Simplesmente sensacional! A sequência de Deadpool vem com o humor aprimorado e dá muito certo. Ryan Reynolds interpreta direitinho o anti herói que quase não consegue vencer os conflitos, mas no fim sempre sai vitorioso. Então é claro que no novo filme não seria diferente, porque o personagem já criou uma identidade própria no cinema.
Assim como o público sabe o que esperar de Deadpool, a gente também prevê a ênfase na metalinguagem – a trama falando de si mesma. Mas não é só isso, ela fala de outros universos, confunde-se entre a verossimilhança interna e externa. O que significa que a ficção brinca com a realidade – aquela teoria de que ‘a arte imita a vida e a vida imita a arte’ está sendo comprovada.
Além de fazer o espectador refletir sobre questões mais complexas do que parecem com poucas palavras, o roteiro diverte – e muito! Mesmo que o herói o critique de vez em quando. As piadas estão ainda mais sarcásticas e abrangem noções sérias da nossa sociedade atual, como o machismo e o racismo. É isso mesmo! Deadpool tenta militar, mas se contradiz e esse é o gatilho para percebemos o quanto ele é gente como a gente. Em determinadas cenas, ele julga terceiros mas logo depois faz o mesmo.
Mais especificamente, mas ainda sem spoiler, o reizinho da ironia nega uma ideia dada por uma mulher e nem mesmo reconhece que foi dela – nesse momento, o cinema não riu. Ele tira onda do homem branco com dreadlocks na cabeça, aponta preconceitos. Será que assim as pessoas começam a repensar? Seria mais uma vez uma quebra dos limites entre a ficção e o mundo real.
O importante é perceber que Deadpool tem muitas faces, não é só a máscara e o rosto enrugado. Ele passa por instantes de sensibilidade ao longo do filme, assume riscos e culpas. Apesar de tentar achar respostas, “DP” lida com isso dando risada de si mesmo.
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A construção de uma família é praticamente o tema central da história. A Vanessa (Morena Baccarin) é fundamental para envolver o público. Em entrevista para o Cine Pop, a atriz brasileira parece ter pegado as nuances humorísticas da sequência da Fox com a Marvel. Segundo ela, o filme é autêntico porque mistura ação com humor – de fato, é bem original.
No início, ainda estamos nos conectando com a proposta. Mas, assim que a tristeza de uma perda faz o protagonista de sandálias crocs quase desistir de viver, ficamos vidrados na tela. O que será que acontece?
Deadpool precisa de ajuda – e acha. Os novos rostos são, definitivamente, revigorantes no longa. Personagens novos! É disso que o Brasil gosta! E também de antigos, como a icônica avó. Alguns com aquela dose especial de comédia, outros mais sérios, o que equilibra as interações.
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O pós-créditos é igualmente bom e dialoga muito com o que veio anteriormente. Só que vai além, ultrapassa a trama sem que perca a graça. Tudo é bem colocado em sequência e a nossa percepção fica didática. Ou seja, o que está nas entrelinhas, em maioria as críticas, acabam sendo praticamente explícitas.
Mas o que todo mundo quer saber: afinal, tem ou não tem X-men? O poster já entrega. Na verdade, tem até outro X na área, mas só dá pra saber assistindo. Deadpool 2 estreia nos cinemas brasileiros no dia 17 de maio.
Créditos do título: Bernardo Mofe.