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“Ascensão do Cisne Negro” é genérico, mas esforçado | Crítica

Contando com um elenco de peso, o filme “Ascensão do Cisne Negro” se tornou um dos mais assistidos da Netflix atualmente. Dirigido por Magnus Martens, o longa britânico que mistura suspense e ação é baseado no romance de mesmo nome de Andy McNab, lançado em 2012, e promete uma grande aventura.

A história nos leva a conhecer um agente das Forças Especiais que está de viagem com sua namorada num trem saindo de Londres em direção à Paris, pois pretende pedi-la em casamento, porém esse trem é sequestrado por um grupo de mercenários impiedosos e o agente tenta impedir que o pior aconteça.

Começando com uma abordagem bem atrativa, as cenas de abertura contextualizam algumas características que diferenciam os psicopatas das demais pessoas. Em seguida somos apresentados a dois grandes personagens: primeiro, Grace Lewis (Ruby Rose), uma psicopata implacável que ao lado de seu pai, um homem austero, lidera um massacre numa vila de inocentes, e depois Tom Buckinghan (Sam Roland Heughan), um agente frio e calculista que jamais se sentiu afetado pelas tarefas sanguinárias que precisou assumir em sua profissão, mas que diferente de Lewis, o filme faz questão de demonstrar que existe nele um lado genuinamente gentil e caloroso. E é essa sua facilidade em matar e viver o dia seguinte como se nada tivesse acontecido que intriga as pessoas ao seu redor, principalmente sua namorada Sophie Hart (Hannah John-Kamen), uma doutora que possui certa dificuldade para digerir essa petulante dinâmica psicológica do namorado. A personalidade inflexível e ao mesmo tempo complacente de Buckinghan instiga o espectador a descobrir quem ele é de fato.

É numa viagem de trem que os dois se encontram. Grace lidera o sequestro dos vagões e ameaça explodi-los com todos os passageiros dentro e Tom precisa correr contra o tempo para impedi-la. Apesar de a trama pontuar uma inclinação para a psicopatia presente nesses personagens, ela tem pouco atrevimento para explorar o conceito e permanece apenas na superfície sem grandes desvendamentos, o que enfraquece demais o enredo, porém o filme mantém uma atmosfera de dualidade onde a autenticidade do “bem” é questionada durante os conflitos e também é neles que o caráter de cada personagem, além dos protagonistas, é desvendado.

Para quem gosta de ação o filme entrega bastante, são diversas sequências muito dinâmicas, os cenários dentro e fora da Inglaterra são agradáveis e bem enquadrados, porém peca em se estender demais. São duas horas um pouco cansativas, elas se alongam em cenas que seriam facilmente diminuídas sem comprometer a história. Além de que embora possua uma boa introdução, o longa se desenvolve apegado demais aos clichês e dramas genéricos que o distanciam da potência que o roteiro, assinado por Laurence Malkin e Chad Thuman, tenta transmitir.

Não é novidade essa tendência do streaming mais acessado do Brasil em produzir ou distribuir filmes que invistam mais em elenco do que em roteiro. Independente da presença de grandes nomes como a australiana Ruby Rose, o escocês Sam Roland Heughan, mais conhecido por seu papel de Jamie Frases na série “Outlander” e o britânico Andy Serkins, conhecido por interpretar o personagem Gollum na franquia “O senhor dos anéis”, ainda faltou carisma na dramaticidade e subjetividade nos personagens. “A ascensão do cisne negro” não é um filme espetacular, mas também não é descartável, seguindo então a linha de raciocínio de filmes medianos da Netflix.

Confira o trailer:

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Escrita por Victória da Silva

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