in

RESENHA | A Seleção – Kiera Cass

‘A Seleção’ se passa num Estado Unidos futurista que sobreviveu a 3ª Guerra Mundial e a dominação chinesa (portanto, não se engane com a moça bonita da capa, estamos falando de uma distopia aqui, senhoras e senhores!). Chamada Iléia, o país é divido por castas representadas por número (Um a Oito) e por funções – cada casta têm que exercer uma profissão pré determinada. No centro disso tudo, está nossa protagonista: America – sem acento mesmo 😉

America é a típica “garota comum”. Sendo de uma casta inferior (Cinco), ela é musicista e cantora que só quer ajudar a família e casar com o cara que ama. As coisas mudam com o anúncio da Seleção, que tem por objetivo escolher a nova princesa de Iléia e esposa do príncipe Maxon. Todas as jovens entre 16 e 20 anos podem participar mas a escolha final é do príncipe. Claro que America não queria participar e é claro que ela é escolhida!

America vai para o palácio com mais 34 garotas dispostas a tudo para conquistar o príncipe – ou seria a Coroa? E é nesse momento que as questões começam a aparecer. A disputa não se dá fisicamente (aliás, é expressamente proibido qualquer agressão física entre as Selecionadas) mas sorrisos, palavras e manipulações podem ser mais cruéis que tapas na cara.

America também se surpreende com muitas coisas que encontra no palácio – e não só as salas luxuosas ou os vestidos estonteantes. Certa de que o príncipe seria um menino mimado que não faz ideia de como a vida é difícil fora dos muros altos que o cercam (e um cadinho certa quanto a isso), ela percebe que também não conhece muito a realidade do país em que vive.

Criada sob restrições severas, America e a família se concentram em sobreviver a estação seguinte mas no palácio ela começa a perceber – e questionar – certas coisas. Por que o sistema de castas é tão rígido? Por que o Jornal Oficial de Iléia não noticia certas coisas? Seria possível que todas as coisas ruins que acontecem são mesmo culpa dos rebeldes? Até onde ela esteve no escuro a vida toda?

‘A Seleção’ é muito mais do que um triângulo amoroso. Como toda distopia, traz críticas a diversos males da nossa sociedade.  De forma bem mais sutil do que ‘Jogos Vorazes’ ou ‘Divergente’, o livro alerta sobre o espetáculo midiático e a busca da fama pela fama e temas ainda mais profundos como a desigualdade social, preconceitos determinados pelo simples acaso do nascimento e o que algumas pessoas fariam para alcançar ou se manter no poder.

Ela começa a se dar conta de que o mundo é mais cinza do que preto e branco e que certezas são questionadas o tempo todo, inclusive as suas próprias. E isso tudo, permeado de momentos doces e engraçados (America é hilária!), leves e distraídos, uma dose extra de romance e lindos vestidos. A trajetória de America está só começando….

Por Ludmilla Fadel 
Instagram: @ludifadel

• • •

Agradecemos pela sua visita! Acompanhe mais conteúdos no X, Facebook, TikTok e Instagram, além do Google Notícias e do canal do Youtube. Se você quiser falar com a gente, mande email para [email protected] e ficaremos felizes em te atender. Agora, se quiser fazer parte da nossa equipe de colaboradores, clique aqui para se inscrever.

Escrita por Milla Fadel

Apenas mais uma garota apaixonada por livros