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“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” é repleto de representatividade e marca mais um trunfo da Marvel | Crítica

Depois de três fases recheadas de aclamação e produções queridas pelo público, a Marvel entrega aos fãs o longa “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”, que integra a quarta fase da MCU e que promete ser ainda mais grandiosa que as anteriores. Com cenas de humor e ação, o vigésimo quinto filme desse universo dos quadrinhos faz valer toda a espera e dá aos fãs mais um gostinho do que ainda se pode esperar.

A trama acompanha Shang-Chi (Simu Liu), um jovem chinês criado recluso pelo pai e que foi treinado com artes marciais desde muito garoto. Já adulto, Chi vive uma vida tranquila em sociedade e tem a chance de finalmente conviver com o resto do mundo, mas algo o chama de volta para aquele passado e o herói se vê obrigado a encarar grandes desafios, que envolvem poder e o enorme e poderoso legado da família. Os desafios são inimagináveis e perigosos.

Com direção de Destin Daniel Cretton, o filme é impecavelmente bem produzido e todas as cenas são muito bem construídas. O roteiro de David Callaham e Andrew Lanham mescla o melhor da história, diálogos incríveis, drama e não se perde em momento algum ao abrir caminho para novos detalhes dentro desse universo vasto que a Marvel propõe. Assim como “Pantera Negra”, que se tornou importante também por uma questão de representatividade da comunidade preta nos cinemas, “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” irá entrar nesse mesmo patamar por ir a fundo na cultura asiática e trazer diversos elementos para cena.

A representatividade do longa não está só no enredo, mas em toda a construção do filme em si, especificamente no elenco, que é majoritariamente asiático. A produção reforça o poder que a Marvel de entregar ao público títulos cada vez mais coerentes e que se diferenciam dos demais, mesmo que estejam sempre conversando com as obras anteriores.

Os personagens são muito bem elaborados e apaixonantes, dentro das próprias camadas e trajetórias. Shang-Chi é um grande lutador de kung-fu e as cenas de luta do herói são todas lendárias, mas Xialing (Meng’er Zhang), que é a irmã mais nova de Chi e que aprendeu artes marciais sozinha assistindo os outros treinando, é ainda mais barra pesada, além de ser uma daquelas personagens que a gente quer ver mais e mais em cena. Inclusive, a Marvel sabe bem construir personagens femininas, né?!

Ainda sobre os personagens e com ênfase nas mulheres do elenco, Awkwafina dá vida a Katy, a melhor amiga de Shang-Chi e que possui grande destaque no filme. A manobrista entrega momentos engraçadíssimos tanto solo quanto com Shang e dois esbanjam muita química em cena, convencem o público e conseguem transmitir aquela relação de amizade e parceria que nasceu anos atrás, mas que agora ganha um novo e perigoso capítulo. Como uma boa amiga, Katy está sempre com Shang, até nos momentos onde coloca a própria vida em risco. Os diálogos da personagem são sempre – eu disse SEMPRE – memoráveis.

Como vimos nos filmes das fases anteriores, as cenas de ação são uma das grandes especialidades da Marvel, mas aqui elas ganham um charme a mais. As lutas, por exemplo, são todas muito bem coreografadas e tão bonitas de assistir que parecem danças. Assim que se conhecem, Jiang Li (Fala Chen) e Wenwu (Tony Leung), os pais de Shang-Chi, protagonizam um duelo onde o público poderá ver logo de início os poderes dos dois, além de serem introduzidos àquela história e conhecerem mais do que os anéis podem fazer. A cena é tão bem feita, bonita e os efeitos encaixam tão bem, que poderia ser reprisada umas dez vezes seguidas sem cansar. Além disso, por mais cheias de adrenalina que sejam, as cenas mais agitadas do longa dão abertura ainda mais momentos engraçados, que conversam super bem e garantem boas gargalhadas.

E por falar em efeitos especiais, são todos impecáveis e estão em todos os momentos da produção, mesmo que muito bem distribuídos, o que intensifica ainda mais a experiência. Além dos efeitos nas batalhas, a construção das criaturas em cena, desde as mais “simples” às mais grandiosas, é de tirar o fôlego.  

“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” tem tudo para se tornar um dos filmes favoritos dos fãs do Universo Cinematográfico da Marvel, além de fazer do personagem título um dos principais no coração do público. Bastante dinâmico e rápido, o longa leva o espectador para dentro daquela história, conquista logo nos primeiros minutos de produção e consegue manter o interesse até o último segundo. Marvel Studios fez, mais uma vez, um ótimo trabalho e entregará ao público mais um filme impecável e que instiga para saber o que irá acontecer depois. Mal podemos esperar para rever Shang e os anéis de volta em um próximo capítulo dessa fase 4.

Obs: São duas cenas pós-créditos. A primeira conta com a participação de dois personagens queridos dos filmes anteriores. A segunda é protagonizada por Xialing e é super Girl Power.

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Escrita por Otavio Pinheiro