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Especial Halloween | Um clássico moderno, “Pânico” revitalizou o terror nos anos 90

Outubro é, tradicionalmente, o mês dos filmes de suspense e das histórias de terror, tudo por conta do Halloween, comemorado dia 31. Por isso, essa semana a Poltrona Vip vai fazer uma pequena jornada por alguns clássicos modernos do terror. Vamos começar com a franquia que revitalizou o gênero nos anos noventa: “Pânico”.

Após a criação de algumas das maiores franquias da história durante os anos 70 e 80, o gênero do terror passava por um período complicado nos anos 90, especificamente os slasher movies, ou os filmes com assassinos. Séries como “Sexta-Feira 13”, “Halloween” e “A Hora do Pesadelo” exibiram alguns dos seus piores capítulos, se tornando fracassos cada vez maiores de público e crítica.

O diretor Wes Craven, criador de Freddy Krueger, um dos maiores personagens de terror da história do cinema, amargou a pior bilheteria da franquia em 1994 com “O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger”. Depois do fracasso do longa, ele decidiu direcionar seus esforços para um filme totalmente diferente do que estava sendo feito no cinema da época. “Pânico” chegou nas telonas em dezembro de 1996 chocando seus espectadores.

Na trama do filme, um grupo de jovens enfrenta um assassino mascarado, o Ghostface, que testa seus conhecimentos sobre filmes de terror e suas capacidades de sobrevivência na pequena Woodsboro. A série de mortes acontece um ano depois do falecimento de uma das adolescentes, fato que abalou a pacata cidade.

A imagem de Casey Becker, interpretada por Drew Barrymore, vinha sendo utilizada em todo o material promocional de “Pânico”. A atriz era um dos maiores nomes do elenco, tinha muitas cenas nos trailers e era o rosto com mais destaque nos pôsteres. O que se viu nos cinemas foi uma abertura que surpreendeu o público ao matar nos primeiros dez minutos quem, até então, se imaginava ser uma das protagonistas. A antológica cena é até hoje referenciada por ser uma das mais icônicas do terror.

Ao utilizar tão bem o mundo real em sua história, Craven e sua equipe acertaram ao evidenciar o quanto a juventude da época estava dessensibilizada com violência e mortes (movimento que se intensificou com o passar dos anos e virou tema de outros filmes desde então). No entanto a protagonista Sidney Prescott (Neve Campbell) sempre se mostrou muito humana, o que foi essencial para a conexão com o público. Em cenas como uma conversa com seus amigos na praça central da cidade, em que eles conversam sobre uma das sangrentas mortes de dois de seus colegas de escola. O desconforto no rosto de Sidney é visível diante da naturalidade e banalidade com que os jovens falam de um assunto tão pesado.

A famosa cena da praça do início de “Pânico”

Esse é um dos grandes trunfos do filme, a facilidade com que o público consegue se relacionar com os personagens. Desde o inexperiente Dewey Riley (David Arquette) até a ambiciosa Gale Weathers (Courteney Cox), todos recebem um bom desenvolvimento ao longo da trama, e mesmo os que têm personalidades, a princípio, desagradáveis, recebem alguma redenção até o fim do longa, ou até sua morte.

Essas qualidades se devem muito ao texto de Kevin Williamson, que conseguiu atingir a mistura perfeita de terror com um ácido senso de humor, principalmente em Tatum Riley (Rose McGowan) e Stu Macher (Matthew Lillard). Com um roteiro repleto de metalinguagem e referências a uma grande lista de outros filmes do gênero, Craven criou uma obra atemporal, que muitos consideram ser sua obra prima, satirizando as convenções e os maiores clichês comumente vistos em filmes de terror. Por exemplo, Randy, personagem de Jamie Kennedy, um aficionado por terror, está lá para explicar as regras para a sobrevivência citando: “não pode fazer sexo, beber ou consumir drogas, nem falar que já vai voltar”

Courteney Cox, Jamie Kennedy e Neve Campbell em banhados em sangue em cena do longa

Esse clima foi fundamental para o sucesso do filme, que arrecadou US$ 173 milhões mundialmente em bilheteria, um grande feito para um filme do gênero na época. Um outro fator positivo para o filme foi seu a figura do seu vilão, não só a construção e seus motivos eram plausíveis (também com um divertido toque de humor), mas a excelente escolha da máscara, baseada no quadro “O Grito” de Edvard Munch, e também de sua voz, feita por Roger L. Jackson, que misturava ironia com tons ameaçadores em sua fala.

Pânico” foi responsável por um novo boom de filmes de terror nas telonas, longas do subgênero slasher como “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” (1997) e “Lenda Urbana” (1998), assim como as revitalizações “Halloween H20” (1998), “A Noiva de Chucky” (1998) e o remake de “Psicose” (1998). O filme também ganhou muitas sátiras como “Todo Mundo em Pânico” e “Histeria” (2000). O filme sofreu muitos cortes, devido a sua violência e quantidade de sangue na tela, antes ser aprovado pela MPAA, a agência responsável pela classificação etária nos EUA e quase recebeu o selo NC-17, a mais restritiva entre todas as classificações.

A franquia ganhou novos capítulos na forma do ótimo “Pânico 2” (1997), cuja história levava Sidney para a faculdade, quando uma nova onda de assassinatos começou. O longa conseguiu manter o tom satírico e as cenas tensas e, apesar de ser menos memorável, brincou muito bem com o fato de sequências serem, frequentemente, inferiores aos filmes originais. O elenco teve as adições de Timothy Olyphant, Jada Pinkett Smith, Jerry O’Connell e Liev Schreiber.

Infelizmente a série foi vítima dela mesma no fraco “Pânico 3” (2000), o único não roteirizado por Williamson e o pior exemplar da lista, o filme é tão pastelão que chega a ser involuntariamente engraçado em alguns momentos. No entanto, depois de onze anos “Pânico 4” veio para levar a trama de volta a Woodsboro com a tentativa de passar o bastão para uma nova geração. Com as presenças de Emma Roberts e Hayden Panettiere e o retorno do trio de protagonistas, Craven e Williamson, o filme foi elogiado por público e crítica especializada, mas infelizmente fracassou nas bilheterias. O filme foi o último da carreira do diretor que faleceu em 2015 vítima de um câncer no cérebro.  

Hoje, a franquia “Pânico” segue viva na memória dos fãs, o original virou um clássico cult e “Scream”, série derivada dos filmes já tem três temporadas, que são exibidas no Brasil pela Netflix. Além disso o quinto filme está em desenvolvimento com a volta de Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette garantidas. O lançamento do novo longa deve ocorrer em janeiro de 2022.

Você pode conferir os três primeiros filmes da série no serviço de streaming do Telecine. Já o quarto filme está disponível no catálogo do Amazon Prime Video.

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Escrita por Lucas Santana

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