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“Free Guy” mergulha no mundo dos games e garante experiência hilária | Crítica

“Free Guy: Assumindo o Controle” é uma das grandes apostas deste ano pela 20th Century Studios e transporta o público para dentro de uma produção repleta de efeitos especiais e cenas de ação super elaboradas. O filme brinca com universo dos games enquanto coloca em evidência o talento de Ryan Reynolds, famoso por viver Deadpool nas telonas, em mais um papel cômico da carreira. 

Dentro do game, acompanhamos o alegre e gentil – e um tanto ingênuo! – Guy, que vive todos os dias como se fossem os mesmos. Acorda, dá bom dia para um peixinho dourado, olha pela janela, toma o mesmo café e vai trabalhar em um banco, que é constantemente assaltado. Embora coisas extraordinárias aconteçam naquele mundo, Guy nunca fez nada de diferente até que descobre que é, na verdade, um jogador secundário de um videogame chamado “Free City” e que existe apenas no jogo. A partir daí, o personagem decide se tornar o herói da própria história, para de seguir a rotina e encara diversas aventuras.

Na pele de Molotov Girl, Milly Rusk (Jodie Comer) ronda Free City em busca do código original do jogo, que ela construiu com o parceiro Walter “Keys” McKeys (Joe Keery) anos antes. O projeto se chamaria “Free World” e estaria em constante desenvolvimento via inteligência artificial ao trazer o conceito de live arbítrio para dentro do ambiente virtual. No entanto, Antwan (Taika Waititi), um homem  rico e poderoso da indústria, modificou completamente o game quando comprou os direitos. A partir daí, Guy terá grande importância e ajudará a Molotov Girl, com quem fica encantado logo de cara, a encontrar o código secreto e retomar o jogo como ele deveria ser.

“Free Guy” tem direção assinada por Shawn Levy, o mesmo da série “Stranger Things”, e mergulha no mundo dos games e conta diversas referências deste universo, como termos conhecidos pelos jogadores, easter eggs, participação de alguns streamers, além de trazer para a cena elementos de filmes muito famosos e queridos pelo público, como “Vingadores”. Repleto de efeitos visuais impecáveis e cenas de ação grandiosas, o longa traz um roteiro bem leve e alinhado, com muitas piadas e diálogos hilários que funcionam muito bem em todos os momentos.

Se trilha sonora é algo que já chama atenção, imagine só o filme já ter como uma das canções principais a faixa “Fantasy”, de 1995 e um dos maiores hits da cantora Mariah Carey. Embora Guy seja grande fã das divas pop dos anos 90, a escolha da música tem um sentido todo especial, mas que o público só entenderá nas cenas finais do longa. “Free Guy” conta ainda conta um momento muito engraçado embalado por “Wrecking Ball”, de Miley Cyrus. 

Um dos grandes aspectos que tornam “Free Guy” um filme prazeroso de assistir é a relação de Guy com os outros personagens, incluindo os menores e que não possuem um grande significado na trama, como uma atendente de um café ou um policial com quem ele fala todos os dias. Por vezes, há até uma interação entre jogadores e o protagonista – que nesse ponto já é um astro no game! – e os momentos arrancam boas gargalhadas. 

Além disso, Reynolds e o elenco de apoio esbanjam muita química em cena, o que torna ainda mais gostoso de vivenciar a produção. É impossível entrar no assunto dos personagens sem falar de Buddy, que é interpretado por Lil Rel Howery (“Corra!”). Howery vive um policial grande amigo de Guy e que está com o protagonista nos bons e maus momentos. Buddy é mais um dos responsáveis por trazer ainda mais humor para a produção e rouba a cena com falas muito bem pensadas e divertidas. Além disso, o personagem é também dono de um dos momentos mais emocionantes de todo o filme. Prepare os lenços! 

Criativo, engraçado e com um ritmo frenético, “Free Guy: Assumindo o Controle” é uma superprodução que possui todos os elementos necessários para agradar os amantes de filmes do gênero e se tornar um verdadeiro sucesso de bilheteria. Além de um roteiro original bastante ousado, a produção conta com um elenco impecável e que constrói personagens apaixonantes, não esbarra em clichês e mantém a curiosidade do público a cada cena, além de esbanjar efeitos especiais incríveis. A escolha de Ryan Reynolds para dar vida a Guy é um grande trunfo do filme, que passa longe das adaptações falhas dos games e cria um universo cheio de possibilidades.

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Escrita por Otavio Pinheiro