tão vantajoso quanto homens.

A maré está virando, a mudança está acontecendo. Vocês tem que entender que o showbusiness está tendo a prova de que histórias sobre mulheres rende financeiramente tanto quanto histórias sobre homens. Queremos igualdade. […] Não importa se você tem uma vagina ou um pênis. Para mim, gênero não é relevante. Eu só quero assistir uma história realmente boa sobre um indivíduo, e pra mim não importa se esse é homem ou mulher. Meu entendimento da palavra ‘feminista’ é apenas igualdade.”

Natália diz que ela é a preferida dos fãs para interpretar a Capitã Marvel e questiona se a atriz tem alguma heroína que gostaria de interpretar. Dormer diz que está aberta a sugestões, mas que não sabe no momento.

Quando perguntada sobre a situação política do mundo Natalie responde que estamos num momento de muita turbulência e de muito medo. Falando com coração britânico, Dormer diz que Brexit foi um grande choque para ela, a ideia de separar da Europa e não ser mais inclusivo. “2016 tem sido um ano estranho”.

Mas se alguma coisa vier desse ano, é uma boa hora para os roteiristas, atores, produtores, criarem mais material, de importância, e dizer algo. É uma forma de protestar contra o preconceito, xenofobia, sexismo. Temos que lutar contra isso e que lugar melhor para fazer isso do que na ficção?”

Questionada sobre a decisão de se privar da tecnologia e estar fora das redes sociais, Natalie diz que trabalha com uma equipe que a mantém muito consciente de tudo o que acontece na internet e e mostrou extremamente grata aos seus fãs que mesmo sem tê-la nas redes sociais ainda a seguem em seus projetos.

Meus fãs são tudo para mim. Sem as pessoas dessa sala, eu não teria um emprego. E é mais do que um emprego pra mim, é a minha existência, é como eu respiro, como eu sigo com a vida. Então vocês me dão a minha vida. E eu tenho essa oportunidade de viajar e conhecer pessoas, como as pessoas que conheci hoje, e se tiver alguns de vocês que estiver aqui nessa sala, olá. Acho que nunca dei tantos beijos e abraços quanto hoje, foi um dia maravilhoso. E, bem, sem vocês, pessoal, eu não seria nada, Game of Thrones não seria nada, Jogos Vorazes não seria nada. Teatro, cinema, não seria nada sem o público.”

Por fim, falou sobre sua saída da série devido a morte da sua personagem e explicou que agora que não está mais no elenco de Game Of Thrones, ela está disponível pra novos papéis e se sente privilegiada por ter feito em sua carreira teatro, cinema e televisão, portanto, está preparada para qualquer desafio. A atriz, que se mostrou interessada em fazer papéis principais no futuro, revelou que recentemente co-escreveu um um thriller psicológico chamado “In Darkness” com seu noivo e está num filme com Mel Gibson e Sean Penn, chamado “The Professor and the Madman”, que provavelmente estreará ano que vem ou no começo de 2018.

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Escrita por Danilo Muniz

22 anos e cursando Engenharia de Produção na Universidade Federal Fluminense, em Niterói.