A premiada companhia Centro Teatral e Etc e Tal volta a apresentar no Rio de Janeiro o espetáculo “João, o Alfaiate – Um Herói Inusitado”, depois de ganhar os prêmios CBTIJ 2018 (Centro Brasileiro Teatro para a Infância e Juventude) de melhor visagismo para Cleber de Oliveira e Zilka Sallaberry (2018) de melhor espetáculo infanto-juvenil e ator (Márcio Moura).
De 3 de agosto a 1º de setembro o espetáculo estará no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, aos sábados e domingos, sempre às 17h, com ingressos a R$60 e R$30 (meia). Sob direção de Álvaro Assad, esta montagem traz para o palco um clássico dos irmãos Grimm, usando a marca registrada do grupo: a utilização da mímica e da pantomima.
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Em cena, o trio de atores Álvaro Assad (Alfaiate), Marcio Moura (Rei) e Melissa Teles-Lôbo (Bobo da Corte) esmiúça a história de um Alfaiate que esbraveja para o mundo sua valentia ao matar sete insetos pousados em sua refeição, num reino onde seres fantásticos apavoram a Vila Central. A notícia se espalha até chegar ao Rei. Este, manda trazer o alfaiate, certo da existência de um grande herói, para a missão desafiadora de livrar o reinado dos diversos temidos, inesperados e surpreendentes problemas da realeza. Sem ter tempo de saber do que se trata, o Alfaiate se vê diante da missão. Distraído pela própria interpretação dos fatos e pela astúcia do Monarca, costura soluções nas situações diante das tarefas designadas para ele.
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O Etc e Tal revisita de forma inventiva a obra “João Mata Sete” dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm. Este é o décimo espetáculo da companhia carioca, que faz chegar ao público uma profusão de cenas cômicas mesclando pantomimas e histrionismo verborrágico, cenas farsescas, truques de magia, uso de pinturas de arte com engenhocas cênicas, tudo para levar adultos e crianças ao mundo da alfaiataria que “costura” o inusitado herói.
Mas para os pequenos, este é o sétimo espetáculo do grupo (o último foi “O Maior Menor Espetáculo da Terra” de 2010) depois de sete anos de intervalo até a nova produção. “Não à toa que o número 7 é o mais significativo para esse espetáculo e é o segredo da peça. Quem for assistir, entenderá”, brinca Alvaro Assad.
Com mais de 25 anos de palco, pela primeira vez o trio contou com o estudo de visagismo, criado por Cleber de Oliveira, que transformou os atores através de recursos de maquiagem, cabelos e próteses. O cenário, um trabalho de produção artística de Raquel Theo, coloriu e formatou desenhos de Tarcísio Zanon pensados e laborados exclusivamente para concepção do grupo dessa “caixa de costura” repleta de surpresas.
As telas de fundo teatrais, que foram tradição nos teatros da década de 40, fazem parte do ambiente. “Devido à complexidade da maquinaria cênica, nós demoramos em torno de um ano para armar o espetáculo, contando com a pesquisa de movimentação, direção de arte, material e encaixe da estrutura do cenário”, diz o diretor.
Jogando mais uma vez com a desconstrução romântica dos estereotipados “mundos das fadas” muito popularizada pelas animações cinematográficas, e mesclando diversas versões das histórias perpetradas pela literatura e tradição oral, os atores da Cia Etc e Tal desvelam de forma criativa o jogo entre a palavra, o gesto e a ludicidade temática do protagonista, convidando adultos e crianças a mergulhar num universo diferenciado da experiência teatral. Assad enfatiza o trabalho que permeou o grupo ao longo dos anos: “Nossa pesquisa sempre dialogou entre a triade Teatro-Mímica-Humor e diferentes abordagens estéticas”.
A peça conta com a direção e preparação mímica de Alvaro Assad (diretor de todos os espetáculos do carioca Etc e Tal, assim como das cias paulistas LaMínima, em “A Noite dos Palhaços Mudos”, e Parlapatões, em “Os MeQueTreFe”. A trilha original de Joaquim de Paula pontua toda trama mesclando onomatopeias, efeitos sonoros e melodias compostas para o desenho de cena (como em desenhos animados), onde pontuam e coreografam a ação.
Os figurinos de Flavio Souza desconstroem as figuras de cena do tradicional e mergulham no universo onírico de sobreposição de tons neutros que fazem os corpos dos atores saltarem das telas. O desenho de luz de Aurélio Oliosi ambienta a cena e abusa da metalinguagem, convidando o público a ficar atento ao jogo teatral.
Serviço:
Local: Teatro dos Quatro (Shopping da Gávea, R. Marquês de São Vicente, 54 – Gávea)
Data: Sábados e domingos, de 3 de agosto a 1º de setembro de 2019
Horário: 17h
Duração: 50 minutos
Capacidade: 402 lugares
Ingresso: R$60 inteira / R$30 meia-entrada